15 de Setembro 2019
A SANTA MISSA

24º Domingo do Tempo Comum – Ano C
Cor: Verde
1ª Leitura: Ex 32,7-11.13-14
“E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer”.
Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias: 7 O Senhor falou a Moisés: ‘Vai, desce, pois corrompeu-se o teu povo, que tiraste da terra do Egito. 8 Bem depressa desviaram-se do caminho que lhes prescrevi. Fizeram para si um bezerro de metal fundido, inclinaram-se em adoração diante dele e ofereceram-lhe sacrifícios, dizendo: `Estes são os teus deuses, Israel, que te fizeram sair do Egito!’ ‘ 9 E o Senhor disse ainda a Moisés: ‘Vejo que este é um povo de cabeça dura. 10 Deixa que minha cólera se inflame contra eles e que eu os extermine. Mas de ti farei uma grande nação’. 11 Moisés, porém, suplicava ao Senhor seu Deus, dizendo: ‘Por que, ó Senhor, se inflama a tua cólera contra o teu povo, que fizeste sair do Egito com grande poder e mão forte? 13 Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Israel, com os quais te comprometeste, por juramento, dizendo: ‘Tornarei os vossos descendentes tão numerosos como as estrelas do céu; e toda esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como herança para sempre’ ‘. 14 E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer ao seu povo.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 50, 3-4.12-13.17.19 (R. Lc 15,18)
R. Vou agora, levantar-me, volto à casa do meu pai.
3 Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! *
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
4 Lavai-me todo inteiro do pecado, *
e apagai completamente a minha culpa! R.
12 Criai em mim um coração que seja puro, *
dai-me de novo um espírito decidido.
13 ó Senhor, não me afasteis de vossa face, *
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito! R.
17 Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,*
e minha boca anunciará vosso louvor!
19 Meu sacrifício é minha alma penitente, *
não desprezeis um coração arrependido! R.
2ª Leitura: 1Tm 1,12-17
“Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores”.
Leitura da Carta de São Paulo a Timóteo
Caríssimo: 12 Agradeço àquele que me deu força, Cristo Jesus, nosso Senhor, pela confiança que teve em mim ao designar-me para o seu serviço, 13 a mim, que antes blasfemava, perseguia e insultava. Mas encontrei misericórdia, porque agia com a ignorância de quem não tem fé. 14 Transbordou a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. 15 Segura e digna de ser acolhida por todos é esta palavra: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro deles! 16 Por isso encontrei misericórdia, para que em mim, como primeiro, Cristo Jesus demonstrasse toda a grandeza de seu coração; ele fez de mim um modelo de todos os que crerem nele para alcançar a vida eterna. 17 Ao Rei dos séculos, ao único Deus, imortal e invisível, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Lc 15,1-32
“Haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 1 Os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. 2 Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. ‘Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles.’ 3 Então Jesus contou-lhes esta parábola: 4 ‘Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? 5 Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria, 6 e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ 7 Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão. 8 E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente, até encontrá-la? 9 Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’ 10 Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte.’ 11 E Jesus continuou: ‘Um homem tinha dois filhos. 12 O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. 13 Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. 14 Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. 15 Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16 O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. 17 Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. 18 Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19 já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. 20 Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos. 21 O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. 22 Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 23 Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 24 Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. 25 O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26 Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. 27 O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’. 28 Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29 Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30 Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’. 31 Então o pai lhe disse: `Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32 Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Nossa Senhora das Dores
15 de Setembro
Nossa Senhora das Dores
Trata-se de uma devoção muito antiga, na qual Nossa Senhora é venerada enquanto tendo sido traspassada, no alto do Calvário, por uma espada de dor, à vista da Paixão e Morte de seu Divino Filho. Nossa Senhora das Dores uniu-se perfeitissimamente ao sacrifício do Redentor, pelo que mereceu ser chamada por muitos santos e teólogos “Corredentora do gênero humano”.
A devoção às dores de Maria tem um fundamento bíblico nas palavras proféticas do Velho Simeão: “Tua alma será atravessada por uma lança”. Aliás, o próprio Evangelho põe em evidência a presença de Maria ao pé da cruz: “Junto à cruz de Jesus estava de pé sua Mãe”. A presença de Maria era uma presença de solidariedade nas dores do Filho com nossa redenção.
Muitos Padres da Igreja, como Santo Efrém, Santo Ambrósio, Santo Agostinho e São Bernardo, fizeram comoventes considerações sobre as dores da Mãe de Deus. Esta devoção deve-se, na Igreja, sobretudo, à pregação dos Padres Servitas desde o ano 1230 e entrou na liturgia como memória por obra do Papa Bento XIII em 1724. A festa põe em destaque a participação ativa de Maria nos sofrimentos redentivos de Cristo.
Nossa Senhora das Dores nos faz, também, compreender a necessidade de unir nossos sofrimentos aos de Cristo. É uma lei do Cristianismo: quanto mais um cristão se aproxima de Cristo, tanto mais ele deve, igualmente, aproximar-se da cruz. Maria soube, portanto, mais do que ninguém, participar da paixão de Cristo.
