O pão de cada dia
TEMPO COMUM. VIGÉSIMA OITAVA SEMANA. SEGUNDA-FEIRA
– O que desejamos obter quando pedimos o pão nosso de cada dia.
– O pão da vida.
– Fé para poder comer este novo pão do Céu. A Sagrada Comunhão.
I. O PÃO NOSSO de cada dia nos dai hoje... Conta uma antiga lenda oriental que certo rei entregava uma vez por ano ao seu filho os mantimentos necessários para viver folgadamente ao longo dos doze meses seguintes. Nessa ocasião, que coincidia com a primeira lua do ano, o filho via o rosto do seu pai, o monarca. Mas este mudou de parecer e resolveu entregar ao príncipe cada dia as provisões necessárias unicamente para aquele dia. Assim podia abraçar o filho diariamente, e o príncipe podia ver todos os dias o rosto do rei.
Coisa parecida quis fazer o nosso Pai-Deus conosco. O pão de cada dia reclama a oração da jornada que começa. Pedir apenas para hoje significa reconhecer que teremos um novo encontro com o nosso Pai do Céu amanhã. Não encontraremos nesta previsão a vontade do Senhor de que rezemos com atenção todos os dias a oração que Ele nos ensinou?
O Senhor ensinou-nos a pedir na palavra pão tudo aquilo de que precisamos para viver como filhos de Deus: fé, esperança, amor, alegria, alimento para o corpo e para a alma, fé para ver nos acontecimentos diários a vontade de Deus, coração grande para compreender e ajudar os outros... O pão é o símbolo de todos os dons que nos chegam das mãos de Deus1. Pedimos aqui, em primeiro lugar, o sustento que nos permita cobrir as necessidades desta vida; depois, o necessário para a saúde da alma2.
Deus deseja que peçamos também os bens temporais, pois ajudam-nos a chegar ao Céu quando devidamente ordenados. Temos muitos exemplos disso no Antigo Testamento, e o próprio Senhor nos anima a pedir o necessário para esta vida: não devemos esquecer que o seu primeiro milagre consistiu em converter a água em vinho para que a festa de uns recém-casados não malograsse. Noutra ocasião, alimentou uma ingente multidão que o seguia faminta havia três dias... Também não se esqueceu de advertir que dessem de comer à filha de Jairo, que acabava de ressuscitar...3
Ao pedirmos o pão de cada dia, reconhecemos que toda a nossa existência depende de Deus. O Senhor quis que pedíssemos todos os dias aquilo de que necessitamos, para que nos lembrássemos constantemente de que Ele é nosso Pai, e nós filhos necessitados que não podemos valer-nos por nós mesmos. Rezar bem esta parte do Pai-Nosso equivale a reconhecer a nossa pobreza radical diante de Deus e a sua bondade para conosco, que todos os dias nos dá o necessário. A ajuda divina nunca nos há de faltar.
II. OS SANTOS PADRES não se limitaram a interpretar este pão como o alimento material; também viram significado nele o Pão da vida, a Sagrada Eucaristia, sem a qual a vida espiritual da alma não pode subsistir.
Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram. Este é o pão que desceu dos céus, para que aquele que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desci do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente; e o pão que eu darei é a minha carne para a salvação do mundo4. São João recordará durante toda a sua vida este longo discurso do Senhor e do lugar onde o pronunciou: Estas coisas disse-as Jesus ensinando em Cafarnaum, na sinagoga 5.
O realismo destas palavras e das que se seguiram é tão forte que excluem qualquer interpretação em sentido figurado. O maná do Êxodo era figura deste Pão – o próprio Jesus Cristo – que alimenta os cristãos no seu caminho para o Céu. A Comunhão é o sagrado banquete em que Cristo se dá a si mesmo. Quando comungamos, participamos do sacrifício de Cristo. Por isso, a Igreja canta na Liturgia das Horas, na festa do Corpus Christi: Ó sagrado banquete em que Cristo é o nosso alimento, em que se celebra o memorial da Paixão, a alma se enche de graça e nos é dado um penhor da futura glória 6.
Os ouvintes entenderam o sentido próprio e direto das palavras do Senhor, e por isso custou-lhes aceitar que essa afirmação pudesse ser verdade. Se a tivessem entendido em sentido figurado, não se teriam mostrado tão surpreendidos nem se teria originado nenhuma discussão entre eles7. Disputavam, pois, entre si os judeus, dizendo: Como pode este dar-nos a comer a sua carne?8 Jesus afirma claramente que o seu Corpo e o seu Sangue são verdadeiro alimento da alma, penhor de vida eterna e garantia da ressurreição corporal.
O Senhor chega até a empregar uma expressão mais forte que o mero comer (o verbo original poderia traduzir-se por mastigar9), sublinhando assim o realismo da Comunhão: trata-se de uma verdadeira comida, na qual o próprio Cristo se dá como alimento. Não é possível uma interpretação simbólica, como se participar da Eucaristia fosse somente uma metáfora, e não significasse comer e beber realmente o Corpo e o Sangue de Cristo.
Cristo, depois da Comunhão, não está presente em nós como alguém está presente no seu amigo, por meio de uma presença espiritual; está “verdadeira, real e substancialmente presente” em nós. Na Sagrada Comunhão, a união com Jesus é tão estreita que excede a capacidade de entendimento de qualquer ser humano.
Quando dizemos: Pai, o pão nosso de cada dia nos dai hoje, e pensamos que podemos receber todos os dias o Pão da vida, devemos encher-nos de alegria e de um imenso agradecimento; e animar-nos a comungar com freqüência e mesmo diariamente, se for possível. Porque, se “o pão é algo quotidiano, por que o recebes somente uma vez por ano? Recebe diariamente aquilo que diariamente te é proveitoso, e vive de modo que todos os dias sejas digno de recebê-lo”10.
III. A SAGRADA EUCARISTIA, de modo análogo ao alimento natural, conserva, acrescenta, restaura e fortalece a vida sobrenatural 11. Concede à alma a paz e a alegria de Cristo, como “uma antecipação da bem-aventurança eterna” 12; limpa a alma dos pecados veniais e diminui as más inclinações; aumenta a vida sobrenatural e move à realização de atos eficazes relativos a todas as virtudes: é “o remédio para as nossas necessidades quotidianas” 13.
Oculto sob os acidentes do pão, Jesus espera que nos aproximemos dEle com freqüência para recebê-lo: O banquete, diz-nos, está preparado14.
São muitos os ausentes, e Jesus espera-nos. Quando o recebermos, poderemos dizer-lhe, com uma oração que hoje se reza na Liturgia das Horas: Fica conosco, Senhor Jesus, porque se faz tarde; sê nosso companheiro de caminho, levanta os nossos corações, reanima a nossa débil esperança15.
