São José de Copertino

18 de Setembro

São José de Copertino

No dia 17 de junho de 1603, nasceu, no reino de Nápoles, na aldeia de Copertino, um menino de nome José. Era o filho mais novo da família Desa, cujo pai, um pobre carpinteiro, mal conseguia sustentar a família. Ele veio ao mundo num pequeno estábulo, onde permaneceu nos primeiros meses de vida, porque o pai, endividado, teve de vender o pouco que possuíam.

Já naquela época, os desníveis sociais geravam miséria, insegurança e sofrimento, impedindo que filhos de famílias pobres estudassem e desenvolvessem sua cultura e inteligência. Mas, apesar de iletrado, o menino foi criado no rigor dos ensinamentos de Cristo, pois sua família era muito religiosa. Assim foi a infância de José. Os únicos talentos por ele manifestados foram de ordem espiritual: o da oração e o da caridade para com os mais necessitados, que sofriam as agruras da miséria, como ele.

Quando completou 17 anos, estava determinado a tornar-se frade, mas até os capuchinhos que o haviam aceitado como irmão leigo fizeram-no devolver o hábito, por causa da sua grande confusão mental. Isso causou a José um sofrimento muito grande. Mas não desistiu. Finalmente, foi aceito no Convento de Grotella, pelos Frades Menores, que o acolheram e lhe deram uma tarefa simples: cuidar de uma mula.

Mesmo renegado, estava determinado a ser sacerdote. Foi então que as graças divinas começaram a intervir na sua vida. Apesar da dificuldade que tinha em estudar, milagrosamente saía-se muito bem nas provas para tornar-se sacerdote. Desde então, começaram a aparecer sinais de predileção divina e fenômenos que atestavam sua santidade interior, presenciados pela comunidade de fiéis e irmãos da Ordem. Eram manifestações extraordinárias, como, por exemplo, curas totalmente milagrosas de doentes de todos os tipos de enfermidades. Ainda: em êxtases de oração, caminhava pela igreja sem colocar os pés no chão e, sem tomar nenhum cuidado com o corpo, exalava um fino e delicado odor. Por tudo isso, já era venerado em vida como santo.

Outro fato relevante na vida de José de Copertino é que, apesar de quase não ter nenhum estudo teológico, tinha o dom da ciência e era consultado por teólogos a respeito de questões delicadas. Espantosamente, tinha sempre respostas sábias e claras. Com isso, José conquistou a glória máxima e, mesmo sendo considerado o frade mais ignorante de toda a Ordem franciscana, sua fama de bom cristão, seu comportamento peculiar e seus milagres chegaram a Roma. O papa Urbano VIII convocou-o e recebeu-o com as honras de que era merecedor. Talvez esse tenha sido um dos dias mais felizes na vida de José de Copertino.

Em 1628, foi ordenado sacerdote. José de Copertino mergulhou tão profundamente nas coisas de Deus que acabou se tornando um conselheiro de padres, bispos, cardeais, chefes de Estado e religiosos em geral. Todos o procuravam. E ele os atendia com paciência, humildade e sabedoria, indicando-lhes a luz de que necessitavam.

José de Copertino morreu aos 60 anos de idade, no dia 18 de setembro de 1663, no Convento de Osímo, Itália. O local, que se tornara um ponto de peregrinação com ele ainda vivo, tornou-se, imediatamente, um santuário a ele dedicado. Festejado liturgicamente no dia de sua morte, este singular frade franciscano é considerado pelos estudiosos como 'o santo mais simpático da hagiografia católica'.

Os frequentes êxtases espirituais, que lhe permitiam 'voar' literalmente pela igreja, fizeram de são José de Copertino o padroeiro dos aviadores e paraquedistas. Também, devido à sua determinação diante das numerosas dificuldades encontradas nos estudos e exames de seleção, é considerado o santo padroeiro dos estudantes que se encontram nessa condição, anualmente.

Texto: Paulinas Internet


Praticar o bem com a palavra

TEMPO COMUM. VIGÉSIMA QUARTA SEMANA. QUARTA‑FEIRA

– A palavra é um grande dom de Deus e não se deve empregá‑la para o mal.
– Imitar Cristo na sua conversa amável com todos. A nossa palavra deve enriquecer, animar, consolar...
– Passar pela vida fazendo o bem com a nossa conversação. Não falar nunca mal de ninguém.

I. ALUDINDO a alguma canção popular ou a alguma brincadeira dos meninos hebreus da época, Jesus censura os que interpretam distorcidamente os seus ensinamentos, a falta de lógica das desculpas que apresentam. São semelhantes a esses garotos que estão sentados na praça e que gritam uns para os outros dizendo: Tocamos flauta para vós e não dançastes, entoamos lamentações e não chorastes. A seguir, o Senhor transmite‑nos o que alguns comentavam de João Batista e dEle mesmo: Porque veio João Batista, que não come pão nem bebe vinho, e dizeis: Está possuído pelo demônio. Veio o Filho do homem, que come e bebe, e dizeis: Eis um glutão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e dos pecadores1. O jejum de João é interpretado como obra do demônio; e a Jesus, por sua vez, chamam‑no glutão. São Lucas não tem reparo algum em mencionar as acusações levantadas contra o Mestre2.

Logicamente, a Sabedoria divina manifesta‑se de maneira diferente em João e em Jesus. João prepara o conhecimento do mistério divino mediante a penitência; Jesus, perfeito Deus e perfeito homem, é portador da salvação, da alegria e da paz. “Por um caminho ou por outro – comenta São João Crisóstomo – deveríeis ter vindo a parar no Reino dos céus”3. O Senhor termina assim esta breve passagem do Evangelho que lemos na Missa de hoje: Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos.

No entanto, muitos fariseus e doutores da Lei não souberam descobrir essa sabedoria que lhes chegava. Ao invés de cantarem a glória de Deus que tinham diante dos olhos, serviram‑se das suas palavras para se entregarem à maledicência, tergiversando o que viam e ouviam. Os seus olhos não viam as maravilhas que se realizavam diante deles, e os seus corações estavam fechados para o bem. Como eram diferentes aquelas outras pessoas a quem o Senhor tinha tantas vezes de impor silêncio porque ainda não chegara a hora da sua manifestação pública! E quando ela chega, estando já próxima a Paixão, toda a multidão dos seus discípulos começou alegremente a louvar a Deus em altas vozes por todas as maravilhas que tinham visto, dizendo: Bendito o rei que vem em nome do Senhor, paz no céu e glória nas alturas4. Alguns fariseus pediram a Jesus que os fizesse calar, mas Ele respondeu: Digo‑vos que, se eles se calarem, gritarão as pedras.

A palavra é um grande dom de Deus, que nos deve servir para cantar os seus louvores e para fazer sempre o bem, nunca o mal. “Acostuma‑te a falar cordialmente de tudo e de todos; em particular, de todos os que trabalham no serviço de Deus.