Fonte: http://www.santoprotetor.com
Exaltação da Santa Cruz
– Origem da festa.
– O Senhor abençoa com a Cruz os que mais ama.
– Os frutos da Cruz.
A devoção e o culto à Santa Cruz, na qual Cristo deu a sua vida por nós, remonta aos começos do cristianismo. Na Liturgia, aparece desde o século IV. A Igreja comemora hoje o resgate da Cruz do Senhor pelo imperador Heráclio, na sua vitória sobre os persas. Nos textos da Missa e da Liturgia das Horas, a Igreja canta com entusiasmo a Santa Cruz, pois foi o instrumento da nossa salvação; se a árvore a cuja sombra os nossos primeiros pais pecaram foi causa de perdição, a árvore da Cruz é origem da nossa salvação eterna.
I. PELA PAIXÃO DE NOSSO SENHOR Jesus Cristo, a Cruz não é um patíbulo de ignomínia, mas um trono de glória. Resplandece a Santa Cruz pela qual o mundo alcança a salvação. Ó Cruz que vences!, Cruz que reinas!, Cruz que limpas todo o pecado! Aleluia 1.
A festa que celebramos hoje nasceu em Jerusalém, nos primeiros séculos do cristianismo. Conforme um antigo testemunho 2, começou a ser comemorada no aniversário do dia em que foi encontrada a Cruz de Nosso Senhor. A sua celebração estendeu-se com grande rapidez pelo Oriente e pouco depois por toda a cristandade. Em Roma, era particularmente solene a procissão que, antes da Missa, se dirigia de Santa Maria Maior a São João de Latrão para venerar a Cruz 3.
Nos começos do século VII, os persas saquearam Jerusalém, destruíram muitas basílicas e apoderaram-se das sagradas relíquias da Santa Cruz, que um pouco mais tarde seriam recuperadas pelo imperador Heráclio. Conta uma piedosa tradição que, quando o imperador, vestido com as insígnias da realeza, quis carregar pessoalmente o santo Madeiro até o seu primitivo lugar no Calvário, o seu peso foi-se tornando cada vez mais insuportável. Nesse momento, Zacarias, bispo de Jerusalém, fez-lhe ver que, para levar aos ombros a Santa Cruz, deveria desfazer-se das insígnias imperiais, imitando a pobreza e a humildade de Cristo, que tinha carregado o santo lenho despojado de tudo. Heráclio vestiu então umas humildes roupas de peregrino e, descalço, pôde levar a Santa Cruz até o cimo do Gólgota 4.
É possível que tenhamos aprendido desde a nossa infância a fazer o sinal da Cruz sobre a nossa testa, os nossos lábios e o nosso coração, em sinal externo da fé que professamos. Na Liturgia, a Igreja utiliza o sinal da Cruz nos altares, no culto e nos edifícios sagrados. É a árvore de riquíssimos frutos, arma poderosa que afasta todos os males e espanta os inimigos da nossa salvação: Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus Nosso Senhor dos nossos inimigos, dizemos todos os dias ao persignar-nos. A Cruz – ensina um Padre da Igreja – “é o escudo e o troféu contra o demônio. É o sinal para que não sejamos atingidos pelo anjo exterminador, como diz a Escritura (cfr. Ex 9, 12). É o instrumento para levantar aqueles que caem, o apoio para os que se mantêm em pé, o bastão dos débeis, o guia dos que se extraviam, a meta dos que avançam, a saúde da alma e do corpo. Afugenta todos os males, acolhe todos os bens, é a morte do pecado, a semente da ressurreição, a árvore da vida eterna” 5. O Senhor pôs a salvação da humanidade no lenho da Cruz, para que a vida ressurgisse de onde viera a morte, e aquele que vencera na árvore do Paraíso fosse vencido na árvore da Cruz 6.
A Cruz apresenta-se na nossa vida de diversas maneiras: doença, pobreza, cansaço, dor, desprezo, solidão... Hoje podemos examinar como é a nossa disposição habitual em face dessa Cruz que às vezes se mostra áspera e dura, mas que, se a levamos com amor, converte-se em fonte de purificação e de Vida, e também de alegria. Queixamo-nos com freqüência das contrariedades? Ou, pelo contrário, damos graças a Deus também nos fracassos, na dor, na contradição? Essas realidades afastam-nos ou aproximam-nos de Deus?
II. A PRIMEIRA LEITURA da Missa 7 narra-nos como o Senhor castigou o Povo eleito por ter murmurado contra Moisés e contra Deus ao experimentar as dificuldades do deserto; enviou-lhe serpentes que causavam estragos entre os israelitas. Quando se arrependeram, o Senhor disse a Moisés: Faze uma serpente de bronze e põe-na por sinal; aquele que, tendo sido ferido, olhar para ela, viverá. Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e pô-la por sinal; e os feridos que olhavam para ela ficavam curados.