A fé – que se manifestará em primeiro lugar na conveniente preparação da alma – será indispensável para comermos este novo pão. Os discípulos que abandonaram Jesus naquele dia renunciaram à sua fé. Nós dizemos-lhe, com São Pedro: Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna16.
E fazemos o firme propósito de preparar melhor a Comunhão, com mais fé e mais amor: “Adoremo-lo com reverência e com devoção; renovemos na sua presença o oferecimento sincero do nosso amor; digamos-lhe sem medo que o amamos; agradeçamos-lhe esta prova diária de misericórdia, tão cheia de ternura, e fomentemos o desejo de nos aproximarmos da Comunhão com confiança. Eu me surpreendo diante deste mistério de Amor: o Senhor procura como trono o meu pobre coração, para não me abandonar se eu não me afasto dEle”17.
Ao terminarmos a nossa oração, dizemos também ao Senhor, como aquelas pessoas de Cafarnaum: Senhor, dá-nos sempre desse pão 18.
E quando rezarmos o Pai-Nosso, pensemos um momento que são muitas as nossas necessidades e as dos nossos irmãos, e digamos com devoção: Pai, o pão nosso de cada dia nos dai hoje; o pão de que necessitamos para a nossa subsistência corporal e espiritual. Amanhã sentir-nos-emos alegres ao pedirmos novamente a Deus que se lembre da nossa pobreza. E Ele nos dirá: Omnia mea tua sunt 19, todas as minhas coisas são tuas.
(1) cfr. Êx 23, 25; Is 33, 16; (2) cfr. Catecismo Romano, IV, 13, n. 8; (3) cfr. Jo 2, 1 e segs.; Mt 14, 13-21; Mc 5, 22-43; (4) Jo 6, 48-52; (5) cfr. Jo 6, 60; (6) Antífona do Magnificat nas segundas Vésperas; (7) cfr. Sagrada Bíblia, Santos Evangelhos, nota a Jo 6, 52; (8) Jo 6, 52; (9) cfr. Sagrada Bíblia, Santos Evangelhos, nota a Jo 6, 54; (10) Santo Ambrósio, Sobre os sacramentos, V, 4; (11) cfr. Concílio de Florença, Decreto Pro armeniis, Dz 698; (12) cfr. Jo 6, 58; Dz 875; (13) Santo Ambrósio, Sobre os sacramentos; (14) cfr. Lc 14, 15 e segs.; (15) Liturgia das Horas, Oração das II Vésperas; (16) Jo 6, 68; (17) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 161; (18) Jo 6, 34; (19) cfr. Lc 15, 31.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
14 de Outubro 2019
A SANTA MISSA

28ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: Rm 1, 1-7
“Jesus Cristo, descendente de Davi, filho de Deus”
Leitura da Carta de São Paulo apóstolo aos Romanos 1 Eu, Paulo, servo de Jesus Cristo, apóstolo por vocação, escolhido para o Evangelho de Deus, 2 Esse Evangelho, que Deus havia prometido, por meio de seus profetas, nas Sagradas Escrituras, 3 e que diz respeito a seu Filho, descendente de Davi segundo a carne, 4 autenticado como Filho de Deus com poder, pelo Espírito de Santidade que o ressuscitou dos mortos, Jesus Cristo, Nosso senhor. 5 É por Ele que recebemos a graça da vocação para o apostolado, a fim de podermos trazer à obediência da fé todos os povos pagãos, para a glória de seu nome. 6 Entre esses povos estais também vós, chamados a ser discípulos de Jesus Cristo. 7 A vós todos que morais em Roma, amados de Deus e santos por vocação, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de nosso Senhor, Jesus Cristo.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 97(98), 1.2-3ab.3cd-4(R. 2a)
R. O Senhor fez conhecer a salvação.
1 Cantai ao Senhor Deus um canto novo,*
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo*
alcançaram-lhe a vitória. R.
2 O Senhor fez conhecer a salvação,*
e às nações, sua justiça;
3a recordou o seu amor sempre fiel*
3b pela casa de Israel. R.
3c Os confins do universo contemplaram*
3d a salvação do nosso Deus.
4 Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,*
alegrai-vos e exultai! R.
Evangelho: Lc 11,29-32
Nenhum sinal será dado a esta geração
a não ser o sinal de Jonas.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 29 Quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: ‘Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30 Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31 No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32 No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
São Calisto I
14 de Outubro
São Calisto I
Calisto entendia muito bem de penitência. Na Roma do século II, ele nasceu num bairro pobre e foi escravo. Depois, liberto, sua sina de sofrimento continuou. Trabalhando para um comerciante, fracassou nos negócios e foi obrigado a indenizar o patrão, mas decidiu fugir, indo refugiar-se em Portugal. Encontrado, foi deportado para a ilha da Sardenha e punido com trabalhos forçados. Porém foi nessa prisão que sua vida se iluminou.
Nas minas da Sardenha, ele tinha contato direto com os cristãos que também cumpriam penas por causa da sua religião. Ao vê-los heroicamente suportando o desterro, a humilhação e as torturas sem nunca perder a fé e a esperança em Cristo, Calisto se converteu.
Depois de alguns anos, os cristãos foram indultados e Calisto retornou à vida livre, indo estabelecer-se na cidade de Anzio, onde adquiriu reconhecimento dos cristãos, como diácono. Quando o papa Zeferino assumiu o governo da Igreja, chamou o diácono para trabalhar com ele. Deu a Calisto várias missões executadas com sucesso. Depois o nomeou responsável pelos cemitérios da Igreja.
Chamados de catacumbas, esses cemitérios subterrâneos da via Ápia, em Roma, tiveram importância vital para os cristãos. Além de ali enterrarem seus mortos, as catacumbas serviam, também, para cerimônias e cultos, principalmente durante os períodos de perseguição. Calisto começou suas escavações, organizou-as e valorizou-as.
Nelas mandou construir uma capela, chamada Cripta dos Papas, onde estão enterrados quarenta e seis pontífices e cerca de duzentos mil mártires das perseguições contra os cristãos.
Com a morte do papa Zózimo, o clero e o povo elegeram Calisto para substituí-lo, mas ele sofreu muita oposição por causa de sua origem humilde de escravo. Hipólito, um dos grandes teólogos do catolicismo e pensadores da época, era o principal deles. Hipólito tinha um entendimento diferente sobre a Santíssima Trindade e desejava que determinados pecados não fossem perdoados. Entretanto o papa Calisto I manteve-se firme na defesa da Igreja, rompendo com Hipólito e seus seguidores, respondendo a questão com aquela frase conclusiva. Anos depois, Hipólito reconciliar-se-ia com a Igreja, tornando-se mártir da Igreja por não negar sua fé em Cristo.