“E quando não for possível, cala‑te! Também os comentários bruscos ou levianos podem beirar a murmuração ou a difamação”5.

II. JESUS GOSTAVA de conversar com os seus discípulos. São João relata‑nos no seu Evangelho as suas confidências na última Ceia. “Conversava enquanto se dirigia para outra cidade – aquelas longas caminhadas do Senhor! –, enquanto passeava debaixo dos pórticos do Templo. Conversava nas casas, com as pessoas que estavam ao seu redor, como Maria, sentada aos seus pés, ou como João, que reclinou a cabeça sobre o peito de Jesus”6. Nunca se recusou a falar com os que se aproximavam dEle, nas mais diversas circunstâncias de cultura do seu interlocutor ou de tempo...: Nicodemos, a mulher samaritana que fora buscar água ao poço da cidade, um ladrão que lhe fala quando a sua dor era mais forte... Comunicava‑se com todos e todos saíam reconfortados das palavras que trocavam com Ele.

A palavra, dádiva de Deus ao homem, deve servir‑nos para fazer o bem: para consolar os que sofrem; para ensinar os que não sabem; para corrigir amavelmente os que erram; para fortalecer os fracos, tendo em conta que – como diz a Sagrada Escritura – “a língua do sábio cura as feridas”7; para levantar amavelmente os que caíram, como Jesus faz constantemente.

Mostraremos o caminho a muitos que andam perdidos pela vida. “Recordo‑me de que certa vez – relata um bom escritor – andávamos perdidos nos Pireneus, ao meio‑dia, pelas altas solidões [...]. De repente, envolto no gritar do vento, ouvimos um som de guizos; e os nossos olhos alvoroçados, pouco acostumados àquelas grandezas, tardaram muito em descobrir uma manada de cavalos que pastava lá em baixo, num raro verdor. Para lá nos dirigimos esperançosos [...]. Pedimos orientação ao homem, que parecia de pedra; e ele, movendo os olhos no seu rosto estático, levantou lentamente o braço apontando vagamente para um atalho, e mexeu os lábios. No meio das atroadoras rajadas de vento que afogavam toda a voz, apenas sobrenadavam duas palavras que o pastor repetia obstinadamente: «Aquele canal...»; essas eram as suas palavras, e apontava vagamente naquela direção, para o alto. Como eram belas as duas palavras gravemente ditas contra o vento! [...] O canal era o caminho, o canal por onde desciam as águas das neves derretidas. E não era um qualquer, mas aquele canal, que o homem distinguia bem dentre todos pela fisionomia especial e própria que tinha para ele; era aquele canal. Vedes? Para mim, isto é falar”8: enriquecer, orientar, animar, alegrar, consolar, tornar amável o caminho... “Descubro também que a minha pessoa se enriquece através da conversação. Porque possuir sólidas convicções é belo; mas mais belo ainda é poder comunicá‑las e vê‑las compartilhadas e apreciadas por outros”9.

Muitas das pessoas que nos rodeiam andam perdidas no seu pessimismo, na ignorância, na falta de sentido daquilo que fazem. As nossas palavras, sempre animadoras, hão de indicar a muitos os caminhos que levam à alegria, à paz, ao descobrimento da própria vocação... Por “aquele canal”, por aquele caminho encontra‑se a Deus. E muitos encontrarão Cristo nessas confidências normais, cheias de sentido positivo, que teremos oportunidade de manter no meio da vida corrente de todos os dias.

III. A PALAVRA “é um dos dons mais preciosos que o homem recebeu de Deus, dádiva belíssima para manifestar altos pensamentos de amor e de amizade ao Senhor e às suas criaturas”10. Não podemos utilizá‑la de modo frívolo, vazio ou inconsiderado – como acontece quando nos deixamos levar pela loquacidade –, e menos ainda para com ela faltar à verdade ou à caridade, pois a língua – como afirma o Apóstolo Tiago – pode converter‑se num mundo de iniqüidade11, causando muito mal ao nosso redor: discussões estéreis, ironias, zombarias, maledicência, calúnias... Quanto amor desfeito, quanta amizade perdida, porque não se soube calar a tempo!

Como Jesus tinha em alta estima a palavra e a conversação!: Eu vos digo que, de qualquer palavra ociosa que disserem os homens, prestarão contas dela no dia do juízo12. Palavra ociosa é aquela que não aproveita nem ao que a pronuncia nem ao que a escuta, e que provém de um interior vazio e empobrecido. Essa maneira descontrolada de falar, esses modos de expandir‑se dificilmente compatíveis com uma pessoa que procura agir sempre na presença de Deus, costumam ser sintoma de tibieza, de falta de conteúdo interior. O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração; e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro 13.

Dessas conversas, nas quais se podia ter feito o bem e não se fez, o Senhor pedirá contas. “Depois de ver em que se empregam, por completo!, muitas vidas (língua, língua, língua, com todas as suas conseqüências), parece‑me mais necessário e mais amável o silêncio. – E compreendo muito bem que peças contas, Senhor, da palavra ociosa” 14. Da conversa vã e superficial à murmuração, ao mexerico, à intriga, à insídia ou à calúnia costuma haver um caminho muito curto. É difícil controlar a língua se não há um esforço por estar na presença de Deus.

De um cristão que quer seguir Cristo, deveria poder‑se dizer que em nenhuma circunstância o ouviram falar mal de ninguém. Pelo contrário, deveria poder‑se dizer que passou pela vida, como Cristo, fazendo o bem 15, igualmente com a palavra, com a conversa amável e cheia de interesse pelos outros. Uma simples saudação a um conhecido por quem passamos deveria levar‑lhe o bem, deixá‑lo mais bem disposto, mais risonho.

Recorramos ao nosso Anjo da Guarda antes de começarmos a conversar com alguém. Ele saberá ajudar‑nos a não dizer nenhuma palavra ociosa: “Se tivesses presente o teu Anjo da Guarda e os do teu próximo, evitarias muitas tolices que deslizam na tua conversa” 16. E então as nossas conversas, por mais intranscendentes que sejam, serão instrumento para uma sementeira de alegria e de paz.

(1) Lc 7, 31‑35; (2) cfr. Sagrada Bíblia, Santos Evangelhos, EUNSA, Pamplona, 1983, nota a Mt 11, 16‑19; (3) São João Crisóstomo, Homilias sobre São Mateus, 37, 4; (4) Lc 19, 37‑38; (5) São Josemaría Escrivá, Sulco, Quadrante, São Paulo, 1987, n. 902; (6) Albino Luciani, Ilustríssimos senhores; (7) cfr. Prov 12, 18; (8) J. Maragail, Elogio de la palabra, Salvat, Madrid, 1970, pág. 24; (9) Albino Luciani, Ilustríssimos senhores; (10) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 298; (11) Ti 3, 6; (12) Mt 12, 36; (13) Mt 12, 35; (14) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 447; (15) At 10, 38; (16) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 564.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


O retorno à vida

TEMPO COMUM. VIGÉSIMA QUARTA SEMANA. TERÇA‑FEIRA

– Recorrer ao Coração misericordioso de Jesus em todas as necessidades da alma e do corpo.
– A misericórdia da Igreja.
– A misericórdia divina no Sacramento do perdão. Condições de uma boa confissão.