A serpente de bronze era figura de Cristo na Cruz; quem o olha obtém a salvação. Assim o diz Jesus no diálogo mantido com Nicodemos: Como Moisés levantou no deserto a serpente, assim também importa que o Filho do homem seja levantado, a fim de que todo o que crê nele não pereça, mas tenha a vida eterna 8. Desde então, o caminho da santidade passa pela Cruz, e ganham sentido todas essas realidades que tanto precisam dele, como são a doença, a dor, as aflições econômicas, o fracasso..., a mortificação voluntária. Mais ainda: Deus abençoa com a Cruz quando quer conceder grandes bens a um dos seus filhos, a quem trata então com particular predileção.
Não são poucos os que fogem em debandada da Cruz de Cristo, e se afastam da verdadeira alegria, da eficácia sobrenatural, da própria santidade; fogem de Cristo. Levemo-la nós sem rebeldia, sem queixas, com amor.
“Estás sofrendo uma grande tribulação? Encontras oposição? – Diz, muito devagar, como que saboreando, esta oração forte e viril:
«Faça-se, cumpra-se, seja louvada e eternamente glorificada a justíssima e amabilíssima Vontade de Deus sobre todas as coisas. – Assim seja. Assim seja».
“Eu te garanto que alcançarás a paz” 9.
III. CRUZ FIEL, tu és a mais nobre de todas as árvores; nenhuma outra pode comparar-se a ti em folhas, em flor, em fruto 10.
O amor à Cruz produz abundantes frutos na alma. Em primeiro lugar, leva-nos a descobrir Jesus, que sai ao nosso encontro e carrega sobre os seus ombros a parte mais pesada da contradição. A nossa dor, associada à do Mestre, deixa de ser o mal que entristece e arruína, e converte-se em meio de íntima união com Deus. “Se sofres, submerge a tua dor na dele: diz a tua Missa. Mas se o mundo não compreende estas coisas, não te perturbes; basta que te compreendam Jesus, Maria, os santos. Vive com eles e deixa que o teu sangue corra em benefício da humanidade: como Ele!” 11
A Cruz de cada dia é uma grande oportunidade de purificação, de desprendimento, de aumento de glória 12. São Paulo ensina com freqüência que as tribulações são sempre breves e suportáveis, e que o prêmio desses sofrimentos acolhidos por amor a Cristo é imenso e eterno. Por isso o Apóstolo alegrava-se nas tribulações, gloriava-se nelas e considerava-se feliz de poder uni-las às de Cristo Jesus e assim completar a Sua paixão para bem da Igreja e das almas 13.
A única dor verdadeira é afastar-se de Cristo. Os outros padecimentos são passageiros e convertem-se em alegria e paz. “Não é verdade que, mal deixas de ter medo à Cruz, a isso que a gente chama de Cruz, quando pões a tua vontade em aceitar a vontade divina, és feliz, e passam todas as preocupações, os sofrimentos físicos ou morais?
“É verdadeiramente suave e amável a Cruz de Jesus. Não contam aí as penas: só a alegria de nos sabermos corredentores com Ele” 14.
O trato e a amizade com o Mestre ensinam-nos, por outro lado, a ver e a enfrentar as dificuldades que se apresentam com um espírito jovem e decidido, sem nenhum assomo de tristeza ou de queixa. À semelhança dos santos, encararemos as contrariedades como um estímulo, como um obstáculo que é preciso transpor neste combate que é a vida. Essa disposição de ânimo alegre e otimista, mesmo nos momentos difíceis, não é fruto do temperamento ou da idade: nasce de uma profunda vida interior, da consciência sempre presente da nossa filiação divina. É uma atitude serena, que cria em todas as circunstâncias um bom ambiente à nossa volta – na família, no trabalho, com os amigos... – e constitui uma grande arma para aproximarmos os outros de Deus.
Terminamos a nossa oração junto de Nossa Senhora.
“«Cor Mariae perdolentis, miserere nobis!» – invoca o Coração de Santa Maria, com ânimo e decisão de te unires à sua dor, em reparação pelos teus pecados e pelos de todos os homens de todos os tempos.
“E pede-lhe – para cada alma – que essa sua dor aumente em nós a aversão ao pecado, e que saibamos amar, como expiação, as contrariedades físicas ou morais de cada jornada” 15.
(1) Liturgia da Horas, Antífona de Laudes; (2) cfr. Egéria, Itinerário, BAC, Madrid, 1980, págs. 318-319; (3) cfr. A. G. Martimort, La Iglesia en oración, 3ª ed., Herder, Barcelona, 1987, págs. 989-990; (4) cfr. Croisset, Año mariano, Madrid, 1846, vol. VII, pág. 120-121; (5) São João Damasceno, De fide orthodoxa, IV, 11; (6) Prefácio da Missa da Exaltação da Santa Cruz; (7) Num 21, 4-9; (8) Jo 3, 14-15; (9) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 691; (10) Hino Crux fidelis; (11) Ch. Lubich, Meditações; (12) cfr. A. Tanquerey, La divinización del sufrimiento, Rialp, Madrid, 1955, pág. 18; (13) cfr. Rom 7, 18; Gal 2, 19-20; 6, 14, etc.; (14) São Josemaría Escrivá, Via Sacra, Quadrante, São Paulo, 1981, II; (15) idem, Sulco, n. 258.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
14 de Setembro 2019
A SANTA MISSA

Festa: Exaltação da Santa Cruz
Cor: Vermelha
1ª Leitura: Nm 21,4b-9
“Aquele que for mordido e olhar para ela viverá”.