O papa Calisto I governou por seis anos. Nesse período, concluiu o trabalho nas catacumbas romanas, conhecidas, hoje, como as catacumbas de são Calisto. Em 222, ele se tornou vítima da perseguição, foi espancado e, quase morto, jogado em um poço. No local, agora, acha-se a igreja de Santa Maria, em Trastevere, que guarda o seu corpo, em Roma.
Fonte: https://franciscanos.org.br
13 de Outubro 2019
A SANTA MISSA

28º Domingo do Tempo Comum – Ano C
Cor: Verde
1ª Leitura: 2Rs 5,14-17
‘Naamã voltou para junto do homem de Deus e fez sua profissão de fé.’
Leitura do Segundo Livro dos Reis
Naqueles dias: 14 Naamã, o sírio, desceu e mergulhou sete vezes no Jordão, conforme o homem de Deus tinha mandado, e sua carne tornou-se semelhante à de uma criancinha, e ele ficou purificado. 15 Em seguida, voltou com toda a sua comitiva para junto do homem de Deus. Ao chegar, apresentou-se diante dele e disse: ‘Agora estou convencido de que não há outro Deus em toda a terra, senão o que há em Israel! Por favor, aceita um presente de mim, teu servo’. 16 Eliseu respondeu: ‘Pela vida do Senhor, a quem sirvo, nada aceitarei’. E, por mais que Naamã insistisse, ficou firme na recusa. 17 Naamã disse estão: ‘Seja como queres. Mas permite que teu servo leve daqui a terra que dois jumentos podem carregar. Pois teu servo já não oferecerá holocausto ou sacrifício a outros deuses, mas somente ao Senhor’.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 97,1.2-3ab.3cd-4 (R. cf 2b )
R. O Senhor fez conhecer a salvação
e às nações revelou sua justiça.
1 Cantai ao Senhor Deus um canto novo,*
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo*
alcançaram-lhe a vitória. R.
2 O Senhor fez conhecer a salvação,*
e às nações, sua justiça;
3a recordou o seu amor sempre fiel*
3b pela casa de Israel. R.
3c Os confins do universo contemplaram*
3d a salvação do nosso Deus.
4 Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,*
alegrai-vos e exultai! R.
2ª Leitura: 2Tm 2,8-13
Se com Cristo ficamos firmes, com ele reinaremos.
Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo
Caríssimo: 8 Lembra-te de Jesus Cristo, da descendência de Davi, ressuscitado dentre os mortos, segundo o meu evangelho. 9 Por ele eu estou sofrendo até às algemas, como se eu fosse um malfeitor; mas a palavra de Deus não está algemada. 10 Por isso suporto qualquer coisa pelos eleitos, para que eles também alcancem a salvação, que está em Cristo Jesus, com a glória eterna. 11 Merece fé esta palavra: se com ele morremos, com ele viveremos. 12 Se com ele ficamos firmes, com ele reinaremos. Se nós o negamos, também ele nos negará. 13 Se lhe somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Lc 17,11-19
Não houve quem voltasse para dar glória a Deus,
a não ser este estrangeiro.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
11 Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. 12 Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro. Pararam à distância, 13 e gritaram: ‘Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!’ 14 Ao vê-los, Jesus disse: ‘Ide apresentar-vos aos sacerdotes.’ Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. 15 Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16 atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano. 17 Então Jesus lhe perguntou: ‘Não foram dez os curados? E os outro nove, onde estão? 18 Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?’ 19 E disse-lhe: ‘Levanta-te e vai! Tua fé te salvou.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Beata Alexandrina de Balasar
13 de Outubro
Beata Alexandrina de Balasar
ALEXANDRINA MARIA DA COSTA nasceu em Balasar, Póvoa de Varzim, Arquidiocese de Braga, no dia 30 de Março de 1904, e foi batizada no dia 2 de Abril, Sábado Santo. Foi educada cristãmente pela mãe, junto com a irmã Deolinda. Alexandrina viveu em casa até aos 7 anos. Depois foi para uma pensão dum marceneiro na Póvoa de Varzim a fim de frequentar a escola primária que não existia em Balasar. Fez a primeira comunhão na sua terra natal em 1911 e no ano seguinte recebeu o sacramento da Crisma pelo Bispo do Porto. Passados 18 meses, voltou a Balasar e foi morar com a mãe e a irmã na localidade do “Calvário”, onde irá permanecer até à morte.
Robusta de constituição física, começou a trabalhar nos campos, equiparando-se aos homens e a ganhar o mesmo que eles. A sua infância foi muito viva: dotada de temperamento feliz e comunicativo, era muito querida pelas colegas. Aos 12 anos, porém, adoeceu: uma grave infecção (uma febre tifóide, talvez) colocou-a quase à morte. Superou a doença, mas a sua saúde ficou abalada para sempre.
Aos 14 anos aconteceu um fato que seria decisivo para a sua vida.
Era Sábado Santo de 1918. Nesse dia, ela, a irmã Deolinda e mais uma mocinha aprendiz, estavam a trabalhar de costura, quando perceberam que três homens tentavam a entrar na sala onde se encontravam. Embora estivessem fechadas, os três homens forçaram as portas e conseguiram entrar. Alexandrina, para salvar a sua pureza ameaçada, não hesitou em atirar-se pela janela, de uma altura de quatro metros. As consequências foram terríveis, embora não imediatas. De fato, as várias visitas médicas a que foi sucessivamente submetida diagnosticaram, cada vez com maior clareza, um fato irreversível.
Até aos 19 anos pôde ainda arrastar-se até a igreja, onde gostava de ficar recolhida, com grande admiração das pessoas. A paralisia foi avançando cada vez mais, até que as dores se tornaram insuportáveis; as articulações perderam qualquer movimento; e ela ficou completamente paralisada. Era o dia 14 de abril de 1925 quando Alexandrina ficou definitivamente de cama. Ali haveria de passar os restantes 30 anos de sua vida.
Até 1928 não deixou de pedir a Deus, por intercessão de Nossa Senhora, a graça da cura, prometendo que se sarasse partiria para as missões. Depois compreendeu que a sua vocação era o sofrimento. Abraçou-a prontamente. Dizia: “Nossa Senhora concedeu-me uma graça ainda maior. Depois da resignação deu-me a conformidade completa à vontade de Deus e, por fim, o desejo de sofrer”.
São desse período os primeiros fenómenos místicos: Alexandrina iniciou uma vida de grande união com Cristo nos Tabernáculos, por meio de Nossa Senhora.
Um dia em que estava só, veio-lhe improvisamente este pensamento: “Jesus, tu és prisioneiro no Tabernáculo. E eu por tua vontade prisioneira na minha cama. Far-nos-emos companhia”. Desde então começou a primeira missão: ser como a lâmpada do Tabernáculo. Passava as noites como em peregrinação de Tabernáculo em Tabernáculo. Em cada Missa oferecia-se ao Eterno Pai como vítima pelos pecadores, junto com Jesus e segundo as suas intenções.