I. JESUS DIRIGIA‑SE a uma pequena cidade chamada Naim1, acompanhado dos seus discípulos e de uma grande multidão. Ao entrar na cidade, encontrou‑se com um grupo numeroso de pessoas que levavam para ser enterrado um defunto, filho único de uma mulher viúva, e é muito provável que se detivesse esperando que o cortejo fúnebre passasse. Então, olhando para a mãe, moveu‑se de compaixão para com ela.

Os Evangelistas referem em muitas ocasiões esses sentimentos do Coração de Jesus quando depara com a desgraça e o sofrimento; nunca se desvia deles. Ao ver a multidão – escreve São Mateus, relatando outro episódio semelhante – Jesus compadeceu‑se das multidões, porque eram como ovelhas sem pastor2; quando se encontra com o leproso que o procurava, compadeceu‑se dele e disse‑lhe: Quero; sê limpo3; quando a multidão o seguia, sem se preocupar com o alimento, apesar de que o dia ia declinando, disse aos seus discípulos: Tenho compaixão deste povo, e multiplicou os pães e os peixes4; quando viu perto dEle um cego, compadecido, tocou‑lhe os olhos e devolveu‑lhe a vista5.

A misericórdia é a atitude “própria de Deus” – afirma São Tomás de Aquino6 –, e manifesta‑se plenamente em Jesus Cristo tantas vezes quantas depara com o sofrimento. “Jesus revelou, sobretudo com o seu estilo de vida e com as suas ações, como o amor está presente no mundo em que vivemos, o amor operante, o amor que se dirige ao homem e abraça tudo aquilo que forma a sua humanidade. Esse amor faz‑se notar especialmente no contacto com o sofrimento, a injustiça, a pobreza, no contacto com toda a condição humana histórica, que manifesta de vários modos as limitações e a fragilidade, tanto físicas como morais, do homem”7. Todo o Evangelho, mas especialmente as passagens que nos mostram o Coração misericordioso de Jesus, devem mover‑nos a recorrer a Ele nas necessidades da alma e do corpo. Ele continua no meio dos homens, e somente espera que nos deixemos ajudar.

Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor. Não me escondas o teu rosto no dia da minha angústia. Inclina para mim o teu ouvido; quando eu te invocar, ouve‑me prontamente, recitam os sacerdotes na Liturgia das Horas de hoje8. E o Senhor, que nos escuta sempre, vem em nosso auxílio sem se fazer esperar.

II. JESUS, AO VER a mulher, movido de compaixão para com ela, disse‑lhe: Não chores. E aproximou‑se e tocou no esquife. E os que o levavam pararam. Então disse ele: Jovem, eu te digo, levanta‑te. E sentou‑se o que tinha estado morto e começou a falar. E Jesus entregou‑o à sua mãe.

Muitos Padres viram nesta mãe que recupera o filho morto uma imagem da Igreja, que também recebe os seus filhos mortos pelo pecado, prolongando assim a ação misericordiosa de Cristo. A Igreja, que é Mãe, com a sua dor “intercede por cada um dos seus filhos como fez a mãe viúva pelo seu filho único”9. Ela “alegra‑se diariamente – comenta Santo Agostinho – com os homens que ressuscitam nas suas almas. Aquele, morto corporalmente; estes, espiritualmente”10. Se o Senhor se compadece de uma multidão faminta, como não há de compadecer‑se de quem sofre uma doença da alma ou já traz em si a morte para a vida eterna?

A Igreja é misericordiosa “quando aproxima os homens das fontes da misericórdia do Salvador, das quais é depositária e dispensadora”11, especialmente da Eucaristia e do Sacramento da Penitência ou Reconciliação. “A Eucaristia aproxima‑nos sempre daquele amor que é mais forte do que a morte”, diz João Paulo II. E o sacramento da Penitência, continua o Papa, “aplaina o caminho a cada homem, mesmo quando está sobrecarregado com graves culpas. Neste sacramento, todos os homens podem experimentar de modo singular a misericórdia, isto é, aquele amor que é mais forte do que o pecado”12. É Jesus que passa novamente pelas nossas ruas e cidades e se apieda dos males de que padece esta humanidade enferma; que se apieda sobretudo dos homens vergados sob o peso do único mal absoluto que existe, o pecado.

A Sagrada Eucaristia é fonte de fortaleza, como o é o alimento em relação ao corpo. Conta‑se que, nos tempos antigos, um rei enviou de presente a um vizir árabe a espada que lhe tinha servido para vencer inúmeras batalhas. O agraciado quis experimentá‑la no primeiro combate em que entrou, mas, com grande surpresa sua, saiu derrotado. Mandou então dizer ao rei que estava decepcionado. Ao que o rei respondeu: “Eu te mandei a minha espada, mas não o meu braço”. A Sagrada Comunhão é o braço de Deus, é todo o seu poder, que atua dentro de nós e dá vigor à nossa capacidade de luta, multiplicando‑a.

Este é o pão que desceu do céu; não é como o pão que os vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente13, disse o Senhor em Cafarnaum. A Eucaristia, quando a recebemos nas devidas disposições de alma e corpo, reforça em nós os mecanismos de defesa, ajudando‑nos a resistir às tentações e preservando‑nos sobretudo de cair num estado anêmico de tibieza que é fonte de mediocridade espiritual e, mais cedo ou mais tarde, de quedas que podem ser sérias. Perguntemo-nos se sabemos corresponder a essa prova da misericórdia de Deus procurando comungar assiduamente, com fé na graça do Sacramento. “Quantos anos comungando diariamente! – Qualquer outro seria santo – disseste‑me –, e eu, sempre na mesma! – Meu filho – te respondi –, continua com a Comunhão diária e pensa: Que seria de mim se não tivesse comungado?”14

III. A MISERICÓRDIA DE DEUS é infinita; inexaurível “é a prontidão do Pai em acolher os filhos pródigos que voltam para casa. São infinitas também a prontidão e a força do perdão que brotam continuamente do admirável valor do Sacrifício do Filho. Não há nenhum pecado humano que prevaleça sobre esta força ou sequer a limite. Por parte do homem, o que pode limitá‑la é somente a falta de boa vontade, a falta de prontidão na conversão e na penitência, isto é, a permanência na obstinação, que leva a opor‑se à graça e à verdade”15.

Somente nós podemos impedir que o olhar misericordioso de Jesus, que cura e liberta, chegue ao fundo da nossa alma.

Na medida em que vamos conhecendo mais o Senhor e seguindo os seus passos, sentimos uma maior necessidade de purificar a alma. E o primeiro meio de que dispomos para consegui‑lo é esmerar‑nos em cada uma das nossas confissões, evitando a rotina, aprofundando no amor e na dor. Aprofundar como se cada confissão, sempre única, fosse a última; fugindo da precipitação e da superficialidade.