Leitura do Livro dos Números
Naqueles dias: 4b Os filhos de Israel partiram do monte Hor, pelo caminho que leva ao mar Vermelho, para contornarem o país de Edom. Durante a viagem o povo começou a impacientar-se, 5 e se pôs a falar contra Deus e contra Moisés, dizendo: “Por que nos fizestes sair do Egito para morrermos no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos com nojo desse alimento miserável”. 6 Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas, que os mordiam; e morreu muita gente em Israel. 7 O povo foi ter com Moisés e disse: “Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós as serpentes”. Moisés intercedeu pelo povo, 8 e o Senhor respondeu: “Faze uma serpente de bronze e coloca-a como sinal sobre uma haste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá”. 9 Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e colocou-a como sinal sobre uma haste. Quando alguém era mordido por uma serpente, e olhava para a serpente de bronze, ficava curado.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 77(78),1-2.34-35.36-37.38 (R. cf. 7c)
R. Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças!
1 Escuta, ó meu povo, a minha Lei,*
ouve atento as palavras que eu te digo;
2 abrirei a minha boca em parábolas,*
os mistérios do passado lembrarei. R.
34 Quando os feria, eles então o procuravam,*
convertiam-se correndo para ele;
35 recordavam que o Senhor é sua rocha*
e que Deus, seu Redentor, é o Deus Altíssimo. R.
36 Mas apenas o honravam com seus lábios*
e mentiam ao Senhor com suas línguas;
37 seus corações enganadores eram falsos*
e, infiéis, eles rompiam a Aliança. R.
38 Mas o Senhor, sempre benigno e compassivo,*
não os matava e perdoava seu pecado;
quantas vezes dominou a sua ira*
e não deu largas à vazão de seu furor. R.
2ª Leitura: Fl 2,6-11
“Humilhou-se a si mesmo; por isso, Deus o exaltou acima de tudo”.
Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses
6 Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, 7 mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, 8 humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9 Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. 10 Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, 11 e toda língua proclame: ‘Jesus Cristo é o Senhor’, para a glória de Deus Pai.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Jo 3,13-17
“É necessário que o Filho do Homem seja levantado”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 13 “Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. 14 Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15 para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. 16 Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17 De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Exaltação da Santa Cruz
14 de Setembro
Exaltação da Santa Cruz
A festa em honra da Santa Cruz foi celebrada pela primeira vez em 335, por ocasião da dedicação de duas basílicas constantinianas de Jerusalém, a do Martyrium ou Ad Crucem no Gólgota, e a do Anástasis, isto é, da Ressurreição. A dedicação se realizou a 13 de dezembro. Com o termo exaltação, a festa passou também para o Ocidente, e a partir do século VII comemora-se a recuperação da preciosa relíquia pelo imperador Heráclio em 628. Da Cruz, roubada 14 anos antes pelo rei persa Cosroe Parviz, durante a conquista da cidade Santa, perderam-se definitivamente todas as pistas em 1187, quando foi tirada do bispo de Belém que a havia levado na batalha de Hattin.
A celebração atual tem um significado bem maior do que o lendário encontro pela piedosa mãe do imperador Constantino, Helena. A glorificação de Cristo passa através do suplício da Cruz e a antítese sofrimento-glorificação se torna fundamental na história da Redenção. Cristo, encarnado na sua realidade concreta humano-divina, se submete voluntariamente à humilde condição de escravo (a cruz era o tormento reservado para os escravos) e o suplício infame transformou-se em glória perene. Assim a cruz torna-se o símbolo e o compêndio da religião cristã.
A própria evangelização, efetuada pelos apóstolos é a simples apresentação de Cristo Crucificado. O cristão, aceitando esta verdade, é crucificado com Cristo, isto é, deve carregar diariamente a sua cruz, suportando injúrias e sofrimentos, como Cristo. Este, oprimido pelo peso do patíbulo (“patíbulo” é o braço transversal da cruz, que o condenado levava nas costas até o lugar do suplício onde era encaixado estavelmente com a parte vertical), foi constrangido a expor-se aos insultos do povo no caminho que levava ao Gólgata. Os sofrimentos que reproduzem no corpo místico da Igreja o estado de morte de Cristo são contributo à redenção dos homens, e garantem a participação na glória do Ressuscitado.