Quanto mais clara se tornava a sua vocação de vítima tanto mais crescia nela o amor ao sofrimento. Comprometeu-se com voto a fazer sempre o que fosse mais perfeito.
De sexta-feira, 3 de Outubro de 1938 a 24 de Março de 1942, ou seja por 182 vezes, viveu, em todas as sextas-feiras, os sofrimentos da Paixão: Alexandrina, superando o estado habitual de paralisia, descia da cama e com movimentos e gestos, acompanhados de angustiantes dores, repetia, por três horas e meia, os diversos momentos da Via Crucis.
“Amar, sofrer, reparar” foi o programa que o Senhor lhe indicou. Desde 1934, a convite do padre jesuíta Mariano Pinho, que a dirigiu espiritualmente até 1941, Alexandrina punha por escrito tudo quanto, vez por vez, lhe dizia Jesus.
Depois de 27 de Março de 1942, Alexandrina deixou de se alimentar, vivendo exclusivamente da Eucaristia. Em 1943, por quarenta dias e quarenta noites, foram rigorosamente controlados por médicos o jejum absoluto e a anúria, no hospital da Foz do Douro, no Porto.
Apesar dos sofrimentos, continuava a dedicar-se aos problemas dos pobres, do bem espiritual dos paroquianos e de muitas outras pessoas que a ela recorriam. Promoveu em sua paróquia tríduos e horas de adoração.
Especialmente nos últimos anos de vida, muitas pessoas, vindas de longe, atraídas pela fama de santidade, visitavam-na; muitas atribuíam a própria conversão aos seus conselhos.
Em 1950, Alexandrina festejou o 25º ano de sua imobilidade. E em 7 de Janeiro de 1955 foi-lhe preanunciado que aquele seria o ano da sua morte. De fato, dia 12 de Outubro quis receber a unção dos enfermos. E dia 13, aniversário da última aparição de N. Sra. de Fátima, ouviram-na exclamar: “Sou feliz porque vou para o céu”. Às 19h30 expirou.
Sobre a sua cama podem ler-se estas palavras por ela tão desejadas:
“Pecadores, se as cinzas do meu corpo puderem ser úteis para a vossa salvação, aproximai-vos: passai todos por cima delas, pisai-as até desaparecerem, mas não pequeis mais! Não ofendais mais o nosso Jesus! Pecadores, queria dizer-vos tantas coisas. Não bastaria este grande cemitério para escrevê-las todas! Convertei-vos! Não queirais perder a Jesus por toda a eternidade! Ele é tão bom!... Amai-O! Amai-O! Basta de pecar!”. É a síntese da sua vida gasta exclusivamente para salvar as almas.
Fonte: http://www.vatican.va
Ser Agradecidos
TEMPO COMUM. VIGÉSIMO OITAVO DOMINGO. ANO C
– Jesus cura dez leprosos.
– O Senhor espera que saibamos dar-lhe graças, pois os dons que recebemos diariamente são incontáveis.
– Ser agradecidos com todos os homens.
I. A PRIMEIRA LEITURA da Missa 1 recorda-nos o episódio de Naamã, o Sírio, curado da sua lepra pelo profeta Eliseu. O Senhor serviu-se desse milagre para atraí-lo à fé, um dom muito maior do que a saúde corporal. Agora reconheço que não há outro Deus em toda a terra a não ser o de Israel, exclamou Naamã ao verificar que estava livre da doença. No Evangelho da Missa 2, São Lucas relata-nos um episódio similar: um samaritano – que, como Naamã, também não pertencia ao povo de Israel – encontra a fé depois de curado, como prêmio ao seu agradecimento.
Na sua última viagem a Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galiléia. E, ao entrar numa aldeia, saíram ao seu encontro dez leprosos que se detiveram a certa distância do lugar em que se encontravam o Mestre e o grupo que o acompanhava, pois a lei proibia que esses doentes se aproximassem das pessoas 3. Entre os leprosos contava-se um samaritano, apesar de não haver trato entre os judeus e os samaritanos 4, dada a inimizade secular que separava os dois povos; mas a desgraça unira-os, como acontece tantas vezes na vida. E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós. Recorreram à misericórdia de Jesus, e o Senhor, compadecendo-se deles, mandou-os apresentar-se aos sacerdotes, como estava prescrito na Lei 5. Apesar de ainda não estarem curados, esses homens obedeceram a Cristo e foram apresentar-se aos sacerdotes. E pela sua fé e docilidade, viram-se livres da doença.
Estes leprosos ensinam-nos a pedir: recorrem à misericórdia divina, que é a fonte de todas as graças. E mostram-nos o caminho da cura, seja qual for a lepra que tenhamos na alma: ter fé e sermos dóceis àqueles que, em nome do Mestre, nos indicam o que devemos fazer. A voz do Senhor ressoa com especial força e clareza nos conselhos que recebemos na direção espiritual.
II. E ACONTECEU que, enquanto iam, ficaram limpos. Podemos imaginar facilmente a alegria que os dominou. Mas, no meio de tanto alvoroço, esqueceram-se de Jesus. Na desgraça, acodem a Ele; na ventura, esquecem-no. Somente um, o samaritano, voltou ao lugar onde o Senhor estava com os seus discípulos. Provavelmente voltou correndo, louco de contentamento, glorificando a Deus em voz alta, sublinha o Evangelista. E foi prostrar-se aos pés do Mestre, dando-lhe graças.
Foi uma ação profundamente humana e cheia de beleza. “Que coisa melhor podemos trazer no coração, pronunciar com a boca, escrever com a pena, do que estas palavras: «graças a Deus»? Não há nada que se possa dizer com maior brevidade, nem ouvir com maior alegria, nem sentir com maior elevação, nem realizar com maior utilidade” 6.
A gratidão é uma grande virtude.
O Senhor deve ter-se alegrado com as mostras de gratidão desse samaritano, mas ao mesmo tempo encheu-se de tristeza ao verificar a ausência dos outros. Jesus esperava o regresso de todos: Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão?, perguntou. E manifestou a sua surpresa: Não houve quem voltasse e desse glória a Deus, a não ser este estrangeiro? Quantas vezes Jesus não terá perguntado por nós, depois de tantas graças! Hoje, na nossa oração, queremos compensá-lo pelas nossas muitas ausências e faltas de gratidão, pois os anos que contamos não são outra coisa que a sucessão de uma série de graças divinas, de curas, de chamadas, de misteriosos encontros. Os benefícios recebidos – bem o sabemos – superam de longe as areias do mar 7, como afirma São João Crisóstomo.