Para isso, devemos ter em conta as cinco condições necessárias para uma boa confissão, que é bom repassarmos de vez em quando para obtermos um fruto crescente desse instrumento da misericórdia divina: exame de consciência, humilde, feito na presença de Deus, descobrindo as causas e porventura os hábitos que motivaram as nossas faltas; dor dos pecados, a contrição, com um sentido mais vivo da gravidade do pecado;propósito de emenda concreto e firme, que muitas vezes é o melhor índice de uma boa confissão; confissão dos pecados, que consiste numa verdadeira acusação da falta cometida, com o desejo de receber o perdão, e não um relato mais ou menos geral da situação da alma ou das coisas que nos preocupam; e cumprir a penitência, pela qual nos associamos ao sacrifício infinito de expiação de Cristo: essa penitência que o sacerdote nos impõe – tão mitigada maternalmente pela Igreja – não é simplesmente uma obra de piedade, mas desagravo, reparação e satisfação pelas culpas contraídas, em união com os sofrimentos de Cristo no Calvário.

Quando Jesus instituiu o sacramento da Penitência, tinha os seus olhos cheios de bondade postos em cada um dos que haveríamos de vir depois, nos nossos erros, nas nossas fraquezas e nas ocasiões em que iríamos talvez mudar‑nos para muito longe da Casa do Pai. E deixava‑nos ao mesmo tempo o sacramento da paciência divina, o sacramento em que o nosso Pai‑Deus se coloca todos os dias às portas da eternidade para esperar ansiosamente o regresso dos filhos que partiram.

Peçamos a Nossa Senhora, refúgio dos pecadores nosso refúgio –, que nos ajude a aproximar‑nos do sacramento da Confissão cada vez mais bem preparados. E pensemos também na grande obra de misericórdia que levamos a cabo quando conseguimos que um amigo, um parente ou um conhecido recobre ou aumente, pela recepção deste sacramento, a Vida sobrenatural da sua alma.

(1) Cfr. Lc 7, 11‑17; (2) Mt 9, 36; (3) Mt 1, 41; (4) Mc 8, 2; (5) Mt 18, 27; (6) São Tomás de Aquino, Suma teológica, II‑II, q. 30, a. 4; (7) João Paulo II, Carta Encíclica Dives in misericordia,30.12.80, 11, 3; (8) Sl 102, 2‑3; Liturgia das Horas, Ofício das Leituras; (9) Santo Ambrósio, Comentário ao Evangelho de São Lucas, V, 92; (10) Santo Agostinho, Sermão 98, 2; (11) João Paulo II, Carta Encíclica Dives in misericordia, VII, 13; (12) ibid.; (13) Jo 6, 59; (14) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Caminho, 9ª ed., Quadrante, São Paulo, 1999, n. 534; (15) João Paulo II, Carta Encíclica Dives in misericordia, VII, 13.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


17 de Setembro 2019

A SANTA MISSA

24ª Semana do Tempo Comum – Terça-feira 
Cor: Verde

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1ª Leitura: 1Tm 3, 1-13

“O epíscopo tem o dever de ser irrepreensível;
do mesmo modo os diáconos possuam o mistério da fé
junto com uma consciência limpa”

Leitura da Primeira Carta de São Paulo apóstolo a Timóteo

Caríssimo: 1 Eis uma palavra verdadeira: quem aspira ao episcopado, saiba que está desejando uma função sublime. 2 Porque o epíscopo tem o dever de ser irrepreensível, marido de uma só mulher, sóbrio, prudente, modesto, hospitaleiro, capaz de ensinar. 3 Não deve ser dado a bebidas nem violento mas condescendente, pacífico, desinteressado. 4 Deve saber governar bem sua casa, educar os filhos na obediência e castidade. 5 Pois, quem não sabe governar a própria casa, como governará a Igreja de Deus? 6 Não pode ser um recém-convertido para não acontecer que, ofuscado pela vaidade, venha a cair na mesma condenação que o demônio. 7 Importa também que goze de boa consideração da parte dos de fora para que não se exponha à infâmia e caia nas armadilhas do diabo. 8 Do mesmo modo os diáconos devem ser pessoas de respeito, homens de palavra, não inclinados à bebida, nem a lucro vergonhoso. 9 Possuam o mistério da fé junto com uma consciência limpa. 10 Antes de receber o cargo sejam examinados; se forem considerados dignos, poderão exercer o ministério. 11 Também as mulheres devem ser honradas sem difamação mas sóbrias e fiéis em tudo. 12 Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e saibam dirigir bem os seus filhos e a sua própria casa. 13 Pois os que exercem bem o diaconato, recebem uma posição de estima e muita liberdade para falar da fé em Cristo Jesus.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 100 (101), 1-2ab. 2cd-3ab. 5.6(R. cf. 2b)

Viverei na pureza do meu coração!

Eu quero cantar o amor e a justiça, *
cantar os meus hinos a vós, ó Senhor!
2a Desejo trilhar o caminho do bem, *
2b mas quando vireis até mim, ó Senhor?        R.

2c Viverei na pureza do meu coração, *
2d no meio de toda a minha família.
3a Diante dos olhos eu nunca terei *
3b qualquer coisa má, injustiça ou pecado.       R.

5 Farei que se cale diante de mim *
quem é falso e às ocultas difama seu próximo;
o coração orgulhoso, o olhar arrogante *
não vou suportar e não quero nem ver.        R.

6 Aos fiéis desta terra eu volto meus olhos; *
que eles estejam bem perto de mim!
Aquele que vive fazendo o bem *
será meu ministro, será meu amigo.       R. 

Evangelho: Lc 7, 11-17 

 “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 11 Jesus dirigiu-se a uma cidade chamada Naim. Com ele iam seus discípulos e uma grande multidão. 12 Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único; e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade a acompanhava. 13 Ao vê-la, o Senhor sentiu compaixão para com ela e lhe disse: ‘Não chores!’ 14 Aproximou-se, tocou o caixão, e os que o carregavam pararam. Então, Jesus disse: ‘Jovem, eu te ordeno, levanta-te!’ 15 O que estava morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. 16 Todos ficaram com muito medo e glorificavam a Deus, dizendo: ‘Um grande profeta apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu povo.’ 17 E a notícia do fato espalhou-se pela Judeia inteira, e por toda a redondeza.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Santo Alberto de Jerusalém 

17 de Setembro

Santo Alberto de Jerusalém 

Alberto nasceu no ano 1150 em Parma, na Itália, no seio da rica e nobre família Avogrado, dos condes Sabbioneta. Ainda muito jovem, resolveu deixar a vida mundana da Corte, ingressando no Convento dos Cónegos de Santo Agostinho de Mortara, em Pavia. Em pouco tempo, foi eleito prior pelos companheiros e, em 1184, foi nomeado bispo de Bobbio, cargo que recusou porque não se achava preparado e à altura da função.