Esta é a razão que fez os mártires cristãos suportarem tão grandes sofrimentos: “A minha paixão está crucificada — escreve santo Inácio de Antioquia antes de sofrer o martírio — não existe mais em mim o fogo da carne. Agora começo a ser discípulo … Prefiro morrer em Cristo Jesus a reinar de uma extremidade à outra da terra. Procuro-o, ele que morreu por nós; quero-o, ele que ressuscitou por nós… Concedei-me que eu seja imitador da paixão do meu Deus”.
Fonte: https://www.paulus.com.br
Filiação Divina
TEMPO COMUM. VIGÉSIMA TERCEIRA SEMANA. SEXTA‑FEIRA
– Generosidade de Deus, que quis fazer‑nos seus filhos.
– Conseqüências da filiação divina: abandono em Deus.
– “Comportar‑nos como filhos de Deus com os filhos de Deus”: Fraternidade.
I. SÃO PAULO ESCREVE a Timóteo e, abrindo‑lhe o coração, conta‑lhe como o Senhor confiou nele e o fez Apóstolo, apesar de ter sido blasfemo e perseguidor dos cristãos. A graça de Nosso Senhor – diz‑lhe – superabundou em mim, dando‑me a fé e a caridade em Cristo Jesus 1. Cada um de nós pode afirmar também que Deus derramou sobre ele a sua graça abundantemente. Deus criou‑nos e quis dar‑nos depois gratuitamente a maior dignidade que se possa imaginar: a de sermos seus filhos, domestici Dei, da sua própria família 2.
A filiação divina natural dá‑se em Deus Filho: “Jesus Cristo, Filho unigênito do Pai, nascido do Pai antes de todos os séculos..., gerado, não criado; consubstancial ao Pai” 3. Mas Deus quis, por meio de uma nova criação, fazer‑nos participar da filiação do Unigênito, tornando‑nos seus filhos adotivos: Vede que amor nos mostrou o Pai em querer que sejamos chamados filhos de Deus, e que o sejamos efetivamente 4; quis que o cristão recebesse a graça, de modo a participar da natureza divina: divinae consortes naturae, diz São Pedro numa das suas Epístolas 5.
A vida que os filhos recebem por meio da geração humana já não é dos pais; pelo contrário, o que se dá aos homens pela graça santificante é a própria vida de Deus. Sem que com isso se destrua nem se force a nossa natureza humana, somos admitidos na intimidade da Santíssima Trindade. Toda a vida é afetada pela filiação divina: o nosso ser e a nossa atuação 6.
Isto tem múltiplas conseqüências práticas. Assim, por exemplo, a nossa oração será a de um filho pequeno que se dirige ao seu pai, pois descobrimos que Deus, além de ser o Ser Supremo, Criador e Todo‑Poderoso, é verdadeiramente Pai amoroso de cada um de nós; e a vida interior já não é uma luta solitária contra os defeitos nem uma corrida ofegante em busca do “auto‑aperfeiçoamento”, mas desejo vivo de dar alegrias ao nosso Pai‑Deus, de quem nos sabemos muito queridos, e abandono confiante nos seus braços fortes.
Esta realidade dá à nossa vida uma especial firmeza e um modo peculiar de enfrentar tudo o que ela traz consigo. “Descansa na filiação divina. Deus é um Pai – o teu Pai! – cheio de ternura, de infinito amor.
“Chama‑lhe Pai muitas vezes, e diz‑lhe – a sós – que o amas, que o amas muitíssimo!: que sentes o orgulho e a força de ser seu filho” 7.
II. FAZER‑SE FILHO DE DEUS significa identificar‑se com o Filho, isto é, significa ver os acontecimentos e julgá‑los com os olhos do Filho, obedecer como o Filho, que se fez obediente até à morte 8, amar e perdoar como Ele, comportar‑se sempre como os filhos que se sabem na presença de seu Pai‑Deus 9, e se sentem confiantes e serenos, compreendidos, perdoados, estimulados sempre a seguir adiante...
Quem se sabe filho de Deus não deve ter nenhum temor na sua vida. Deus conhece melhor do que nós as nossas necessidades reais, é mais forte do que nós e é nosso Pai 10.
Devemos fazer como aquele menino que no meio de uma tempestade no mar alto continuava a brincar, enquanto os marinheiros temiam pelas suas vidas; era o filho do timoneiro do barco. Quando, ao desembarcar, lhe perguntaram como tinha estado tão tranqüilo no meio daquele mar embravecido, respondeu: “Ter medo? Mas se o leme estava nas mãos de meu pai!” Quando nos esforçamos por identificar a nossa vontade com a de Deus, Ele, que conhece bem a rota que conduz ao porto seguro, toma nas mãos o leme da nossa vida.