Com freqüência, temos melhor memória para as nossas necessidades e carências do que para os nossos bens. Vivemos pendentes daquilo que nos falta, e reparamos pouco naquilo que temos, e talvez seja por isso que ficamos aquém no nosso agradecimento. Pensamos que temos pleno direito ao que possuímos e esquecemo-nos do que diz Santo Agostinho ao comentar esta passagem do Evangelho: “Nada é nosso, a não ser o pecado que possuímos. Pois que tens tu que não tenhas recebido? (1 Cor 4, 7)” 8.
Toda a nossa vida deve ser uma contínua ação de graças. Recordemo-nos com freqüência dos dons naturais e das graças que o Senhor nos dá, e não percamos a alegria quando percebemos que nos falta alguma coisa, porque mesmo isso que nos falta é, possivelmente, uma preparação para recebermos um dom mais alto. Lembrai-vos das maravilhas que Ele fez 9, exorta o salmista. O samaritano, através do seu mal, pôde conhecer Jesus Cristo, e por ser agradecido conquistou a sua amizade e o incomparável dom da fé: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou. Os nove leprosos desagradecidos ficaram sem a melhor parte que o Senhor lhes tinha reservado. Porque – como ensina São Bernardo – “a quem humildemente se reconhece obrigado e agradecido pelos benefícios, com razão lhe são prometidos muitos mais. Pois quem se mostra fiel no pouco, com justo direito será constituído sobre o muito, assim como, pelo contrário, se torna indigno de novos favores quem é ingrato em relação aos que antes recebeu” 10.
Agradeçamos tudo ao Senhor. Vivamos com a alegria de estar repletos de dons de Deus; não deixemos de apreciá-los. “Já viste como agradecem as crianças? – Imita-as dizendo, como elas, a Jesus, diante do favorável e diante do adverso: «Que bom que és! Que bom...!»” 11 Sabemos agradecer, por exemplo, a facilidade com que podemos purificar-nos dos nossos pecados no Sacramento do perdão? Damos graças freqüentemente pelo imenso dom de termos Jesus Cristo conosco na Sagrada Eucaristia, e isso na mesma cidade, talvez na mesma rua?
III. CANTAI AO SENHOR um cântico novo, porque Ele fez maravilhas 12, convida o Salmo responsorial. Quando vivemos de fé, só encontramos motivos para estar agradecidos.
“Não há ninguém que, por pouco que reflita, não encontre facilmente motivos que o obrigam a ser agradecido com Deus [...]. Ao conhecermos o que Ele nos deu, encontraremos muitíssimos dons pelos quais devemos dar graças continuamente” 13.
Muitos favores do Senhor nos chegam através das pessoas com quem convivemos diariamente, e por isso, nesses casos, o agradecimento a Deus deve passar por essas pessoas que tanto nos ajudam para que a vida nos seja menos dura, a terra mais grata e o Céu mais próximo. Ao agradecer-lhes, agradecemos a Deus, que se torna presente nos nossos irmãos, os homens.
Não podemos ficar aquém neste agradecimento aos homens. “Não pensemos que estamos quites com os homens porque lhes damos, pelos seus trabalhos e serviços, a compensação pecuniária de que necessitam para viver. Eles nos deram algo mais do que um dom material. Os professores instruíram-nos, e aqueles que nos ensinaram o nosso ofício, como também o médico que nos atendeu um filho e o salvou da morte, e tantos outros, abriram-nos os tesouros da sua inteligência, da sua ciência, da sua perícia, da sua bondade. Isso não se paga com um talão de cheques, porque eles nos deram a sua alma. Mas também o carvão que nos aquece representa o trabalho penoso do mineiro; e o pão que comemos, a fadiga do agricultor: entregaram-nos um pouco da sua vida. Vivemos da vida dos nossos irmãos. Isso não se retribui com dinheiro. Todos puseram o coração no cumprimento do seu dever social: têm direito a que o nosso coração o reconheça” 14. De modo muito particular, a nossa gratidão deve dirigir-se aos que nos ajudaram a encontrar o caminho que leva a Deus.
O Senhor sente-se feliz quando nos vê agradecidos com todos aqueles que nos favorecem diariamente de mil maneiras. Para isso, é necessário que nos detenhamos um pouco, que digamos simplesmente “obrigado”, com um gesto amável que compensa a brevidade da palavra... É bem possível que aqueles nove leprosos curados bendissessem o Senhor no seu coração..., mas não retornaram, como fez o samaritano, para encontrar-se com Jesus que os esperava.
Também é significativo que fosse um estrangeiro quem voltasse para agradecer. Isso recorda-nos que, por vezes, cuidamos de agradecer um serviço ocasional prestado por uma pessoa desconhecida, e ao mesmo tempo não sabemos dar importância às contínuas delicadezas e atenções que recebemos dos mais próximos.
Não existe um só dia em que Deus não nos conceda alguma graça particular e extraordinária. Não deixemos passar o exame de consciência de cada noite sem dizer ao Senhor: “Obrigado, Senhor, por tudo”. Não deixemos passar um só dia sem pedir abundantes bênçãos do Senhor para aqueles que, conhecidos ou não, procuraram fazer-nos algum bem. A oração é também um meio eficaz de agradecer: Dou-te graças, meu Deus, pelos bons propósitos, afetos e inspirações que me comunicaste...
(1) 2 Re 5, 14-17; (2) Lc 17, 11-19; (3) cfr. Lev 13, 45; (4) cfr. 2 Re 17, 24 e segs.; Jo 4, 9; (5) cfr. Lev 14, 2; (6) Santo Agostinho, Epístola 72; (7) cfr. São João Crisóstomo, Homilias sobre São Mateus, 25, 4; (8) Santo Agostinho, Sermão 176, 6; (9) Sl 104, 5; (10) São Bernardo, Comentário ao Salmo 50, 4, 1; (11) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 894; (12) Sl 97, 1-4; Salmo responsorial da Missa do vigésimo oitavo domingo do Tempo Comum, ciclo C; (13) São Bernardo, Homilia para o Domingo VI depois de Pentecostes, 25, 4; (14) Georges Chevrot, “Pero Yo os digo...”, Rialp, Madrid, 1981, págs. 117-118.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
Nossa Senhora Aparecida
12 de Outubro
Nossa Senhora Aparecida
Nossa Senhora Aparecida, é a forma como Nossa Senhora é carinhosamente chamada no Brasil, país do qual é padroeira. Ela é reverenciada numa estátua de Nossa Senhora da Conceição, vestida com um manto azul todo enfeitado. Ela fica exposta na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, interior do Estado de São Paulo. A festa em sua honra é celebrada no dia 12 de outubro, também dia das crianças. Este dia é feriado para os brasileiros desde 1980, quando a basílica foi consagrada por João Paulo II em sua primeira visita ao Brasil. A basílica de Aparecida é a segunda maior do mundo, a quarta igreja mariana que recebe mais visitas no mundo, com a incrível capacidade de receber 45 mil romeiros no seu interior.