Porém essa não era a opinião do papa Clemente III, que nesse mesmo ano o encarregou de assumir o bispado de Vercelli. Assim, Alberto não teve como recusar. Assumiu a missão com tanta vontade de fazer um bom ministério que ficou na função por vinte anos, levando o povo local a uma vida de penitência, oração e caridade. Era sempre tão conciliador e justo na intermediação de causas que o imperador Frederico Barbaroxa solicitou seus préstimos para solucionar uma disputa entre Parma e Piacenza, em 1194. Com sua intervenção junto à Sé, em Roma, a desavença chegou ao fim rapidamente.

Passados mais alguns anos de trabalho, em 1205 Alberto foi nomeado patriarca de Jerusalém, cargo que também só aceitou por insistência do papa Inocêncio III. O argumento usado pelo papa foi definitivo: a Palestina sofria uma pressão fortíssima por parte dos muçulmanos e era preciso ter entre os católicos alguém com carisma e disciplina de "mão forte", pois havia o risco do desaparecimento do cristianismo naquela região.

Alberto não fugiu da responsabilidade, mas como Jerusalém estava sob domínio dos árabes sarracenos, foi para lá em 1206, fixando residência na cidade de Acra. Foi necessário pouco tempo para que ele reconduzisse as ovelhas desgarradas ao rebanho, ganhando o respeito tanto dos cristãos como dos árabes muçulmanos.

Ele foi o patriarca da Palestina durante oito anos. E durante esse período reuniu todos os eremitas de Monte Carmelo, redigindo ele mesmo as Regras para a comunidade. Brocardo, então prior dos carmelitas, pediu ao Patriarca Alberto que lhes desse uma norma de vida. De bom grado S. Alberto a escreveu, tornando-se assim no Legislador da nossa Ordem. Por isso, e apesar de não ter sido carmelita, a Ordem do Carmo o representa nas suas imagens vestido de carmelita e com a Regra na mão.

Morreu assassinado pelo professor e prior do Hospital do Espírito Santo, ao qual ele havia primeiro advertido e depois afastado, por suas atrocidades. Quando Alberto conduzia uma procissão, o malfeitor investiu contra ele com um punhal, matando-o na frente de todos os fiéis. Era o dia 14 de setembro de 1214.

Fonte: http://www.carmelitasmensageiras.com.br


São Cornélio e São Cipriano

16 de Setembro

São Cornélio e São Cipriano

Neste dia 16 de setembro, a Igreja celebra o Papa São Cornélio e o Bispo São Cipriano, dois amigos que se opuseram às heresias e blasfêmias de seu tempo. O que os levou a morrer como mártires.

Cornélio significa “duro como chifre” e durante sua vida honrou seu nome, pois enfrentou com firmeza a heresia de Novaciano, que proclamava que a Igreja Católica não tinha poder para perdoar os pecados. Entretanto, o Papa se opôs e sustentou o perdão para o pecador verdadeiramente arrependido.

Entre os que apoiavam o Papa estava São Cipriano, o qual o respaldou contra a heresia de Novaciano.

Porém, o sofrimento de São Cornélio não seria apenas por questões internas na Igreja, mas também pela perseguição aos cristãos por parte do imperador Décio. Foi envido ao desterro e morreu decapitado no ano 253.

Cipriano, Bispo de Cartago, por sua vez, sofreu do mesmo modo a perseguição de Décio e do imperador Valeriano. Mais tarde, decretaram pena de morte a ele por continuar celebrando cerimônias religiosas e se opor a oferecer sacrifícios aos deuses. Ele, ao ouvir sua sentença, exclamou: “Graça sejam dadas a Deus”. Em seguida, foi decapitado em setembro de 258.

Assim, os dois amigos, unidos na fé e no apoio em tempos difíceis, padeceram o mesmo suplício e deram testemunho aos demais cristãos para que permaneçam firmes na Verdade.

Fonte: https://www.acidigital.com


A fé de um centurião

TEMPO COMUM. VIGÉSIMA QUARTA SEMANA. SEGUNDA‑FEIRA

– A humildade, primeira condição para crer.
– O crescimento da fé.
– Humildade para perseverar na fé.

I. É POSSÍVEL que a cena narrada no Evangelho da Missa de hoje1 tenha acontecido ao cair da tarde, quando Jesus, tendo acabado de instruir o povo, entrou na cidade de Cafarnaum. Nesse momento, chegaram uns anciãos dos judeus que, aproximando‑se do Senhor, intercederam por um centurião cujo servo, que ele amava muito, estava à morte.

Este gentio surge aos nossos olhos como uma alma de grandes virtudes. É um homem que sabe mandar, pois diz a um soldado vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem. E ao mesmo tempo tem um grande coração, sabe querer aos que o rodeiam, como é o caso desse servo doente, por quem faz tudo o que pode para que se cure. É um homem generoso, que tinha construído a sinagoga da cidade: faz‑se respeitar e querer, pois, como escreve São Lucas, os judeus que recorreram a Jesus insistiram dizendo‑lhe: Ele merece que lhe faças esta graça, porque é amigo da nossa nação.

Depois de ter recebido essas recomendações, Jesus pôs‑se a caminho. E quando já estava perto da casa, o centurião enviou uma nova embaixada ao Mestre para dizer‑lhe: Senhor, não te incomodes, porque eu não sou digno de que entres em minha casa. Foi por isso que nem eu mesmo me achei digno de ir ter contigo; mas dize uma só palavra e o meu servo será curado.

Esta fé cheia de humildade conquistou o coração de Jesus, de tal maneira que o Senhor ficou admirado; e, voltando‑se para a multidão que o seguia, disse. Em verdade vos digo que não encontrei tamanha fé em Israel.

A humildade é a primeira condição para crer; é o caminho amplo pelo qual se chega à fé e se colabora para aumentá‑la: abre‑nos a via de acesso a Jesus. Santo Agostinho, ao comentar esta passagem do Evangelho, diz que a humildade foi a porta por onde Jesus entrou para tomar posse daquilo que já possuía2.

Peçamos hoje ao Senhor uma sincera humildade que nos aproxime dEle, que aumente e fortaleça a nossa fé e que nos disponha a fazer em tudo a sua santíssima Vontade. “Confiaste‑me que, na tua oração, abrias o coração com as seguintes palavras: «Considero, Senhor, as minhas misérias, que parecem aumentar apesar das tuas graças, sem dúvida pela minha falta de correspondência. Reconheço a ausência em mim da menor preparação para o empreendimento que pedes. E quando leio nos jornais que tantos e tantos homens de prestígio, de talento e de dinheiro falam e escrevem e organizam para defender o teu reinado... olho para mim e vejo‑me tão ignorante e tão pobre, numa palavra, tão pequeno... que me encheria de confusão e de vergonha se não soubesse que Tu me queres assim. Ó Jesus! Por outro lado, sabes bem que coloquei a teus pés, com a maior das boas vontades, a minha ambição... Fé e Amor: Amar, Crer, Sofrer. Nisto, sim, quero ser rico e sábio, mas não mais sábio nem mais rico do que aquilo que Tu, na tua Misericórdia sem limites, tenhas determinado: porque devo pôr todo o meu prestígio e honra em cumprir fielmente a tua justíssima e amabilíssima Vontade»”3.