Uma alma que luta seriamente pela santidade pode sentir‑se às vezes, por permissão de Deus, como que perdida, inepta, desconcertada no meio de um cúmulo de dificuldades; apesar do seu desejo de ser inteiramente de Deus, não compreende o que acontece à sua volta. “Nesses momentos, em que nem sequer se sabe qual é a Vontade de Deus, e se protesta: Senhor, como podes querer isto que é mau, que é abominável ab intrinseco! – à semelhança da Humanidade de Cristo, que se queixava no Horto das Oliveiras –, quando parece que a cabeça enlouquece e o coração se rompe... Se alguma vez sentis este cair no vazio, aconselho‑vos aquela oração que eu repeti muitas vezes junto do túmulo de uma pessoa amada: Fiat, adimpleatur, laudetur atque in aeternum superexaltetur iustissima atque amabilissima...”11 “«Faça‑se, cumpra‑se, seja louvada e eternamente glorificada a justíssima e amabilíssima Vontade de Deus sobre todas as coisas. – Assim seja. Assim seja»” 12.
É o momento de sermos muito fiéis à Vontade de Deus, de nos deixarmos exigir e ajudar por meio da direção espiritual pessoal, com uma docilidade absoluta. Se Deus, que é nosso Pai, permite esse estado interior de trevas, também nos concederá as graças e ajudas necessárias para sairmos dele. Esse abandono, sem pôr limite algum, nas mãos de Deus, dar‑nos‑á uma paz inquebrantável e nos fará sentir o braço de Deus, poderoso e suave, que nos ampara no meio do mais completo vazio. Também nós repetiremos então, bem devagar, saboreando‑a docemente, essa oração confiante: Faça‑se, cumpra‑se, seja louvada...
III. ENSINAR‑ME‑EIS O CAMINHO DA VIDA, saciar‑me‑eis de felicidade na vossa presença, de perpétua alegria à vossa direita 13, proclama o Salmista.
Não existe alegria mais profunda – mesmo no meio da necessidade e do vazio, quando o Senhor o permite –, que a do filho de Deus que se abandona nas mãos de seu Pai; porque nenhum bem pode ser comparado à infinita riqueza de nos sabermos familiares de Deus, filhos de Deus.
Esta alegria sobrenatural relacionada com a Cruz é o “gigantesco segredo do cristão” 14. Quem se sente filho de Deus não perde a paz, nem sequer nos momentos mais duros. A consciência da sua filiação divina liberta‑o de tensões interiores e quando, pela sua fraqueza, se desencaminha, se realmente se sente filho, volta arrependido e confiante à casa do Pai.
“A filiação divina é também fundamento da fraternidade cristã, que está muito por cima do vínculo de solidariedade que une os homens entre si” 15. Os cristãos sentem‑se verdadeiramente irmãos, porque são filhos do único Pai, que quis estabelecer conosco o vínculo sobrenatural da caridade. No Evangelho da Missa, o Senhor pede‑nos um olhar puro para vermos os nossos irmãos. Por que vês a palha no olho do teu irmão, e não notas a trave no teu? [...]. Tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás de tirar a palha do olho do teu irmão16.
O Mestre convida‑nos a olhar os outros sem esses preconceitos que forjamos com as nossas próprias faltas e, em última análise, com a nossa soberba, que nos faz tender a aumentar as fraquezas alheias e a diminuir as próprias. Exorta‑nos “a olhar os outros de uma forma mais profunda, com um olhar novo [...]; é preciso que tiremos a trave do nosso próprio olho. Ocupamo‑nos muitas vezes na tarefa superficial de querer tirar a qualquer custo a palha do olho de toda a gente. E o que temos de fazer é renovar a forma de contemplar os outros” 17.
“Devemos pensar nos outros – em primeiro lugar, nos que estão ao nosso lado – como verdadeiros filhos de Deus que são, com toda a dignidade desse título maravilhoso.
“Com os filhos de Deus temos que nos comportar como filhos de Deus: o nosso amor tem de ser sacrificado, diário, feito de mil detalhes de compreensão, de sacrifício silencioso, de dedicação que não se nota. Este é o bonus odor Christi, que fazia dizer aos que viviam entre os nossos primeiros irmãos na fé: «Vede como se amam!»” 18
Comportarmo‑nos como filhos de Deus com os filhos de Deus, ver as pessoas como Cristo as via, com amor e compreensão; tanto os que estão perto de nós como os que parece que se afastam, pois a fraternidade estende‑se a todos os homens, porque todos são filhos de Deus – criaturas dEle – e todos foram chamados também à intimidade da casa do Pai.
Seguindo este caminho amplo da filiação divina, passaremos pela vida com serenidade e paz, fazendo o bem 19, como Jesus Cristo, o Modelo que devemos olhar continuamente, de quem devemos aprender a ser filhos de Deus Pai. Se recorrermos a Santa Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, Ela nos ensinará a abandonar‑nos no Senhor, como filhos pequenos que não se podem valer a si próprios.
(1) 1 Tim 1, 12‑14; Primeira leitura da Missa da sexta‑feira da vigésima terceira semana do TC, ano ímpar; (2) Ef 2, 19; (3) Conc. de Nicéia, a. 325. Denz.‑Shc., 125; (4) 1 Jo 3, 1; (5) 2 Pe 1, 4; (6) cfr. F. Ocáriz, El sentido de la filiación divina, Pamplona, 1982, pág. 178; (7) Josemaría Escrivá, Forja, n. 331; (8) cfr. Fil 2, 8; (9) cfr. M. C. Calzona, Filiación divina y vida cristiana en medio de mundo, em La misión del laico en la Iglesia y en el mundo, EUNSA, Pamplona, 1987, pág. 304; (10) V. Lehodey, El santo abandono, Católica Casals, Barcelona, 1951, II, 3; (11) Postulação da Causa da Beatificação e Canonização do Servo de Deus Josemaría Escrivá de Balaguer, Sacerdote, Fundador do Opus Dei, Artigos do Postulador, Roma, 1979, n. 452; (12) Josemaría Escrivá, Caminho, n. 691; (13) Sl 15, 11; Salmo responsorial da Missa da sexta‑feira da vigésima terceira semana do TC, ano ímpar; (14) cfr. G. K. Chesterton, Ortodoxia, págs. 308‑309; (15) M. C. Calzona, op. cit., pág. 303; (16) Lc 6, 41‑42; (17) A. M. G. Dorronsoro, Dios y la gente, Rialp, Madrid, 1974, pág. 134‑135; (18) Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 36; (19) cfr. At 10, 38.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
13 de Setembro 2019
A SANTA MISSA

23ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira
Memória: São João Crisóstomo, bispo e doutor da Igreja
Cor: Branca
1ª Leitura: 1Tm 1,1-2.12-14
“Eu, que antes blasfemava, encontrei misericórdia.”
Início da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo
1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por ordem de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, nossa esperança, 2 a Timóteo, verdadeiro filho na fé: a graça, a misericórdia e a paz de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor. 12 Agradeço àquele que me deu força, Cristo Jesus, nosso Senhor, pela confiança que teve em mim ao designar-me para o seu serviço, 13 a mim, que antes blasfemava, perseguia e insultava. Mas encontrei misericórdia, porque agia com a ignorância de quem não tem fé. 14 Transbordou a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 15(16), 1-2a e 5.7-8.11(R. cf. 5a)
R. O Senhor é a porção da minha herança!
1 Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refúgio! *
2a Digo ao Senhor: ‘Somente vós sois meu Senhor.
5 Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, *
meu destino está seguro em vossas mãos! R.
7 Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, *
e até de noite me adverte o coração.
8 Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, *
pois se o tenho a meu lado não vacilo. R.
11 Vós me ensinais vosso caminho para a vida; +
junto a vós, felicidade sem limites, *
delícia eterna e alegria ao vosso lado! R.
Evangelho: Lc 6,39-42
“Pode um cego guiar outro cego?”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 39 Jesus contou uma parábola aos discípulos: ‘Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? 40 Um discípulo não é maior do que o mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre. 41 Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? 42 Como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
São João Crisóstomo
13 de Setembro
São João Crisóstomo
João Crisóstomo foi um grande orador do seu tempo. Todos os escritos dizem que multidões se juntavam ao redor do púlpito onde estivesse discursando. Tinha o dom da oratória e muita cultura, uma soma muito valiosa para a pregação do cristianismo.
João nasceu no ano 347, em Antioquia, na Síria, Ásia Menor, procedente de família muito rica, considerada pela sociedade e pelo Estado. Seu pai era comandante de tropas imperiais no Oriente, um cargo que cedo causou sua morte. Mas a sua mãe, Antusa, piedosa e caridosa, agora santa, providenciou para o filho ser educado pelos maiores mestres do seu tempo, tanto científicos quanto religiosos, não prejudicando sua formação.
O menino, desde pequeno, já demonstrava a vocação religiosa, grande inteligência e dons especiais. Só não se tornou eremita no deserto por insistência da mãe. Mas, depois que ela morreu, já conhecido pela sabedoria, prudência e pela oratória eloquente, foi viver na companhia de um monge no deserto durante quatro anos. Passou mais dois retirado numa gruta sozinho, estudando as Sagradas Escrituras e, então, considerou-se pronto. Voltou para Antioquia e ordenou-se sacerdote.
Sua cidade vivia a efervescência de uma revolta contra o imperador Teodósio I. O povo quebrava estátuas do imperador e de membros de sua família. Teodósio, em troca, agia ferozmente contra tudo e contra todos. Membros do senado estavam presos, famílias inteiras tinham fugido e o povo só encontrava consolo nos discursos e pregações de João, chamado por eles de Crisóstomo, isto é, 'boca de ouro'. Tanto que foi o incumbido de dar à população a notícia do perdão imperial.
Alguns anos se passaram, a fama do santo só crescia e, quando morreu o bispo de Constantinopla, João foi eleito para sucedê-lo. Constantinopla era a grande capital do Império Romano, que havia transferido o centro da economia e cultura do mundo de então para a Ásia Menor. Entretanto, para João, era apenas um local onde o clero estava mais preocupado com os poderes e luxos terrenos do que os espirituais. Lá reinavam a ambição, a avareza, a política e a corrupção moral. Como bispo, abandonou, então, os discursos e dispôs-se a enfrentar a luta e, como consequência, a perseguição.