Os fatos foram registrados primeiramente pelos padres José Alves Vilela, em 1743, e João de Morais e Aguiar, em 1757. Esses registros foram feitos nos livros da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá, à qual pertencia a região onde a imagem foi encontrada. A imagem apareceu em outubro de 1717. E os fatos aconteceram assim:
Dom Pedro de Almeida, governante da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, homem que detinha também o título de Conde de Assumar, passava por Guaratinguetá, SP, quando viajava para Vila Rica, MG. A população organizou uma festa para receber o conde de Assumar. Para prepararem a comida, pescadores foram para o rio Paraíba com a difícil missão de conseguirem muitos peixes para a comitiva do governador, mesmo não sendo tempo de pesca. Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves, sentindo o peso de sua responsabilidade, fizeram uma oração pedindo a ajuda da Mãe de Deus. Depois de tentar várias vezes sem sucesso, na altura do Porto Itaguaçu, já desistindo da pescaria, João Alves lançou a rede novamente. Não pegou nenhum peixe, mas apanhou a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Porém, faltando a cabeça. Emocionado, lançou de novo a rede e, desta vez, pegou a cabeça que se encaixou perfeitamente na pequena imagem. Só este fato, já foi um grande milagre. Mas, após esse achado, eles apanharam tamanha quantidade de peixes que tiveram que retornar ao porto com medo de a canoa virar. Os pescadores chegaram a Guaratinguetá eufóricos e emocionados com o que presenciaram e toda a população entendeu o fato como intervenção divina. Assim aconteceu o primeiro de muitos milagres pela ação de Nossa Senhora Aparecida.
A imagem ficou na casa de Filipe Pedroso por 15 anos. Ali, os amigos e vizinhos se encontravam para rezar à Nossa Senhora da Conceição. Graças e mais graças começaram a acontecer e a história se espalhava Brasil afora. Por várias vezes, à noite, ao rezarem junto à imagem, as pessoas viam que as luzes se apagavam e depois acendiam misteriosamente. Então, todo o povo da vizinhança passou a rezar aos pés da imagem. Construíram um pequeno oratório em Itaguaçu, que em pouco tempo já não comportava o grande número de fieis que para lá acorria.
A quantidade de pessoas e romeiros que visitavam a imagem aumentava a cada dia. Por isso, em 1834, deram início às obras da igreja que é conhecida hoje como Basílica Velha. Ela era bem maior que a capela e foi consagrada no dia 8 de dezembro do ano de 1888.
Em sua segunda visita à basílica, feita no dia 6 de novembro de 1888, a Princesa Isabel ofereceu à santa uma bela coroa feita de ouro, enfeitada com rubis e diamantes. Era o cumprimento da promessa feita 20 anos antes, na primeira visita feita à imagem.
Os Missionários Redentoristas, congregação de origem italiana, chegaram a Aparecida em outubro de 1894. Eram padres, religiosos e irmãos que se dedicavam ao trabalho de atender a todos os romeiros que chegavam para rezar e cumprir suas promessas a Nossa Senhora Aparecida.
A imagem foi solenemente coroada – com a coroa que a Princesa Isabel doou – em 8 de setembro de 1904. A imagem passou a ser apresentada, então, com o manto azul anil, bordado com ouro e pedras preciosas. Em 29 de abril de 1908, a igreja passou a ser chamada de Basílica Menor e sua sagração se deu no dia 5 de setembro de 1909.
O Papa Pio XI decreta Nossa Senhora da Conceição Aparecida como Rainha e Padroeira do Brasil no dia 16 de julho de 1930. A Lei Federal nº 6.802 (30/06/1980) decreta oficialmente o dia 12 de outubro como feriado nacional, dia de devoção à santa. Esta Lei Federal também reconhece Maria como sendo a protetora do Brasil.
Em 1967, na festa de 250 anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário a Rosa de Ouro, gesto repetido pelo Papa Bento XVI, que ofereceu outra Rosa, em 2007, por ocasião de sua Viagem Apostólica ao país, reconhecendo a importância da devoção a Nossa Senhora Aparecida e do Santuário de Aparecida para o Brasil.
O fenômeno de Aparecida é impressionante. O número de romeiros cresce, cresce, cresce. Milhares de graças e milagres são relatados ano após ano. Por isso, uma nova basílica, bem maior, começou a ser construída em 1955 para acolher o numeroso fluxo de romeiros vindos de todo o país. Benedito Calixto, o arquiteto responsável pela obra, idealizou um edifício no formato da cruz grega. A igreja tem 168m de largura por 173m de comprimento. Suas naves chegam a 40m de altura e a cúpula central alcança 70m de pé direito. É uma obra impressionante. No dia 4 de julho de 1980, numa celebração eucarística solenemente conduzida pelo Papa João Paulo II, a Basílica de Nossa Senhora Aparecida foi finalmente consagrada. O santuário de Aparecida é a maior basílica do mundo dedicada à Maria Mãe de Deus.
Fonte: https://cruzterrasanta.com.br
Nossa Senhora da Conceição Aparecida
– Os santuários da Virgem, sinais de Deus.
– Nossa Senhora, esperança em qualquer necessidade.
– Esperança e filiação divina.
Nossa Senhora da Conceição Aparecida é a Padroeira do Brasil. A imagem foi encontrada em 1717 por uns pescadores, no rio Paraíba, e a devoção popular surgiu espontaneamente, em função dos favores alcançados por intercessão de Maria Santíssima. A primeira capela é de 1745. Em 1904 a imagem foi coroada solenemente. Recebeu a “Rosa de Ouro” do Papa Paulo VI em 1967, e a nova Basílica foi dedicada por João Paulo II em 4 de julho de 1980.
I. CONTAM AS CRÔNICAS que em 1717 três pescadores, chamados João, Filipe e Domingos, trabalhavam com as suas redes no rio, sem obter nenhum resultado. O governador de Minas Gerais e de São Paulo ia passar por aquelas terras e os pescadores haviam recebido ordem de levar tudo o que lhes caísse nas redes para o banquete que se ia oferecer àquela autoridade.
As horas passavam e a rede ia e vinha nas águas do rio sem apanhar um só peixe. Ao chegarem ao porto de Itaguaçu, cansados e derrotados, João lançou novamente as redes e, para sua surpresa, recolheu o corpo sem cabeça de uma pequena imagem de Nossa Senhora. Tornou a lançá-la e dessa feita surgiu a cabeça, que se ajustava perfeitamente ao corpo.