II. EM VERDADE VOS DIGO que não encontrei tamanha fé em Israel. Que elogio imenso! Com que alegria não teria o Senhor pronunciado essas palavras! Meditemos hoje como é a nossa fé e peçamos a Jesus que nos conceda a graça de crescer nela dia a dia.

Santo Agostinho ensinava que ter fé é “credere Deo, credere Deum, credere in Deum4, numa forma clássica entre os teólogos. Quer dizer: dar crédito a Deus, isto é, aceitar a sua autoridade que vem ao nosso encontro e se dá a conhecer; crer em todas as verdades que Deus nos comunica nesse encontro pessoal; e, por último, crer em Deus, amando‑o, confiar nEle sem medida. Progredir na fé é crescer nestas facetas.

O primeiro aspecto exige que tenhamos uma séria preocupação por melhorar a nossa formação doutrinal, por crescer no conhecimento de Deus. Um meio muito acessível de consegui-lo é sermos fiéis à prática da leitura espiritual – dez a quinze minutos por dia –, que nos permitirá adquirir ao longo dos anos todas as noções fundamentais de que necessitamos para assentar em bases firmes a nossa fé e a nossa piedade. Essa leitura deve abranger sucessiva ou alternadamente obras seguras sobre a espiritualidade cristã, teologia para leigos e documentos do Magistério pontifício relativos aos mistérios da fé e aos princípios morais.

O segundo aspecto implica crescer na relação pessoal com o Senhor, nosso Criador e Redentor, procurar diariamente o colóquio com Ele na oração, a plena união na Sagrada Eucaristia e depois a sua presença em tantas ocasiões no meio do trabalho, nas dificuldades e nas alegrias... É vê‑lo sempre muito perto da nossa vida diária5.

O terceiro aspecto é o coroamento e a fruição dos outros dois: é o amor que toda a fé verdadeira traz consigo. “Senhor, creio em ti e amo‑te, falo‑te, mas não como a um estranho, porque, ao relacionar‑me contigo, vou‑te conhecendo e é impossível que te conheça e não te ame; mas se eu te amo, vejo claramente que devo lutar por viver, dia após dia, de acordo com a tua palavra, a tua vontade e a tua verdade”6.

III. E, VOLTANDO PARA CASA, os que tinham sido enviados encontraram o servo curado. Todos os milagres que Jesus fez procediam de um Coração cheio de amor e de misericórdia; nunca realizou um prodígio que ferisse alguém. Também não realizou nenhum milagre em proveito próprio. Vemo‑lo passar fome e não converter as pedras em pão, ter sede e pedir de beber a uma mulher samaritana, junto do poço de Jacó7. E quando Herodes lhe exige um prodígio, permanece em silêncio, muito embora soubesse que aquele homem podia libertá‑lo...

O fim dos milagres que o Senhor realizou foi o bem daqueles que se aproximavam dEle: para que creiam que Tu me enviaste8. As suas obras de misericórdia corporais transformaram‑se num bem muito maior para a alma. Por isso, naquela tarde, quando o centurião pôde ver curado o seu servo, o milagre uniu‑o mais a Jesus. Não nos custa admitir que, depois do Pentecostes, tenha sido um dos primeiros gentios a receber o Batismo, e que terá sido fiel ao Mestre até o fim dos seus dias.

A fé verdadeira leva‑nos à união com Jesus Cristo Redentor, com o seu poder sobre todas as criaturas, e confere‑nos uma segurança e uma firmeza que nos colocam ao abrigo de todas as circunstâncias humanas, de qualquer acontecimento que possa sobrevir. Mas, para termos essa fé, necessitamos também da humildade do centurião: sabermo‑nos nada diante de Jesus; não desconfiarmos nunca do seu auxílio, por mais que demore em chegar ou chegue de uma maneira diferente da que esperávamos.

Santo Agostinho afirmava que todos os dons de Deus podiam reduzir‑se a este: “receber a fé e perseverar nela até o último instante da vida”9. A humildade de saber que podemos trair a fé recebida, que somos capazes de separar‑nos do Mestre, ajudar‑nos‑á a não abandonar nunca o trato habitual com Ele, bem como esses meios de formação que nos ensinam a conhecer melhor a Deus e nos proporcionam os argumentos de que precisamos para dá‑lo a conhecer. O verdadeiro obstáculo para perseverar na fé é a soberba. Deus resiste aos soberbos e dá a sua graça aos humildes10. Por isso temos de pedir a humildade com muita freqüência.

Em Nossa Senhora encontramos essa união profunda entre a fé e a humildade. Santa Isabel, impelida pelo Espírito Santo, cumprimenta‑a com estas palavras: Bem‑aventurada és tu que creste... E o Espírito Santo coloca na boca da Virgem Mãe uma resposta que é um cântico de humildade: – Uma imensa felicidade embarga a minha alma, e todas as gerações me chamarão bem‑aventurada... Mas a razão última não é nada meu: Deus pôs os olhos na humildade da sua serva, abriu o meu coração e cumulou‑o de graças...11

Recorremos a Nossa Senhora para que nos ensine a crescer nesta virtude em que a fé assenta os seus alicerces firmes. “A Escrava do Senhor é hoje a Rainha do Universo. Quem se humilha será exaltado (Mt 23, 12). Saibamos colocar‑nos ao serviço de Deus sem condições e seremos elevados a uma altura inacreditável; participaremos da vida íntima de Deus, seremos como deuses!, mas pelo caminho regulamentar: o da humildade e docilidade ao querer do nosso Deus e Senhor”12.

(1) Lc 7, 1‑10; (2) cfr. Santo Agostinho, Sermão 46, 12; (3) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Forja, Quadrante, São Paulo, 1987, n. 822; (4) Santo Agostinho, Sermão 144, 2; (5) cfr. Pedro Rodríguez, Fe y vida de fe, EUNSA, Pamplona, 1974, págs. 124‑125; (6) ibid., pág. 125; (7) cfr. Jo 4, 7; (8) Jo 11, 42; (9) Santo Agostinho, Sobre o dom da perseverança, 17, 47; 50, 641; (10) Ti 4, 6; (11) cfr. Lc 1, 45 e segs.; (12) Antonio Orozco Delclos, Olhar para Maria, Quadrante, São Paulo, 1992.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


16 de Setembro 2019

A SANTA MISSA

24ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira 
Memória: São Cornélio, papa, e São Cipriano, bispo, mártires
Cor: Vermelha

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1ª Leitura: 1Tm 2, 1-8 

“Recomendo que se façam orações a Deus por todos os homens,
Deus que quer que todos sejam salvos”
 

Leitura da Primeira Carta de São Paulo apóstolo a Timóteo

Caríssimo: 1 Antes de tudo, recomendo que se façam preces e orações, súplicas e ações de graças, por todos os homens; 2 pelos que governam e por todos que ocupam altos cargos, a fim de que possamos levar uma vida tranquila e serena, com toda piedade e dignidade. 3 Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador; 4 ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. 5 Pois há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, 6 que se entregou em resgate por todos. Este é o testemunho dado no tempo estabelecido por Deus, 7 e para este testemunho eu fui designado pregador e apóstolo, e – falo a verdade, não minto – mestre das nações pagãs na fé e na verdade. 8 Quero, portanto, que em todo lugar os homens façam a oração, erguendo mãos santas, sem ira e sem discussões.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 27(28), 2.7.8-9 (R. 6)

R. Bendito seja o Senhor,
porque ouviu o clamor da minha súplica!

Escutai o meu clamor, a minha súplica, *
quando eu grito para vós;
quando eu elevo, ó Senhor, as minhas mãos *
para o vosso santuário. R.