Arrumou inimigos tanto entre o clero quanto na Corte. Todos, liderados pela imperatriz Eudóxia, conseguiram tirar João Crisóstomo do cargo, que foi condenado ao exílio. Mas essa expulsão da cidade provocou revolta tão intensa na população que o bispo foi trazido de volta para reassumir seu cargo. Entretanto, dois meses depois, foi exilado pela segunda vez. Agora, já com a saúde muito debilitada, ele não resistiu e morreu. Era 14 de setembro de 407.
Sua honra só foi limpa quando morreu a família imperial e voltou a paz entre o clero na Igreja. O papa ordenou o restabelecimento de sua memória. O corpo de João Crisóstomo foi trazido de volta a Constantinopla em 438, num longo cortejo em procissão solene. Mais tarde, suas relíquias foram trasladadas para Roma, onde repousam no Vaticano. Dos seus numerosos escritos, destaca-se o pequeno livro 'Sobre o sacerdócio', um clássico da espiritualidade monástica. São João Crisóstomo é venerado um dia antes da data de sua morte, em 13 de setembro, com o título de doutor da Igreja, sendo considerado um modelo para os oradores clérigos.
Texto: Paulinas Internet
12 de Setembro 2019
A SANTA MISSA

23ª Semana do Tempo Comum – Quinta-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: Cl 3,12-17
“Revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição”
Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses
Irmãos, 12 vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, 13 suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também. 14 Mas, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição. 15 Que a paz de Cristo reine em vossos corações, à qual fostes chamados como membros de um só corpo. E sede agradecidos. 16 Que a palavra de Cristo, com toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria. Do fundo dos vossos corações, cantai a Deus salmos, hinos e cânticos espirituais, em ação de graças. 17 Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio dele dai graças a Deus, o Pai.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 150, 1-2.3-4.5-6
R. Louve o Senhor tudo o que vive e que respira.
1 Louvai o Senhor Deus no santuário,
louvai-o no alto céu de seu poder!
2 Louvai-o por seus feitos grandiosos,
louvai-o em sua grandeza majestosa! R.
3 Louvai-o com o toque da trombeta,
louvai-o com a harpa e com a cítara!
4 Louvai-o com a dança e o tambor,
louvai-o com as cordas e as flautas! R.
5 Louvai-o com os címbalos sonoros,
louvai-o com os címbalos de júbilo!
6 Louve a Deus tudo o que vive e que respira,
tudo cante os louvores do Senhor! R.
Evangelho: Lc 6,27-38
“Sede misericordiosos, como também
o vosso Pai é misericordioso”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 27 A vós que me escutais, eu digo: Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, 28 bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam. 29 Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica. 30 Dá a quem te pedir e, se alguém tirar o que é teu, não peças que o devolva. 31 O que vós desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles. 32 Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Até os pecadores amam aqueles que os amam. 33 E se fazeis o bem somente aos que vos fazem o bem, que recompensa tereis? Até os pecadores fazem assim. 34 E se emprestais somente àqueles de quem esperais receber, que recompensa tereis? Até os pecadores emprestam aos pecadores, para receber de volta a mesma quantia. 35 Ao contrário, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca. Então, a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para com os ingratos e os maus. 36 Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. 37 Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. 38 Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Santíssimo Nome de Maria
12 de Setembro
Santíssimo Nome de Maria

Neste dia 12 de setembro é celebrado o Santíssimo Nome de Maria. “O nome de Maria, que significa Senhora da luz, indica que Deus me encheu de sabedoria e luz, como astros brilhantes, para iluminar os céus e a terra”, disse a Virgem à Santa Matilde.
Este fato, no qual a Mãe de Deus revela o significado de seu nome para a santa, foi recolhido por São Luís Maria Grignion de Montfort, grande propagador da devoção mariana, no livro “O Segredo do Rosário”.
No Novo Testamento, foi o Evangelista Lucas quem deu o nome da donzela que seria a Mãe do Salvador: “… O nome da virgem era Maria” (Lc 1, 27).
É por isso que, desde os primeiros cristãos até nossos dias, foi honrada com toda classe de títulos, porque o “nome” representa a “pessoa”, assim como nos diz o Catecismo da Igreja Católica (2158):
“O nome de todo homem é sagrado. O nome é a imagem da pessoa. Exige respeito em sinal da dignidade do que o leva”.
Eis, então, uma das tantas razões desta importante festa, que foi instituída com o propósito de que os fiéis encomendem a Deus, através da intercessão da Santa Mãe, as necessidades da Igreja, agradeçam por seu amparo e seus inumeráveis benefícios, em especial os que recebem pelas graças e a mediação da Virgem Maria.
A celebração desta festa foi autorizada pela primeira vez em 1513, na cidade espanhola de Cuenca, de onde se estendeu por toda a Espanha. Em 1683, o Papa Inocêncio XI a admitiu na Igreja do Ocidente como ação de graças pela vitória sobre os turcos na Batalha de Viena.
Fonte: https://www.acidigital.com