Guardaram piedosamente a imagem recém-aparecida entre os seus pertences e, confiando em Nossa Senhora, lançaram outra vez as redes à água. Conta o cronista que, a partir desse momento, a pesca foi tão abundante que tiveram receio de naufragar pelo muito peixe que havia nas canoas.
Começou então a veneração a essa imagem, guardada na casa de Filipe. Posta num oratório, “ajuntava-se a vizinhança a cantar o terço e mais devoções”. Era o início de um fervor popular que cresceria mais e mais com o passar do tempo, até dar origem ao Santuário Nacional de Aparecida.
Incontáveis peregrinos dirigem-se diariamente aos santuários dedicados a Nossa Senhora, para encontrarem ali os caminhos de Deus ou neles se reafirmarem, para acharem a paz de suas almas e consolo em suas aflições. Nesses lugares de oração, a Virgem torna mais fácil e acessível o encontro com o seu Filho. Todo o santuário converte-se em “uma antena permanente da Boa-Nova da Salvação” 1.
Hoje celebramos a festa de Nossa Senhora Aparecida, a que tantos cristãos recorreram e recorrem para buscar auxílio, a fim de seguirem adiante no caminho da vida, que nem sempre é fácil. Quantos encontraram ali a paz da alma, a chamada de Deus a uma maior entrega, a cura, o consolo no meio de uma tribulação...! “O que buscavam os antigos romeiros? O que buscam os peregrinos de hoje? Aquilo mesmo que buscavam no dia, mais ou menos remoto, do seu Batismo: a fé e os meios para alimentá-la. Buscam os sacramentos da Igreja, sobretudo a reconciliação com Deus e o alimento eucarístico. E voltam revigorados e agradecidos à Senhora, Mãe de Deus e nossa” 2.
Não podemos esquecer que peregrinamos em direção a uma meta bem concreta: o Céu. O fim de uma viagem determina em boa parte o modo de viajar, os objetos que se levam, os alimentos para o caminho... A Virgem Maria diz-nos a cada um de nós que não devemos levar excessivos apetrechos nesta peregrinação da vida, nem vestes demasiado pesadas, pois dificultariam a caminhada, e que devemos caminhar para a casa do Pai em grandes passadas. Recorda-nos que não existem metas definitivas aqui na terra e que tudo deve estar orientado para o fim desse caminho, do qual talvez já tenhamos percorrido uma boa parte.
II. A VIRTUDE DO PEREGRINO é a esperança; sem ela, deixaria de caminhar ou o faria com passo cansado. A Virgem é a nossa esperança, pois alenta-nos a continuar adiante, ajuda-nos a superar os momentos de desalento, acompanha-nos maternalmente nas circunstâncias mais difíceis. Sempre que recorremos a Ela – ainda que seja com a brevidade de uma jaculatória, ou com um olhar a uma imagem –, saímos reconfortados.
A primeira Leitura da Missa3 fala-nos da rainha Ester que se aproxima suplicante do grande rei, e este põe à sua disposição todo o seu poder. Que petição é a tua, para que te seja concedida? E que queres que se faça? Ainda que peças metade do meu reino, tu a terás. E a rainha dirige-lhe o seu apelo: Ó rei, se eu achei graça aos teus olhos, e se assim te apraz, concede-me a minha vida, pela qual te rogo, e a do meu povo, pelo qual intercedo. É-nos muito fácil perceber nesta rainha do Antigo Testamento a prefiguração da Rainha dos Céus, intercedendo junto de Deus por nós, que somos seu povo e seus filhos. Confiamos à intercessão de Maria as nossas necessidades, quer sejam pequenas, quer nos pareçam muito grandes, as da nossa família, da Igreja e da sociedade. Diante de Deus, Maria se referirá a nós dizendo que este é o meu povo, pelo qual intercedo.
Nossa Senhora foi motivo de alegria, de paz e de esperança para todos enquanto esteve presente aqui na terra. No Sábado Santo, quando, com a morte de Jesus, a escuridão mais completa desceu sobre o mundo, só ficou acesa a esperança de Maria. Por isso, os Apóstolos reuniram-se sob o seu amparo. Agora, no Céu, “por sua maternal caridade, cuida dos irmãos do seu Filho, que ainda peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até que sejam conduzidos à pátria feliz”4. São Bernardo explica com beleza que a Virgem é o aqueduto que, recebendo a graça da fonte que brota do coração do Pai, no-la distribui. Este fluxo de água celestial desce sobre os homens “não todo de uma vez, mas gota a gota [...] sobre os nossos corações ressequidos” 5, segundo a nossa necessidade e as nossas disposições para recebê-la.
A Virgem reconforta-nos sempre e está presente quando necessitamos de proteção, pois esta vida é como uma longa navegação em que padecemos ventos e tormentas. Ela é o porto seguro, onde nenhuma nave naufraga6.
Não deixemos cair na rotina essas pequenas devoções com que nos dirigimos a Ela cada dia: o Angelus, o Santo Rosário, as três Ave-Marias para pedir pela santa pureza de todos, a devoção do escapulário... E quando fizermos alguma romaria, ou formos buscar a sua intercessão em algum santuário ou ermida dedicada a Ela, acolhamo-nos especialmente à sua misericórdia e amor.
III. COMO A PEREGRINAÇÃO da vida prossegue, pois não temos aqui morada permanente7, é uma medida de prudência solicitarmos da nossa Mãe do Céu umas “provisões de energia de que possamos valer-nos nas etapas posteriores”8 que ainda nos falta percorrer. Um dos maiores inimigos do caminhante, o que tira mais forças, é o desalento, a falta de esperança em chegar à meta. Não cai no desânimo quem passa por dificuldades, mas quem deixa de aspirar à santidade e quem, depois de um erro, de uma queda, não se levanta depressa e continua a caminhar.
Quem pôs a sua esperança em Cristo vive dela, e traz já em si mesmo algo do gozo celestial que o espera, pois a esperança é fonte de alegria e permite suportar com paciência as dificuldades9; reza confiantemente e com consciência em todas as situações da vida; suporta pacientemente a tentação, as tribulações e a dor; trabalha com esforço pelo Reino de Deus, num apostolado eficaz, principalmente com aqueles com quem se relaciona mais de perto... A esperança leva ao abandono em Deus, à filiação divina, pois o cristão sabe que Ele conhece e conta com as situações por que devemos passar: idade, doença, problemas familiares ou profissionais... Sabe também que em cada situação teremos as ajudas necessárias para ir adiante. E é a Virgem quem distribui essas ajudas e graças, quem as multiplica... Ela estende-nos a mão depois de uma queda, de um momento de vacilação; facilita a contrição pelas nossas faltas e põe no nosso coração os sentimentos do filho pródigo.
Conta Santa Teresa que, ao morrer a sua mãe, quando tinha uns doze anos, caiu na conta do que realmente havia perdido, e “fui aflita – escreve a Santa – a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei-lhe com muitas lágrimas que me servisse de mãe. Penso que esta prece, ainda que feita com simplicidade, me tem valido; pois conhecidamente tenho achado esta Virgem Soberana em tudo aquilo em que me encomendo a Ela, e finalmente me converteu a si”10. Com esta simplicidade e confiança devemos recorrer a Nossa Senhora em cada uma das suas festas e invocações. Recorremos hoje a Nossa Senhora Aparecida, pedindo-lhe que nos ensine o caminho da esperança.
“Não cesseis, ó Virgem Aparecida, pela vossa mesma presença, de manifestar nesta terra que o Amor é mais forte que a morte, mais poderoso que o pecado! Não cesseis de mostrar-nos Deus, que amou tanto o mundo, a ponto de entregar o seu Filho Unigênito, para que nenhum de nós pereça, mas tenha a vida eterna! Amém!”11
(1) João Paulo II, Aos reitores dos santuários, 22-I-1981; (2) idem, Homilia na Basílica nacional de Aparecida, 4-VII-1980; (3) Est 5, 1b-2; 7, 2b-3; (4) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 62; (5) São Bernardo, Homilia na natividade da Bem-aventurada Virgem Maria, 3-5; (6) cfr. São João Damasceno, Homilia na dormição da Bem-aventurada Virgem Maria; (7) Hebr 13, 14; (8) João Paulo II, Discurso no Santuário de Nossa Senhora de Montserrat, 17-XI-1982; (9) cfr. Col 1, 11-24; (10) Santa Teresa, Vida, 1, 7; (11) João Paulo II, Dedicação da Basílica nacional de Aparecida, 4-VII-1980.
Fonte: Livro "Falar com Deus" de Francisco Fernández Carvajal
12 de Outubro 2019
A SANTA MISSA

Solenidade: Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil
Cor: Branca
1ª Leitura: Est 5,1b-2; 7,2b-3
Concede-me a vida do meu povo – eis o meu desejo!
Leitura do Livro de Ester
1b Ester revestiu-se com vestes de rainha e foi colocar-se no vestíbulo interno do palácio real, frente à residência do rei. O rei estava sentado no trono real, na sala do trono, frente à entrada. 2 Ao ver a rainha Ester parada no vestíbulo, olhou para ela com agrado e estendeu-lhe o cetro de ouro que tinha na mão, e Ester aproximou-se para tocar a ponta do cetro. 7,2b Então, o rei lhe disse: “O que me pedes, Ester; o que queres que eu faça? Ainda que me pedisses a metade do meu reino, ela te seria concedida”. 3 Ester respondeu-lhe: “Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e se for de teu agrado, concede-me a vida – eis o meu pedido! – e a vida do meu povo – eis o meu desejo!
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 44(45),11-12a.12b-13.14-15a.15b-16 (R. 11.12a)
R. Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto:
que o Rei se encante com vossa beleza!
11 Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: +
“Esquecei vosso povo e a casa paterna! *
12a Que o Rei se encante com vossa beleza! R.
12b Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor! +
13 O povo de Tiro vos traz seus presentes, *
os grandes do povo vos pedem favores. R.
14 Majestosa, a princesa real vem chegando, +
vestida de ricos brocados de ouro, *
15a Em vestes vistosas ao Rei se dirige, R.
15b e as virgens amigas lhe formam cortejo, +
16 entre cantos de festa e com grande alegria, *
ingressam, então, no palácio real”. R.
2ª Leitura: Ap 12,1.5.13a.15-16a
Um grande sinal apareceu no céu.
Leitura do Livro do Apocalipse de São João
1 Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. 5 E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. 13a Quando viu que tinha sido expulso para a terra, o dragão começou a perseguir a mulher que tinha dado à luz o menino. 15 A serpente, então, vomitou como um rio de água atrás da mulher, a fim de a submergir. 16a A terra, porém, veio em socorro da mulher.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Jo 2,1-11
Fazei o que ele vos disser.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo: 1 Houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. 2 Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. 3 Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. 4 “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou.” 5 Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”. 6 Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. 7 Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. 8 Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. 9 O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. 10 O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” 11 Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
11 de Outubro 2019
A SANTA MISSA

27ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: Jl 1,13-15; 2,1-2
“O dia do Senhor, dia de trevas e de escuridão”
Leitura da Profecia de Joel
1,13 Ponde as vestes e chorai, sacerdotes, gemei, ministros do altar. Entrai no templo, deitai-vos em sacos, ministros de Deus; a casa de vosso Deus está vazia de oblações e libações. 14 Prescrevei o jejum sagrado, convocai a assembleia, congregai os anciãos e toda a gente do povo na casa do Senhor, vosso Deus, e clamai ao Senhor: 15 “Ai de nós neste dia! O dia do Senhor está às portas, está chegando com a força devastadora da tempestade. 2,1 Tocai trombeta em Sião, gritai alerta em meu santo monte; tremam os habitantes da terra, pois está chegando o dia do Senhor, ele está às portas. 2 É um dia de escuridão fechada, dia de nuvens e remoinhos; como aurora espraiada nos montes, assim é um povo numeroso e forte, tal como jamais se viu algum outro
nem jamais se verá, até os anos de gerações futuras”.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 9A, 2-3.6.16. 8-9(R. 9a)
R. O Senhor há de julgar o mundo inteiro com justiça
2 Senhor, de coração vos darei graças, *
as vossas maravilhas cantarei!
3 Em vós exultarei de alegria, *
cantarei ao vosso nome, Deus Altíssimo! R.
6 Repreendestes as nações, e os maus perdestes, *
apagastes o seu nome para sempre.
16 Os maus caíram no buraco que cavaram, *
nos próprios laços foram presos os seus pés. R.
8 Mas Deus sentou-se para sempre no seu trono, *
preparou o tribunal do julgamento;
9 julgará o mundo inteiro com justiça, *
e as nações há de julgar com equidade. R.
Evangelho: Lc 11,15-26
Se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios,
então chegou para vós o Reino de Deus.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus estava expulsando um demônio: 15 Mas alguns disseram: ‘É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios.’ 16 Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu. 17 Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: ‘Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra. 18 Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19 Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. 20 Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. 21 Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. 22 Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou. 23 Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa. 24 Quando o espírito mau sai de um homem, fica vagando em lugares desertos, à procura de repouso; não o encontrando, ele diz: ‘Vou voltar para minha casa de onde saí’. 25 Quando ele chega, encontra a casa varrida e arrumada. 26 Então ele vai, e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. E, entrando, instalam-se aí. No fim, esse homem fica em condição pior do que antes.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!