7 Minha força e escudo é o Senhor; *
meu coração nele confia.
Ele ajudou-me e alegrou meu coração; *
eu canto em festa o seu louvor.        R.

8 O Senhor é a fortaleza do seu povo *
e a salvação do seu Ungido.
9 Salvai o vosso povo e libertai-o; *
abençoai a vossa herança!
Sede vós o seu pastor e o seu guia *
pelos séculos eternos!        R. 

Evangelho: Lc 7,1-10 

“Nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 1 Quando acabou de falar ao povo que o escutava, Jesus entrou em Cafarnaum. 2 Havia lá um oficial romano que tinha um empregado a quem estimava muito, e que estava doente, à beira da morte. 3 O oficial ouviu falar de Jesus e enviou alguns anciãos dos judeus, para pedirem que Jesus viesse salvar seu empregado. 4 Chegando onde Jesus estava, pediram-lhe com insistência: ‘O oficial merece que lhe faças este favor, 5 porque ele estima o nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga.’ 6 Então Jesus pôs-se a caminho com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial mandou alguns amigos dizerem a Jesus: ‘Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. 7 Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente ao teu encontro. Mas ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado. 8 Eu também estou debaixo de autoridade, mas tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Se ordeno a um: ‘Vai!’, ele vai; e a outro: ‘Vem!’, ele vem; e ao meu empregado ‘Faze isto!’, e ele o faz’.’ 9 Ouvindo isso, Jesus ficou admirado. Virou-se para a multidão que o seguia, e disse: ‘Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé.’ 10 Os mensageiros voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em perfeita saúde. 

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Terço lagrimas de sangue de Nossa Senhora | Instituto Hesed


Terço lagrimas de sangue de Nossa Senhora das Dores


O Filho Pródigo

TEMPO COMUM. VIGÉSIMO QUARTO DOMINGO. ANO C

– A misericórdia inesgotável de Deus.
– A dignidade recuperada.
– Servir a Deus é uma honra.

I. TEM PIEDADE DE MIM, ó Deus, segundo a tua misericórdia. / Segundo a multidão das tuas clemências, apaga a minha iniqüidade. / Lava‑me inteiramente da minha culpa e purifica‑me do meu pecado.

Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito firme... / Não desprezarás, ó Deus, um coração contrito e humilhado 1.

A liturgia deste domingo propõe à nossa consideração, uma vez mais, a misericórdia inesgotável do Senhor: um Deus que perdoa e que manifesta a sua infinita alegria por cada pecador que se converte! Na primeira Leitura 2, vemos como Moisés intercede pelo Povo de Deus, que bem cedo esqueceu a Aliança e construiu um bezerro de ouro enquanto ele se encontrava no monte Sinai. Moisés não procura desculpar o pecado do povo, mas apóia a sua oração no próprio Deus, nas suas antigas promessas, na sua misericórdia. Na segunda Leitura 3, São Paulo fala‑nos da sua própria experiência pessoal: Palavra fiel e digna de toda a aceitação: Jesus Cristo veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro. Por isso alcancei misericórdia, para que em mim, sendo o primeiro, Jesus Cristo mostrasse toda a sua paciência. É a experiência íntima de cada um de nós. Todos sabemos como Deus jamais se cansou de perdoar‑nos, de facilitar‑nos continuamente o caminho da reconciliação.

No Evangelho da Missa 4, São Lucas relata diversas parábolas que revelam a compaixão do Senhor perante o estado a que o pecador fica reduzido, e a sua alegria ao recuperar os que pareciam definitivamente perdidos. O personagem central destas parábolas é o próprio Deus, que lança mão de todos os meios para recuperar os seus filhos feridos pelo pecado: é o pastor que parte em busca da ovelha tresmalhada até encontrá‑la, e que depois a carrega sobre os ombros porque a vê fatigada e exausta após o seu extravio; é a mulher que perdeu uma dracma e acende a candeia, varre a casa e procura diligentemente a moeda até encontrá‑la; é o pai que, movido pela impaciência do amor, sai todos os dias ao terraço da sua casa e aguça o olhar para ver se qualquer figura que vislumbra ao longe não é o filho que abandonou o lar... “No seu grande amor pela humanidade, Deus vai atrás do homem – escreve Clemente de Alexandria – como a mãe voa sobre o passarinho pequeno quando este cai do ninho; e se a serpente ameaça devorá‑lo, esvoaça gemendo sobre os seus filhotes (cfr. Deut 32, 11). Assim Deus busca paternalmente a criatura, cura‑a da sua queda, persegue a besta selvagem e recolhe o filho, animando‑o a voltar, a voar para o ninho” 5.

Assim vos digo eu que haverá júbilo entre os anjos de Deus por um só pecador que faça penitência. Como podemos retrair‑nos do arrependimento sincero diante de tanto júbilo divino? A atitude misericordiosa de Deus será motivo mais forte para a contrição, por mais longe que estejamos. Antes de termos levantado a mão pedindo ajuda, Ele já terá estendido a sua – mão forte de pai – para nos levantar e nos ajudar a ir para a frente.

II. O PECADO, tão detalhadamente descrito na parábola do filho pródigo, “consiste na rebelião contra Deus, ou ao menos no esquecimento ou indiferença para com Ele e para com o seu amor” 6, no desejo néscio de viver fora do amparo de Deus, de emigrar para uma terra distante, longe da casa paterna. Mas esta «fuga de Deus» tem como conseqüência para o homem uma situação de confusão profunda sobre a sua própria identidade, ao lado de uma amarga experiência de empobrecimento e desespero: o filho pródigo, conforme narra a parábola, depois de tudo, começou a passar necessidade e viu‑se obrigado – ele, que tinha nascido em liberdade – a servir um dos habitantes daquela região” 7. Como se passa mal quando se está longe de Deus! “Onde se passará bem sem Cristo – pergunta Santo Agostinho –, ou quando se poderá passar mal com Ele?” 8

A liturgia da Missa de hoje convida‑nos a meditar na grandeza do nosso Pai‑Deus e no seu amor por nós. Quando o filho decide regressar à casa paterna e trabalhar na herdade como um jornaleiro, o pai, profundamente comovido ao ver as condições em que retorna, corre ao seu encontro e demonstra‑lhe prodigamente o seu amor: Lançou‑lhe os braços ao pescoço – diz Jesus na parábola – e cobriu‑o de beijos. Acolhe‑o como filho imediatamente. “Estas são as palavras do livro sagrado: cobriu‑o de beijos, comia‑o a beijos. Pode‑se falar com mais calor humano? Pode‑se descrever de maneira mais gráfica o amor paternal de Deus pelos homens?

“Perante um Deus que corre ao nosso encontro, não nos podemos calar, e temos que dizer‑lhe com São Paulo: Abba, Pater! (Rom 8, 15), Pai, meu Pai!, porque, sendo Ele o Criador do universo, não se importa de que não o tratemos com títulos altissonantes, nem reclama a devida confissão do seu poder. Quer que lhe chamemos Pai, que saboreemos essa palavra, deixando a alma inundar‑se de alegria” 9. Pai, meu Pai!, é como o temos chamado tantas vezes, enchendo-nos de paz e de consolo.

Até esse momento, o pai nada tinha dito; agora as suas palavras transbordam de alegria. Não põe condições ao filho, não quer lembrar‑se mais do passado... Pensa no futuro, em restituir‑lhe quanto antes a dignidade de filho. Por isso, nem o deixa terminar a frase que tinha preparado, e ordena: Tirai depressa o vestido mais precioso e vesti‑lho, e metei‑lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também um vitelo gordo e matai‑o, e comamos e banqueteemo‑nos, porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha‑se perdido e foi encontrado. O vestido mais precioso converte‑o em hóspede de honra, o anel devolve‑lhe a dignidade perdida, as sandálias declaram‑no livre 10. O amor paterno de Deus inclina‑se para todos os filhos pródigos, para qualquer miséria humana, especialmente para a miséria moral. Então, aquele que é objeto da compaixão divina “não se sente humilhado, mas reencontrado e «revalorizado»” 11.

Na Confissão, através do sacerdote, o Senhor devolve‑nos tudo o que perdemos por culpa própria: a graça e a dignidade de filhos de Deus. Cumula‑nos da sua graça e, se o arrependimento é profundo, coloca‑nos num lugar mais alto do que aquele em que estávamos anteriormente: “Da nossa miséria tira riqueza; da nossa debilidade, fortaleza. O que não nos há de preparar então, se não o abandonamos, se freqüentamos a sua companhia todos os dias, se lhe dirigimos palavras de carinho confirmadas com as nossas ações, se lhe pedimos tudo, confiados na sua onipotência e na sua misericórdia? Se prepara uma festa para o filho que o traiu, só por tê‑lo recuperado, o que não nos outorgará a nós, se sempre procuramos ficar a seu lado?” 12

III. E COMEÇARAM a celebrar a festa. Neste momento, quando parece que a parábola terminou, o Senhor introduz mais um personagem: o irmão mais velho. Vem do campo, do trabalho nas terras do pai, como sempre fez. Quando chega a casa, a festa está no apogeu. Ouve já de longe a música e os cantos, e surpreende‑se. Um criado informa‑o de que estão celebrando o retorno do irmão mais novo, que chegou esfarrapado. Finalmente voltou!

Mas o irmão mais velho fica aborrecido. “O canto, a alegria e a festa não te moveram o coração? – comenta Santo Agostinho –. O banquete do novilho gordo não te fez pensar? Ninguém te exclui. Tudo em vão; o servo fala, mas o aborrecimento persiste, e ele não quer entrar” 13. É a nota discordante da tarde. É também o momento das queixas ocultas e reprimidas durante tanto tempo, que agora afloram: tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir nenhuma das tuas ordens, e nunca me deste um só cabrito; mas agora que chegou esse teu filho, que devorou os seus bens com meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho gordo.

O Pai é Deus, que tem sempre as mãos abertas, cheias de misericórdia. O filho mais novo é a imagem do pecador, que percebe que só pode ser feliz junto de Deus, nem que seja no último lugar, mas com seu Pai‑Deus. E o mais velho? É um homem trabalhador, que sempre serviu sem nunca sair dos limites da fazenda; mas sem alegria. Serviu porque não tinha outra solução, e, com o tempo, o seu coração tornou‑se pequeno. Foi perdendo o sentido da caridade enquanto servia. O seu irmão é já para ele esse teu filho.

Que contraste entre o coração magnânimo do Pai e a mesquinhez do filho mais velho! É a imagem do justo que se torna míope a ponto de não compreender que servir a Deus e gozar da sua amizade e presença é uma festa contínua, que, no fundo, servir é reinar 14. É a figura de todo aquele que esquece que estar com Deus – nas coisas grandes e nas coisas pequenas – é uma honra imerecida. Uma boa parte da recompensa está no próprio serviço que se presta. Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. “Portanto, todas as honras são nossas, se nós somos de Deus” 15. É o próprio Deus que se dá, e com Ele nos dá todas as riquezas: que mais podemos pedir?

Deus espera de nós uma entrega alegre, sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama aquele que dá com alegria 16. Junto de Deus, sempre há suficientes motivos de festa, de ação de graças, de alegria, especialmente quando se nos apresentam ocasiões de ser magnânimos – de ter um coração grande, compreensivo – com um dos nossos irmãos. “Que doce alegria pensar que o Senhor é justo, quer dizer, que conhece perfeitamente a fragilidade da nossa natureza! Por que então temer? O bom Deus, infinitamente justo, que se dignou perdoar com tanta misericórdia as culpas do filho pródigo, não será também justo comigo, que estou sempre junto dEle?” 17, com alegria, com desejos de servi‑lo até nas coisas mais pequenas?

(1) Sl 50, 3‑4; 12; 19; Salmo responsorial da Missa do vigésimo quarto domingo do Tempo Comum, ciclo C; (2) Êx 32, 7‑11; 13‑14; (3) 1 Tim 1, 15‑16; (4) Lc 15, 1‑32; (5) Clemente de Alexandria, Protréptico, 10; (6) João Paulo II, Homilia, 17‑IX‑1989; (7) ibid.; (8) Santo Agostinho, Comentário ao Evangelho de São João, 51, 11; (9) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, Quadrante, São Paulo, 1978, n. 64; (10) cfr. Santo Agostinho, Sermão 11, 7; (11) João Paulo II, Carta Encíclica Dives in misericordia, 30‑XI‑1980, 6; (12) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, Quadrante, São Paulo, 1978, n. 309; (13) Santo Agostinho, Sermão 11, 10; (14) cfr. Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 36; (15) Santo Agostinho, Sermão 11, 13; (16) 2 Cor 9, 7; (17) Santa Teresa de Lisieux, História de uma alma, 8.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal