São Leão Magno

10 de Novembro

São Leão Magno, Papa

São Leão, célebre na história da Igreja pelo profundo saber, pelas grandes e extraordinárias virtudes e principalmente pelo brilhante governo que fez, como chefe supremo da cristandade, era natural de Roma. Bem cedo, quando ainda fazia os estudos, pode-se observar-lhe um talento fora do comum, como de fato se distinguiu entre os condiscípulos, sendo entre eles um homem que ocupava o primeiro lugar. Considerando as ciências profanas o acesso para as divinas, com sua aquisição não se contentou, dedicando-se depois ao estudo da teologia e dos livros sacros.

Feito sacerdote, o Papa Celestino, conhecendo de perto o grande valor científico e moral do jovem eclesiástico, ocupou-o logo nos trabalhos administrativos. Por diversas vezes Leão se desempenhou de cargos dificílimos, como delegado apostólico. Foi Leão que descobriu as tramoias hipócritas, que o pelagiano Juliano fazia para obter a readmissão no grêmio da Igreja.

Quando em 440 Xisto III morreu, por unanimidade de votos, foi Leão eleito Papa. O novo Pontífice, conhecendo bem a grande responsabilidade que um chefe da Igreja tem, em longas e fervorosas orações se preparou para os trabalhos deste novo cargo. Roma foi o primeiro campo de sua ação apostólica. Pela oração, pela palavra e pelo exemplo, trabalhou na elevação dos costumes. Às outras dioceses, dentro e fora da Itália dirigiu mensagens episcopais, todas elas documentos de piedade, zelo e prudência. Não estava muito tempo sentado no sólio pontifício, quando começou a campanha contra as  heresias, que por toda a parte se levantaram. Eram os maniqueus, os arianos, donatistas, priscilianistas e pelagianos que, quais lobos famintos procuravam infestar o rebanho de Cristo. Em numerosas circulares dirigidas aos bispos, exortou-os a serem vigilantes, indicou-lhes o modo e os meios de combaterem as doutrinas errôneas e em diversos concílios, entre estes, no célebre concílio de Calcedon, foram discutidas e condenadas as seitas, que deturpavam a doutrina sobre a encarnação de Cristo.

Prova do seu espírito justiceiro que não conhecia acepção de pessoas, deu numa questão litigiosa entre bispos gálicos, que tinham invocado sua intervenção. No seu julgamento nem poupou a Santo Hilário, cujo rigor excessivo com os bispos subalternos reprovou.

Enquanto Leão com todo empenho, procurava  afastar do rebanho de Nosso Senhor a peste do erro, a Europa sofria uma das maiores calamidades que a história conhece: A invasão dos Hunos, chefiados  por Átila, que a si próprio se chamava o  açoite de Deus.  A devastação, o incêndio, pilhagem e a morte marcavam as passagens das terríveis  hordas  asiáticas. Apavorados, fugiam os povos à aproximação delas, para não serem vítimas da crueldade inaudita dos bárbaros. Átila, sem achar resistência pode atravessar o sul da Rússia, a Áustria e a Alemanha. Tendo chegado aos campos catalaúnicos, na França achou quem lhe fizesse frente, e seu exército foi derrotado. Mudando de rumo, teve a intenção de tomar Roma e com este fim, invadiu a Itália. Leão convidou os fiéis à oração e penitência, implorando assim o auxílio divino. Átila tinha chegado já o Ravenna, e os romanos tremiam, na expectativa da cidade sofrer uma invasão. Leão foi ao encontro do tirano, o qual, contra o que se poderia esperar, o recebeu com honras e sinais de respeito. Átila prometeu pôr têrmo à obra devastadora e contentar-se com o pagamento de um tributo. Posteriormente, perguntado porque se curvara diante de um sacerdote indefeso, respondeu: "Não me curvei diante de uma pessoa, mas diante de um ser sobrenatural, que vi ao seu lado ameaçar-me com uma espada flamejante". Átila retirou-se para a Panônia, onde pouco tempo depois morreu.

A vitória que Leão alcançou sobre Átila, não lhe foi possível obter, um ano depois, sobre Genserico, rei dos Vândalos e ariano que, às instigações da imperatriz Eudóxia, invadiu a Itália e saqueou Roma. Leão apenas conseguiu salvar a cidade do incêndio e as igrejas da profanação. Genserico respeitou a vida dos cidadãos romanos, mas entregou muitos à escravidão.

Os horrores que Roma sofreu, com a invasão dos Vândalos, Leão atribuiu-os à vida dissoluta e à ingratidão dos romanos. Leão reinou vinte e um anos. Foi um dos mais gloriosos pontificados, devido à sabedoria, prudência e piedade do santo Pontífice.

Deste grande Papa possuímos 101 alocuções e 141 circulares, documentos preciosos, que provam cabalmente que a doutrina católica no século quinto era idêntica à dos nossos dias. Leão o Grande, morreu no ano de 461.

REFLEXÕES:

Com franqueza apostólica São Leão apontou a ingratidão e os pecados dos habitantes de Roma, como causadores da grande desgraça da invasão dos Vândalos. Não outros motivos de muitos sofrimentos e calamidades, que caem sobre uma nação, uma sociedade ou família. Deus castiga o pecado e a ingratidão. "É certo - diz São Jerônimo - que fome, guerra, epidemia e outros sofrimentos, são consequências dos nossos pecados". A Sagrada Escritura confirma esta verdade, com numerosíssimos exemplos. A história do povo judeu é a prova mais patente da reação da justiça divina, que castiga o mal e recompensa o bem. Os Judeus conheciam muito bem esta tática divina. "Não fomos obedientes aos vossos mandamentos - diz o piedoso Tobias - eis porque estamos entregues ao saque, ao cativeiro e à morte e para servirmos de fábula e de escárnio a  todas as nações, por entre as quais nos espalhastes". (Tob 3,4). Para afastar de nós os castigos de Deus, devemos recorrer à penitência; porque só a penitência deve remover o pecado, a virtude deve santificar a nossa vida, a oração deve unir-nos a Deus.

Fonte: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959.


Servir um só Senhor

TEMPO COMUM. TRIGÉSIMA PRIMEIRA SEMANA. SÁBADO

– Pertencemos por inteiro a Deus.
– Unidade de vida.
– Retificar a intenção.

I. NA ANTIGÜIDADE, o servo devia-se integralmente ao seu senhor. A sua atividade implicava uma dedicação tão total e absorvente que não era concebível que pudesse compartilhá-la com outro trabalho ou amo. Assim se entendem melhor as palavras de Jesus que lemos hoje no Evangelho da Missa1Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque ou odiará um e amará o outro, ou se afeiçoará a um e desprezará o outro. E o Senhor conclui: Não podeis servir a Deus e às riquezas.

Seguir Cristo significa dirigir para Ele todos os nossos atos. Não temos um tempo para Deus e outro para o estudo, para o trabalho, para os negócios: tudo é de Deus e deve ser orientado para Ele. Pertencemos inteiramente ao Senhor e orientamos para Ele toda a nossa atividade, o descanso, os amores limpos... Temos uma só vida, que se ordena para Deus com todos os atos que a compõem. “A espiritualidade não pode ser nunca entendida como um conjunto de práticas piedosas e ascéticas justapostas de qualquer maneira ao conjunto de direitos e deveres determinados pela condição da pessoa; pelo contrário, as circunstâncias pessoais, na medida em que correspondem ao querer de Deus, devem ser assumidas e vitalizadas sobrenaturalmente por um determinado modo de desenvolver a vida espiritual; desenvolvimento que deve ser alcançado precisamente em e através daquelas circunstâncias”2.

Como o cordão mantém unidas as contas de um colar, assim o desejo de amar a Deus, a retidão de intenção, dão unidade a tudo o que fazemos. Pelo oferecimento a Deus das nossas obras, todas as nossas atividades do dia, bem como as alegrias e as penas, pertencem ao Senhor. Nada fica à margem do seu amor.

“Na nossa conduta habitual, necessitamos de uma virtude muito superior à do lendário rei Midas: ele convertia em ouro tudo quanto tocava. – Nós temos de converter – pelo amor – o trabalho humano da nossa jornada habitual em obra de Deus, com alcance eterno”3.

Os afazeres diários, a serenidade perante os contratempos, a pontualidade e a ordem, o esforço que supõe cumprir o dever à risca... são a matéria que devemos transformar em ouro do amor a Deus. Tudo deve ser orientado para o Senhor, que é quem dá um valor eterno até às nossas ações mais pequenas.

II. O PROPÓSITO de vivermos como filhos de Deus deve realizar-se em primeiro lugar no âmbito do trabalho, que temos de encaminhar para Deus; na vida do lar, enchendo-a de paz e de espírito de serviço; e nas relações de amizade, que são caminho para que os outros se aproximem cada vez mais do Senhor.

Em tudo isso, a qualquer momento do dia ou da noite, devemos manter o empenho por ser, com a ajuda da graça, homens e mulheres de uma só peça, que não se comportam conforme o vento que sopra ou que relegam o trato com o Senhor para os momentos em que estão na igreja ou recolhidos em oração. Na rua, no trabalho, durante o esporte, numa reunião social, somos sempre os mesmos: filhos de Deus que amavelmente se mostram verdadeiros seguidores de Cristo: Quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus4, aconselhava São Paulo aos primeiros cristãos.

“Quando te sentares à mesa – comenta São Basílio a respeito desse versículo do Apóstolo –, reza. Quando comeres pão, faze-o dando graças Àquele que é generoso. Se beberes vinho, lembra-te dAquele que to concedeu para tua alegria e alívio dos teus padecimentos. Quando te vestires, dá graças Àquele que benignamente te concedeu a roupa. Quando contemplares o céu e a beleza das estrelas, lança-te aos pés de Deus e adora Aquele que na sua Sabedoria dispôs todas essas coisas. Do mesmo modo, quando o sol sair e quando vier o ocaso, enquanto dormires ou estiveres acordado, dá graças a Deus que criou e ordenou todas estas coisas para teu proveito, a fim de que conheças, ames, louves o Criador”5. Todas as realidades nobres devem levar-nos ao Senhor.

Da mesma maneira que, quando amamos uma criatura da terra, amamo-la durante as vinte e quatro horas do dia, o amor a Cristo constitui a essência mais íntima do nosso ser e o que configura o nosso agir. Cristo é o nosso único Senhor, a quem procuramos servir no meio dos homens, sendo exemplares no trabalho, nos negócios, no cuidado com a natureza que é parte da Criação divina... Não teria sentido que uma pessoa que mantivesse um trato de amizade com o Senhor não se esforçasse ao mesmo tempo, e como uma conseqüência lógica, por ser cordial e otimista, por cumprir pontualmente as suas obrigações profissionais, por aproveitar o tempo, por realizar com perfeição as suas tarefas...

O amor a Deus, se é autêntico, reflete-se em todos os aspectos da vida. Por isso, ainda que as questões temporais tenham autonomia e não exista uma “solução católica” para os problemas sociais, políticos, etc., também não existem zonas de “neutralidade”, em que o cristão deixe de sê-lo e de agir como tal6. Por essa mesma razão ainda, o apostolado flui de maneira espontânea nos lugares onde se encontra um discípulo de Cristo, porque é conseqüência imediata do seu amor a Deus e, portanto, aos homens.

Vejamos habitualmente se a nossa existência vai adquirindo em qualquer coisa que façamos uma sólida unidade e coerência, que é a marca indiscutível dos que seguem verdadeiramente o Senhor.

III. OS FARISEUS QUE ESCUTAVAM o Senhor eram avarentos e procuravam compaginar o seu amor pelas riquezas com o serviço a Deus. Por isso zombavam de Jesus. Também hoje os homens procuram por vezes ridicularizar o serviço total a Deus e o desprendimento dos bens materiais, porque – como os fariseus – não só não estão dispostos a seguir por esse caminho, como nem sequer concebem que outros possam ter semelhante generosidade: pensam, talvez, que podem existir interesses ocultos nos que escolheram Jesus Cristo como seu único Senhor7.

Jesus põe a descoberto a falsidade da aparente bondade dos fariseus: Vós – diz-lhes – sois daqueles que vos dais por justificados diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações; porque muitas vezes o que é excelente segundo os homens é abominável diante de Deus. O Senhor qualifica com uma palavra duríssima –abominável – a conduta desses homens que, faltos de unidade de vida, pareciam ser fiéis servidores de Deus, mas estavam muito longe dEle, como o demonstravam as suas obras: Gostam de passear com longas túnicas, anelam pelas saudações nas praças, pelas primeiras cadeiras nas sinagogas, pelos primeiros assentos nos banquetes, e devoram as casas das viúvas a pretexto de longas orações...8 Na verdade, pouco ou nada amavam a Deus: amavam-se a si próprios.

Deus conhece os vossos corações. Estas palavras do Senhor devem servir-nos de conforto, ao mesmo tempo que nos hão de levar a repelir os movimentos interiores de vaidade e vanglória, de tal maneira que toda a nossa vida esteja orientada para a glória de Deus. Agradar a Deus deve ser o grande objetivo de todas as nossas ações. O Papa João Paulo I, quando ainda era Patriarca de Veneza, escrevia este pequeno apólogo cheio de ensinamentos:

À porta da cozinha estavam deitados os cães. João, o cozinheiro, matou um bezerro e lançou as vísceras no pátio. Os cães comeram-nas e disseram: “É um bom cozinheiro”. Pouco tempo depois, João descascava batatas e cebolas, e voltou a lançar as sobras no pátio. Os cães atiraram-se a elas, mas, torcendo o focinho, disseram: “O cozinheiro estragou-se, já não vale nada”. Mas João não se importou com esse juízo e disse: “É o amo quem tem de comer e apreciar os meus pratos, não os cães. Basta-me ser apreciado pelo meu amo”9.

Se nos lembrarmos habitualmente de que os nossos atos são para Deus, de que é Ele o destinatário último, pouco ou nada deve importar-nos que os homens não nos entendam ou nos critiquem. E acontece então que este amor com obras a Deus se torna, ao mesmo tempo, o maior e o melhor serviço que podemos prestar aos nossos irmãos os homens.

A nossa Mãe Santa Maria ensinar-nos-á a orientar os nossos dias e as nossas horas de tal maneira que a nossa vida seja um verdadeiro serviço a Deus. “Não percas nunca de vista a mira sobrenatural. – Retifica a intenção, como se vai retificando o rumo do navio no mar alto: olhando para a estrela, olhando para Maria. E terás a certeza de chegar sempre a bom porto”10.

(1) Lc 16, 13-14; (2) Alvaro del Portillo, Escritos sobre el sacerdocio, 4ª ed., Palabra, Madrid, 1976, pág. 113; (3) São Josemaría Escrivá, Forja, n. 742; (4) 1 Cor 10, 31; (5) São Basilio, Homilia in Julitam martirem; (6) cfr. Ignacio Celaya,Unidad de vida y plenitud cristiana, EUNSA, Pamplona, 1985, pág. 335; (7) cfr. Sagrada Bíblia, Santos Evangelhos, nota a Lc 16, 13-14; (8) cfr. Lc 20, 45-47; (9) cfr. Albino Luciani, Ilustríssimos senhores, págs. 12 e segs.; (10) São Josemaría Escrivá, Forja, n. 749.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


09 de Novembro 2019

A SANTA MISSA

Festa: Dedicação da Basílica do Latrão
Cor: Branca

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1ª Leitura: Ez 47,1-2.8-9.12

Vi sair água do lado direito do templo,
e todos os que esta água tocou foram salvos. 

Leitura da Profecia de Ezequiel

Naqueles dias: 1 O homem fez-me voltar até a entrada do Templo e eis que saía água da sua parte subterrânea na direção leste, porque o Templo estava voltado para o oriente; a água corria do lado direito do Templo, a sul do altar. 2 Ele fez-me sair pela porta que dá para o norte, e fez-me dar uma volta por fora, até à porta que dá para o leste, onde eu vi a água jorrando do lado direito. 8 Então ele me disse: “Estas águas correm para a região oriental, descem para o vale do Jordão, desembocam nas águas salgadas do mar, e elas se tornarão saudáveis. 9 Onde o rio chegar, todos os animais que ali se movem poderão viver. Haverá peixes em quantidade, pois ali desembocam as águas que trazem saúde; e haverá vida onde chegar o rio. 12 Nas margens junto ao rio, de ambos os lados, crescerá toda espécie de árvores frutíferas; suas folhas não murcharão e seus frutos jamais se acabarão: cada mês darão novos frutos, pois as águas que banham as árvores saem do santuário. Seus frutos servirão de alimento e suas folhas serão remédio”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 45(46),2-3.5-6.8-9 (R. 5)

R. Os braços de um rio vêm trazer alegria
à Cidade de Deus, à morada do Altíssimo.

O Senhor para nós é refúgio e vigor, *
sempre pronto, mostrou-se um socorro na angústia;
assim não tememos, se a terra estremece, *
se os montes desabam, caindo nos mares.     R.

5 Os braços de um rio vêm trazer alegria *
à Cidade de Deus, à morada do Altíssimo.
6 Quem a pode abalar? Deus está no seu meio! *
Já bem antes da aurora, ele vem ajudá-la.      R.

8 Conosco está o Senhor do universo! *
O nosso refúgio é o Deus de Jacó!
9 Vinde ver, contemplai os prodígios de Deus +
e a obra estupenda que fez no universo: *
reprime as guerras na face da terra.      R. 

Evangelho: Jo 2,13-22  

Jesus estava falando do Templo do seu corpo. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo segundo João

13 Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. 14 No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. 15 Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. 16 E disse aos que vendiam pombas: “Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” 17 Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: “O zelo por tua casa me consumirá”. 18 Então os judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para agir assim?” 19 Ele respondeu: “Destruí, este Templo, e em três dias o levantarei”. 20 Os judeus disseram: “Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste santuário e tu o levantarás em três dias?” 21 Mas Jesus estava falando do Templo do seu corpo. 22 Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Dedicação da Basílica do Latrão

09 de Novembro

Dedicação da Basílica de Latrão

Hoje celebramos a Dedicação da Basílica do Latrão, Catedral do Papa, Bispo de Roma.

No século IV o Imperador Constantino deu este grande edifício ao Papa São Silvestre I, que o consagrou, dedicando-o a Deus como Catedral de Roma. A nova Catedral foi dedicada ao Divino Salvador e, mais tarde, também aos Santos João Batista e João Evangelista. Como se localiza numa antiga chácara da nobre família romana dos Laterani, foi chamada popularmente de São João do Latrão.

Nela foram realizados os quatro primeiros Concílios Ecumênicos realizados no Ocidente: em 1123 para resolver a questão das Investiduras, ou seja, provimento em algum cargo eclesiástico por parte do poder civil: em 1139, sobre questões disciplinares; em 1179 para tratar da forma de eleição do Papa; em 1215, sobre várias heresias e a reforma eclesial. Inúmeras verdades lembra esta comemoração.

Ao comemorar, portanto, a Festa da dedicação da Basílica do Latrão, o que a Santa Madre Igreja está fazendo é chamar-nos a atenção para essa realidade misteriosa de que, rasgando-se o véu do Templo de Jerusalém ao último suspiro de Cristo na cruz, são os fiéis os templos vivos de Deus, que têm agora acesso livre à intimidade dos átrios das igrejas para orar e oferecer ao Pai um sacrifício agradável: o seu próprio Filho, que se faz presente sob as aparências do pão e do vinho para santificar nossas paróquias, capelas e oratórios com a sua presença real, verdadeira e substancial.


Santa Elisabeth da Trindade

08 de Novembro

Santa Elisabeth da Trindade

Elisabeth Catez nasceu, no campo militar de Avor, perto de Bourges, França. O seu pai era capitão do exército francês. Desde muito cedo que Isabel mostrou ser uma criança turbulenta, muito viva, faladora, precoce e de temperamento colérico. A sua mãe quando fala dela nalgumas cartas chama-a “autêntico diabinho”. E a sua irmã não hesita em escrever que era “um verdadeiro diabo”. Chega mesmo a dizer que era tão violenta que os familiares a ameaçaram enviar para uma casa de correção.

No entanto, a sua mãe, atenta, soube modelar a fúria de Isabel e fazer sobressair nela a ternura e docilidade. E de tal maneira a ternura ganhou terreno que o maior castigo de Isabel acontecia quando a sua mãe, à noite, se despedia dela sem lhe dar um beijo. Então, Isabel compreendia que não se tinha portado bem, e, meditando fazia exame de consciência e corrigia-se.

Elisabeth era ainda uma criança quando a sua família se mudou para a cidade de Dijon. Aqui Isabel perdeu o pai tão querido que a morte lhe roubou.

O dia da primeira comunhão, a 19 de Abril de 1891, foi “o grande dia” da vida de Elisabeth. Tinha então 10 anos, pois nascera no dia 18 de Julho de 1880.

Estudou piano desde os 8 anos de idade no Conservatório, vindo a tornar-se uma “excelente pianista”, segundo expressão do seu professor de música. Participou em concertos organizados, e, os jornais falaram do seu grande talento ainda mal a menina Catez chegava aos pedais do piano. Entre músicas e festivais, bailes, férias e diversões foram decorrendo os anos de Elisabeth.

Aos catorze anos sentiu-se irresistivelmente atraída por Jesus. Aos 18 a sua mãe pretendeu casá-la com um esplêndido noivo, mas Elisabeth respondeu: “O meu coração já não está livre, dei-o ao Rei dos reis, já dele não posso dispor“.

O desgosto da mãe foi grande. Mas foi mais amargo quando soube que Elisabeth queria entrar no Carmelo, que tantas vezes tinham visitado, pois ficava ali a dois passos. A mãe apenas consentiu a entrada da filha no Carmelo quando alcançou a maioridade, aos 21 anos.

No dia 2 de Agosto de 1901, Isabel entra definitivamente nessa bela montanha do Carmo que pela sua solidão e beleza a atraiu irresistivelmente. A partir de então o seu nome será Irmã Isabel da Santíssima Trindade.

“Gosto tanto do mistério da Santíssima Trindade! É um abismo no qual me perco. Deus em mim, eu n’Ele. É o grande sonho da minha vida. Para uma carmelita viver é estar em comunhão com Deus desde a manhã até à noite, e desde a noite até de manhã. Se Deus não enchesse as nossas celas e os nossos claustros, oh!, como tudo seria vazio! Mas é Ele que enche toda a nossa vida fazendo dela um céu antecipado”.

A irmã Isabel tomou o hábito a 8 de Dezembro de 1901. Iniciada a vida de noviciado a paz e a felicidade mudou-se em noite escura; foi o momento da purificação interior. Com a profissão religiosa, que fez a 11 de Janeiro de 1903, recuperou a paz e a serenidade interior. Depressa a Irmã Elisabeth descobriu a sua vocação.

Lendo S. Paulo descobriu que ela devia ser o “louvor da glória de Deus”. Esta ideia e esta vocação serão o rumo e o norte de Isabel da Santíssima Trindade: “louvor de glória” é uma alma que mora em Deus e O ama com amor puro, amante do silêncio qual lira mantida sob o toque misterioso do Espírito Santo, fazendo sair de si harmonias divinas.

“Louvor de glória” é uma alma que contempla a Deus em fé simples e permanece como um eco perene do eterno cântico celeste. O segredo da felicidade é não se preocupar consigo mesmo, é negar-se em todo o momento”.

Seguindo o Caminho que é Cristo, a Irmã Elisabeth entrou no mistério de Deus através de Maria a quem gosta de chamar a Porta do Céu. Seguindo os nossos pais e mestres, Teresa de Jesus e, sobretudo, João da Cruz, de quem constantemente fala nos seus escritos, Isabel mergulha no mistério das Três Pessoas Divinas, nesse Oceano sem fundo que é a Santíssima Trindade e que ela se sente envolvida por dentro e por fora.

Tal como S. João da Cruz se sentiu fascinado pela formosura de Deus, também Elisabeth da Trindade se sente atraída pela beleza de Deus. Isabel gostava de ver o sol penetrar nos claustros e recordar aquela comparação de Santa Teresa que dizia que a alma é como um cristal que reflete a Deus. A nossa irmã deixou-nos este testemunho: “Cada dia na minha vida de esposa me parece mais belo, mais luminoso, mais envolto em paz e amor”.

Mas foi a vivência total daquela frase de S. João da Cruz: “a alma perfeita e unida a Deus em tudo encontra alegria e motivo de deleite até naquilo que entristece os outros, e sobretudo alegra-se na cruz” que levou a Irmã Elisabeth a perder-se em Deus como uma gota de água no Oceano, segundo a sua própria expressão. Foi o perfeito louvor da glória de Deus, por isso, apenas com 26 anos se encontrava preparada para voar para a paz: “tudo é calma, tudo fica tranquilo e é tão bom, a paz do Senhor“. Nos finais de Março de 1906, a Irmã Isabel foi colocada na enfermaria.

Sentia-se feliz por morrer carmelita e escreve esta frase que é uma cópia do verso de S. João da Cruz: “sem outro ofício senão o de amar, estou na enfermaria”.

As Irmãs rezavam pela sua cura e Elisabeth juntou o seu pedido às orações da comunidade, mas sentiu que Jesus lhe dizia que os ofícios da terra já não eram para ela. No dia 1 de Novembro comungou pela última vez e dois dias antes da sua morte disse ao seu médico: "É provável que dentro de dois dias esteja no seio da Santíssima Trindade. É a Virgem Maria, aquele ser tão luminoso, tão puro, com a pureza do mesmo Deus, quem me levará pela mão e me introduzirá no céu tão deslumbrante".

Pouco antes da sua morte, Elisabeth disse as suas Irmãs esta frase tão bela e que ficou célebre: "Tudo passa! No entardecer da vida só o amor permanece".

Frase que se parece com aquela outra de S. João da Cruz, também muito bela e conhecida: “No entardecer da vida serás examinado no amor”.

A sua última noite foi terrivelmente penosa, pois às suas horríveis dores juntou-se-lhe também a falta de ar, mas ao amanhecer Elisabeth sossegou, e inclinando a cabeça abriu os olhos, e exclamou: “Vou para a Luz, para o Amor, para a Vida“, e adormeceu para sempre. Era a madrugada do dia 9 de Novembro de 1906.

Fonte: www.carmelitas.pt


08 de Novembro 2019

A SANTA MISSA

31ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira 
Cor: Verde

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1ª Leitura: Rm 15, 14-21 

“Fui feito ministro de Jesus Cristo entre os pagãos,
para que os pagãos se tornem uma oferenda bem aceite” 

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos

Meus irmãos, 14 de minha parte, estou convencido, a vosso respeito, de que tendes bastante bondade e ciência, de tal maneira que podeis admoestar-vos uns aos outros. 15 No entanto, em algumas passagens, eu vos escrevo com certa ousadia, como para reavivar a vossa memória, em razão da graça que Deus me deu. 16 Por esta graça eu fui feito ministro de Jesus Cristo entre os pagãos e consagrado servidor do Evangelho de Deus, para que os pagãos se tornem uma oferenda bem aceite santificada no Espírito Santo. 17 Tenho, pois, esta glória em Jesus Cristo no que se refere ao serviço de Deus: 18 Não ouso falar senão daquilo que Cristo realizou por meu intermédio, para trazer os pagãos à obediência da fé, pela palavra e pela ação, 19 por sinais e prodígios, no poder do Espírito de Deus. Assim, eu preguei o Evangelho de Cristo, desde Jerusalém e arredores até a Ilíria, 20 tendo o cuidado de pregar somente onde Cristo ainda não fora anunciado, para não acontecer de eu construir sobre alicerce alheio. 21 Agindo desta maneira, eu estou de acordo com o que está escrito: “Aqueles aos quais ele nunca fora anunciado, verão; aqueles que não tinham ouvido falar dele, compreenderão”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 97(98), 1.2-3ab.3cd-4(R. cf. 2b)

R. O Senhor fez conhecer seu poder salvador
perante as nações.

Cantai ao Senhor Deus um canto novo,*
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo*
alcançaram-lhe a vitória.       R.

2 O Senhor fez conhecer a salvação,*
e às nações, sua justiça;
3a recordou o seu amor sempre fiel*
3b pela casa de Israel.         R.

3c Os confins do universo contemplaram*
3d a salvação do nosso Deus.
4 Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,*
alegrai-vos e exultai!        R.

Evangelho: Lc 16,1-8 

 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

1 Jesus disse aos discípulos: ‘Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. 2 Ele o chamou e lhe disse: ‘Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens’. 3 O administrador então começou a refletir: ‘O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4 Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração’. 5 Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu patrão?’ 6 Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!’ O administrador disse: ‘Pega a tua conta, senta-te, depressa, e escreve cinqüenta!’ 7 Depois ele perguntou a outro: ‘E tu, quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. O administrador disse: ‘Pega tua conta e escreve oitenta’. 8 E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Rezar pelos Defuntos

TEMPO COMUM. TRIGÉSIMA PRIMEIRA SEMANA. SEXTA-FEIRA

– A ajuda às almas do Purgatório, uma verdade vivida na Igreja desde os primeiros tempos.
– Encurtar-lhes a espera para entrarem no Céu com a nossa oração e boas obras.
– As indulgências.

I. NESTE MÊS DE NOVEMBRO, a Igreja, como boa Mãe, multiplica os sufrágios pelas almas do Purgatório e convida-nos a meditar sobre o sentido da vida à luz do nosso último fim: a vida eterna, para a qual nos dirigimos a passos rápidos.

A liturgia recorda-nos que o nosso amor pode chegar às almas que se purificam no Purgatório, merecendo por elas e abreviando-lhes o tempo de espera. A morte não destrói a comunidade fundada pelo Senhor: aperfeiçoa-a. A união em Cristo é mais forte que a separação corporal porque o Espírito Santo é um poderoso vínculo de união entre os cristãos. O amor e a fidelidade dos que peregrinam na terra chegam a fluir até eles, levando-lhes alegria e encurtando o espaço que os separa da bem-aventurança eterna. É uma corrente de solidariedade que se produz mesmo que não adiramos a ela expressamente, e que se torna ainda mais eficaz se o fazemos conscientemente 1.

Na Liturgia das Horas 2 de hoje, lemos a narração de uma batalha que os israelitas ganharam com a ajuda divina. No dia seguinte ao da vitória, quando Judas Macabeu mandou cuidar dos corpos dos combatentes caídos na luta, descobriu-se que tinham morrido os que traziam entre as roupas objetos consagrados aos ídolos dos povos vizinhos. Judas Macabeu ordenou então que se fizesse uma coleta e se enviasse o produto a Jerusalém para oferecer sacrifícios pelos pecados. Porque – conclui o autor sagrado – obra santa e piedosa é orar pelos defuntos [...], para que sejam absolvidos dos seus pecados.

Inúmeros epitáfios e muitos textos testemunham que a Igreja, desde os primeiros tempos, “venerou com grande piedade a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios por eles” 3, plenamente convencida de que podia aliviar as penas das almas do Purgatório. Pois “se os homens de Matatias expiaram com oblações os crimes daqueles que caíram no combate depois de terem agido impiamente – comenta Santo Efrém –, quanto mais os sacerdotes do Filho expiam, com santas oferendas e a oração dos seus lábios, os pecados dos defuntos!” 4

O costume de rezar pelos defuntos arraigou-se tanto entre os primeiros cristãos que muito cedo se estabeleceu um momento fixo dentro da Missa para recomendá-los a Deus, mesmo nome por nome: Lembrai-vos, ó Pai, dos vossos filhos e filhas N. N., que partiram desta vida, marcados com o sinal da fé. A eles, e a todos os que adormeceram no Cristo, concedei a felicidade, a luz e a paz. E em outra Oração Eucarística podemos ler: Lembrai-vos também dos nossos irmãos que morreram na esperança da ressurreição e de todos os que partiram desta vida: acolhei-os junto a Vós na luz da vossa face5. Estas expressões empregadas na liturgia da Missa provêm muito provavelmente dos epitáfios dos sepulcros das catacumbas: “com o sinal da fé”, “sono dos justos”, “lugar de refrigério”, são fórmulas que se encontram nos cemitérios romanos dos primeiros séculos e nas Atas dos Mártires 6.

Esta verdade – a de podermos interceder pelos que nos precederam –, admitida desde sempre pelo povo cristão, foi declarada solenemente como dogma de fé 7.

Nós, enquanto fazemos estes minutos de oração mental, podemos recordar essas pessoas que já morreram e que continuam unidas a nós por fortes vínculos. Vejamos hoje como é a nossa oração por eles. Não nos esqueçamos de que se trata de uma grande obra de misericórdia muito grata ao Senhor.

II. Ó DEUS!, Tu és o meu Deus, eu te busco desde o amanhecer; a minha alma tem sede de ti, a minha carne enlanguesce junto de ti como terra árida e seca, sem água 8. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: Quando irei e contemplarei a face de Deus? 9 Esta necessidade e esta ânsia reveladas pelo autor sagrado podem ser aplicadas em toda a sua força às almas do Purgatório.

Os pecados provocam uma dupla desordem. Em primeiro lugar, a ofensa a Deus, que acarreta para a alma o que os teólogos chamam reato de culpa, a inimizade, o afastamento de Deus que – em caso de pecado mortal – implica um desvio radical da alma em relação ao fim para que foi criada e a torna merecedora da eterna privação de Deus. Esta culpa, no caso dos pecados cometidos depois do Batismo, é perdoada na Confissão sacramental.

Além disso, e na medida em que o pecado significa uma conversão às criaturas, provoca uma desordem que atinge o próprio pecador e que trunca a sua realização pessoal: “O pecado diminui o próprio homem, impedindo-o de conseguir a plenitude” 10. E como pela Comunhão dos Santos todos os fiéis estão unidos entre si, esse pecado prejudica e ofende os outros: “A alma que se rebaixa pelo pecado arrasta consigo a Igreja, e, de certa maneira, o mundo inteiro” 11.

Estas conseqüências do pecado pessoal são o que se chama reato (ou resto) de pena, que subsiste ordinariamente mesmo depois da absolvição sacramental, e que deve ser reparado nesta vida pelo cumprimento da penitência imposta na Confissão, pela prática de obras boas ou mediante as indulgências concedidas pela Igreja.

A alma que parte deste mundo sem a suficiente reparação ou com pecados veniais e faltas de amor a Deus, deverá purificar-se no Purgatório 12, pois no Céu não pode entrar nada contaminado 13. No Purgatório, as almas satisfazem pelas suas culpas e manchas sem com isso terem merecimento algum – com a morte termina o tempo de merecer –, sem experimentarem nenhum crescimento no seu amor a Deus. Por outro lado, porém, junto com uma dor inimaginável, existe também no Purgatório uma grande alegria, porque as almas ali retidas sabem-se confirmadas em graça e, portanto, destinadas à felicidade eterna.

A Igreja, ao comemorar anualmente os fiéis defuntos, lembra-se ao longo deste mês de novembro desses seus filhos que ainda não podem participar plenamente da bem-aventurança eterna e anima-nos a oferecer o Santo Sacrifício por eles – nada mais valioso pode ser oferecido ao Pai neste mundo –, ao mesmo tempo que concede especiais indulgências aplicáveis a essas almas. O Senhor quis que qualquer obra boa realizada em estado de graça pudesse ser útil e alcançasse um prêmio diante dEle; e estes méritos podem ser aplicados pelos defuntos do Purgatório a título de sufrágio, de ajuda. Assim, podemos oferecer por essa intenção a recepção dos sacramentos, especialmente a Comunhão, o terço, as doenças, a dor, as contrariedades da jornada. Sem esquecermos esse outro cabedal de que dispomos todos os dias como um grande instrumento de ajuda aos nossos irmãos defuntos: o trabalho ou o estudo, feitos com perfeição humana e sentido sobrenatural.

III. AS INDULGÊNCIAS plenárias ou parciais – que podem ser aplicadas como sufrágio têm uma particular importância na ajuda que podemos prestar às almas do Purgatório; algumas até foram previstas exclusivamente em favor dos defuntos.

A Igreja concede indulgência parcial por muitas obras de piedade. Estão neste caso a oração mental, a recitação do Angelus ou do Regina Coeli; o uso de um objeto piedoso – crucifixo, terço, escapulário, medalha – abençoado por um sacerdote (se tiver sido abençoado pelo Sumo Pontífice ou por um prelado, ganha-se indulgência plenária na festa de São Pedro e São Paulo, após um ato de fé); a leitura da Sagrada Escritura; a recitação do Lembrai-vos; a Comunhão espiritual, com qualquer fórmula; todas as ladainhas; a recitação do Adoro te devote; a Salve Rainha; as orações pelo Papa; um retiro espiritual... Algumas destas práticas são ainda mais enriquecidas pela concessão – nas condições habituais: Confissão, Comunhão, oração pelo Sumo Pontífice – do benefício da indulgência plenária, que apaga toda a pena temporal devida pelos pecados. É o que acontece, por exemplo, com a recitação do terço em família, a prática da Via-Sacra, a meia hora de oração diante do Santíssimo Sacramento, a piedosa visita a um cemitério nos primeiros oito dias do mês de novembro...

Conforme ensinam São Tomás de Aquino 14 e muitos outros teólogos, as almas do Purgatório podem lembrar-se das pessoas queridas que deixaram na terra e pedir por elas, ainda que ignorem – a não ser que Deus disponha o contrário – as necessidades concretas dos que ainda vivem. Intercedem pelos seres queridos que aqui deixaram, como nós rezamos por elas mesmo sem sabermos com certeza se estão no Purgatório ou se já gozam de Deus no Céu. Não podem merecer, mas podem interceder, apresentando ao Senhor os méritos adquiridos aqui na terra. Ajudam-nos em muitas das necessidades diárias, e fazem-no “especialmente em relação aos que estiveram unidos a elas durante esta vida” 15, aos que mais as ajudaram a alcançar a salvação, aos que tinham a seu cargo nesta terra.

Não deixemos de recorrer a elas..., e sejamos generosos nos sufrágios que a liturgia nos propõe especialmente neste mês de novembro. Tendo-as muito presentes, relacionando-nos com elas nesse intercâmbio de orações, devemos chegar a poder dizer delas: “Minhas boas amigas, as almas do Purgatório...” 16

(1) Cfr. Michael Schmaus, Teologia dogmática, Rialp, Madrid, 1965, vol. II, Los novísimos, pág. 503; (2) cfr. Liturgia das Horas, Primeira leitura; 1 Mac 9, 1-22; (3) Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 50; (4) Santo Efrém, Testamentum, 78; (5) Missal Romano, Orações eucarísticas I e II; (6) cfr. Federico Suárez, El sacrifício del altar, pág. 208; (7) Concílio II de Lyon, Profissão de fé de Miguel Paleólogo, Dz 464 (858); (8) Sl 52, 1; (9) Sl 41, 3; (10) Concílio Vaticano II, Constituição Gaudium et spes, 13; (11) São João Paulo II, Exortação Apostólica Reconciliatio et paenitentiae, 2.12.84, 16; (12) Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, Carta aos Bispos sobre algumas questões referentes à escatologia, 17.05.79, 7; (13) Apoc 21, 27; (14) cfr. São Tomás de Aquino, Suma teológica, I, q. 89; (15) Michael Schmaus, Teologia dogmática, pág. 507; (16) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 571.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


Beato Francisco Palau

07 de Novembro

Beato Francisco Palau

Nasceu em Espanha, Catalunha no dia 29 de Dezembro de 1811, dia em que também foi batizado. Sua família era  pobre, porém, muito cristã  e  piedosa.

Foi  Crismado em 11 de Abril de 1817 e aos 17 anos, ocasião em que ingressou no Seminário diocesano de Lérida, onde cursou por quatro anos os estudos de filosofia e teologia. Ali permaneceu até o ano de 1832,  quando optou em ingressar para o Convento dos Padres Carmelitas de  Barcelona.   Assume o postulantado no dia 23 de outubro e, no dia 15 de novembro do ano seguinte (1833),  faz a sua profissão religiosa como Carmelita Descalço.  Foi ordenado Diácono em 1834 e, dois anos  depois,  ordenado sacerdote na catedral de  Barbastro, por D. Diego Fort Puig, bispo da  Diocese.

A espiritualidade e  personalidade  do padre Palau se caracteriza por intensas lutas,  largas e penosas  buscas de pacificação durante quase toda a sua vida.  Empenha-se  pela paz entre os homens, que na época se debatiam em lutas fraticidas;  pregou a verdade, para desterrar a ignorância, causa de tantos desmandos;  a  liberdade, numa Espanha que, dizendo-se “liberal”,  perseguia implacavelmente a Igreja. Foi como carmelita e  sacerdote que não só trabalhou, mas comprometeu-se radicalmente na busca de solução dos problemas  de seu tempo, o que resultou-lhe sérias perseguições.  Em conseqüência de suas opiniões religiosas e políticas, foi perseguido e exilado.

Durante uma pregação,  na novena  das  almas  em Cidadela, recebe uma  especial  inspiração sobre o Mistério da Igreja. À  raiz de diversas experiências espirituais de que foi agraciado,  surgem os primeiros planos fundacionais que logram estabilidade e continuidade, apoiados pela autoridade eclesiástica da Diocese de Menorca.

Foi em 1860,  em Balaers, que fundou duas  congregações religiosas:  As Irmãs Carmelitas Missionárias e  Irmãs Carmelitas Missionárias Teresianas, que encarnam seu espírito e fazem com que São Francisco Palau traga vivo hoje, para nós,  seus ideais em suas filhas carmelitanas.

Era um homem totalmente entregue ao apostolado e à oração.  Era dotado por Deus com dons da profecia e dos milagres e, por isto, teve de suportar várias  denúncias e processos pelas numerosas  curas  que  fazia  sem ser médico.

Seu combate resoluto  pela causa de Deus e da Igreja, faz lembrar a do profeta Elias, patrono da família carmelitana. Possuía um particular discernimento do papel desempenhado pelo demônio no mundo, e empenhou-se para que a Igreja ampliasse o uso do exorcismo como arma espiritual adequada às necessidades dos fiéis. Em diversas  ocasiões praticou exorcismos, todas as  vezes  com pleno êxito. Inclusive, no ano de 1866, viajou para Roma e para lá retornou novamente ano de 1870, quando apresentou pessoalmente ao Papa e aos Padres do Concílio Vaticano I,  suas questões relativas aos temas que tratavam de questões sobre a  prática do exorcismo.

Buscou intensamente a  solidão, mas também se lançou à muitas ações, através de diferentes meios para servir aos irmãos, com os meios que o Céu lhe sugeriu:  A pregação, a catequese organizada, os exorcismos e a difusão do Evangelho e da divulgação da sã doutrina como escritor e periodista.  Os apostolados mais variados, encontraram sua unidade nos ideais que mais lhe moveram: Amar e servir à Igreja, aos pobres, enfermos, crianças, jovens, às famílias, aos espiritualmente dominados pelo poder das trevas.

Sua espiritualidade, refletida plenamente nas  Congregações que fundou, assim sintetizou:

  • Que estejamos  sempre dispostos a seguir Cristo, ainda que nos custe.
  • Que nos entreguemos com valentia e generosidade ao serviço dos irmãos.
  • Que a  solidão, a oração e  o sacrifício, sejam a fonte do nosso apostolado.
  • Que o amor a Cristo, a Maria e  à Igreja, polarizem nossa vida.

Francisco Palau morreu em  20 de março de  1872, aos 62 anos de idade.  Foi beatificado no dia 24 de  abril de 1988 pelo Papa João Paulo II.

Fonte: https://fradescarmelitas.org.br


O amigo dos pecadores

TEMPO COMUM. TRIGÉSIMA PRIMEIRA SEMANA. QUINTA-FEIRA 

– Os doentes é que precisam de médico. Jesus veio curar-nos.
– A ovelha perdida. A alegria de Deus ante as nossas conversões diárias.
– Jesus sai muitas vezes à nossa procura.

I. LEMOS NO EVANGELHO da Missaque os publicanos e os pecadores se aproximavam de Jesus para ouvi-lo. Mas os fariseus e os escribas murmuravam dizendo: Este recebe os pecadores e come com eles.

Meditando na vida do Senhor, podemos ver claramente como toda ela manifesta a sua absoluta impecabilidade. Ele próprio perguntará aos que o escutam: Quem de vós me arguirá de pecado?2, e “durante toda a sua vida luta contra o pecado e contra tudo o que gera o pecado, a começar por Satanás, que é o pai da mentira... (cfr. Jo 8, 44)”3.

Esta batalha de Jesus contra o pecado e contra as suas raízes mais profundas não o afasta do pecador. Pelo contrário, aproxima-o dos homens, de cada homem. Na sua vida terrena, Jesus costumava mostrar-se particularmente próximo dos que, aos olhos dos homens, passavam por “pecadores” ou o eram de verdade. O Evangelho assim no-lo mostra em muitas passagens, a ponto de os seus inimigos lhe terem dado o título de amigo dos publicanos e dos pecadores4.

A sua vida é um contínuo aproximar-se dos que precisam da saúde da alma. Sai à procura dos que necessitam de ajuda como Zaqueu, em cuja casa se hospeda: Zaqueu, desce depressa – diz-lhe – porque convém que eu me hospede hoje em tua casa5. Não se afasta e até vai em busca dos que estão mais distanciados. Por isso aceita os convites e aproveita as circunstâncias da vida social para estar com aqueles que parecem não ter postas as suas esperanças no Reino de Deus. São Marcos indica que, depois do chamamento dirigido a Mateus, estavam também à mesa com Jesus e com os seus discípulos muitos publicanos e pecadores6. E quando os fariseus murmuram dessa atitude, Jesus responde-lhes: Os sãos não têm necessidade de médico, mas os enfermos...7 Sentado à mesa com esses homens que parecem estar muito longe de Deus, Jesus mostra-se entranhadamente humano. Não se afasta deles; pelo contrário, procura conversar e relacionar-se com eles.

A suprema manifestação do amor de Jesus pelos que se encontravam numa situação mais crítica deu-se no momento da sua Morte por todos no Calvário. Mas nesse longo percurso até à Cruz, a sua vida foi uma manifestação contínua de interesse por cada um, que se expressava nestas palavras comovedoras: O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir...8 Para servir a todos: aos que têm boa vontade e estão mais preparados para receber a doutrina do Reino e aos que parecem resistir à Palavra divina e ter o coração endurecido.

A meditação de hoje deve levar-nos a aumentar a nossa confiança em Jesus, tanto mais quanto maiores forem as nossas necessidades, quanto mais sentirmos a nossa fraqueza: nesses momentos, Cristo também está perto de nós.

De igual forma, pediremos com confiança por aqueles que estão afastados do Senhor, que não correspondem à solicitude com que procuramos aproximá-los de Deus e até parecem afastar-se mais. “Oh!, que dura coisa Vos peço, meu Deus – exclama Santa Teresa –: que queirais a quem não Vos quer, que abrais a quem não Vos chama, que deis saúde a quem gosta de estar doente e anda procurando a doença!”9

II. JESUS CRISTO ANDAVA constantemente entre a turba, deixando-se assediar por ela, mesmo depois de entrada a noite10; muitas vezes, nem sequer lhe permitiam descansar11. A sua existência esteve totalmente dedicada aos seus irmãos os homens12, com um amor tão grande que chegou a dar a vida por todos13. Ressuscitou para a nossa justificação14; subiu aos Céus para nos preparar um lugar15; enviou-nos o Espírito Santo para não nos deixar órfãos16. Quanto mais necessitados nos encontramos, mais atenções tem conosco. Esta misericórdia supera qualquer cálculo e medida humana; é “própria de Deus, e nela se manifesta de forma máxima a sua onipotência”17.

O Evangelho da Missa continua com uma belíssima parábola em que se expressam os cuidados de que a misericórdia divina rodeia o pecador: Se um de vós tem cem ovelhas e uma delas se perde, não deixa porventura as noventa e nove no campo, e vai à procura da que se extraviou, até que a encontra? E, quando a encontra, carrega-a sobre os ombros alegremente; e, ao chegar a casa, reúne os amigos e vizinhos para dizer-lhes: Congratulai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha que se tinha perdido. “A suprema Misericórdia – comenta São Gregório Magno – não nos abandona nem mesmo quando nós a abandonamos”18. Jesus Cristo é o Bom Pastor que nunca dá por definitivamente perdida nenhuma das suas ovelhas.

O Senhor também quer expressar aqui a sua imensa alegria, a alegria de Deus, pela conversão do pecador. É um júbilo divino que ultrapassa toda a lógica humana: Digo-vos que assim também haverá maior júbilo no céu por um pecador que faça penitência, que por noventa e nove justos que não precisem de penitência, do mesmo modo que um capitão estima mais o soldado que na guerra, tendo voltado depois de fugir, ataca com maior valor o inimigo, do que aquele que nunca fugiu, mas também não mostrou valor algum, comenta São Gregório Magno; ou como o lavrador prefere muito mais a terra que, depois de ter produzido espinhos, dá fruto abundante, do que a terra que nunca teve espinhos, mas nunca produziu fruto abundante19.

É a alegria de Deus quando retomamos a luta interior, talvez depois de pequenos fracassos nesses pontos em que precisamos de uma conversão: esforçar-nos por vencer as asperezas do caráter; por ser otimistas em todas as circunstâncias, sem desanimar, pois somos filhos de Deus; por aproveitar o tempo no estudo, no trabalho, começando e terminando na hora prevista, deixando de lado telefonemas inúteis ou desnecessários; por desarraigar um defeito; por ser generosos na pequena mortificação habitual... É a luta diária por evitar “extravios” que, mesmo que não sejam graves, nos afastam do Senhor.

Sempre que recomeçamos, o nosso coração cumula-se de júbilo, e o mesmo acontece com o do Mestre. Cada vez que deixamos que Ele nos encontre, somos a alegria de Deus no mundo.

O Coração de Jesus “transborda de alegria quando recupera uma alma que lhe tinha escapado. Todos têm que participar da sua felicidade: os anjos e os eleitos do Céu, bem como os justos da terra”20Alegrai-vos comigo..., diz-nos o Senhor. Senhor – canta um antigo hino da Igreja –, ficaste extenuado procurando-me: / Que não seja em vão fadiga tão grande!21

III. E QUANDO A ENCONTRA, carrega-a sobre os ombros alegremente... Jesus Cristo sai muitas vezes à nossa procura. Ele, que pode medir a maldade e a essência da ofensa a Deus em toda a sua profundidade, aproxima-se de nós; Ele conhece bem a fealdade do pecado e a sua malícia, e, no entanto, “não chega iracundo: o Justo oferece-nos a imagem mais comovente da misericórdia [...]. À samaritana, à mulher com seis maridos, diz simplesmente – e nela a todos os pecadores –:Dá-me de beber (Jo 3, 4-7). Cristo vê o que essa alma pode ser, quanta beleza se esconde nela – a imagem de Deus ali mesmo –, e que possibilidades, e até que «resto de bondade» não existe naquela vida de pecado, como uma marca inefável, mas realíssima, do que Deus quer dela”22.

Jesus Cristo aproxima-se do pecador com respeito, com delicadeza. As suas palavras são sempre expressão do seu amor por cada alma. Vai e não peques mais23, é a única coisa que dirá à mulher adúltera que estivera a ponto de ser apedrejada. Filho, tem confiança, são-te perdoados os teus pecados24, dirá ao paralítico que, depois de incontáveis esforços, tinha sido levado pelos seus amigos à presença de Jesus. Momentos antes de morrer, dirá ao Bom Ladrão: Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso25. São palavras de perdão, de alegria e de recompensa. Se soubéssemos com que amor Cristo nos espera em cada Confissão! Se pudéssemos compreender o seu interesse em que regressemos!

A impaciência do Bom Pastor é tanta que não fica à espera de ver se a ovelha volta ao redil por conta própria, mas sai pessoalmente em busca dela. Uma vez encontrada, nenhuma outra receberá tantas atenções como ela, pois terá a honra de voltar ao redil aos ombros do pastor. Volta ao redil e “passada a surpresa, é real esse acréscimo de calor que traz ao rebanho, esse descanso merecido do pastor, e a própria calma do cão de guarda, que só de vez em quando, em sonhos, acorda assustado e vai certificar-se de que a ovelha dorme mais aconchegada ainda, se é possível, entre as outras”26. Os cuidados e atenções da misericórdia divina para com o pecador arrependido são esmagadores.

O seu perdão não consiste apenas em perdoar e esquecer para sempre os nossos pecados; isto já seria muito. Com a remissão das culpas, a alma também renasce para uma vida nova, ou a que já existia cresce e fortifica-se. O que antes era morte converte-se em fonte de vida; o que era terra dura transforma-se num vergel de frutos duradouros.

O Senhor mostra-nos nesta passagem evangélica todo o valor que tem para Ele uma só alma, pois está disposto a lançar mão de todos os meios para que ela não se perca; mostra também a sua infinita alegria quando alguém volta de novo à sua amizade.

(1) Lc 15, 1-10; (2) Jo 8, 46; (3) João Paulo II, Audiência geral, 10.02.88; (4) cfr. Mt 11, 18-19; (5) cfr. Lc 19, 1-10; (6) cfr. Mc 2, 13-15; (7) cfr. Mc 2, 17; (8) Mc 10, 45; (9) Santa Teresa, Exclamações, n. 8; (10) cfr. Mc 3, 20; (11) cfr. ibid.; (12) cfr. Gál 2, 20; (13) cfr. Jo 13, 1; (14) cfr. Rom 4, 25; (15) cfr. Jo 14, 2; (16) cfr. Jo 14, 18; (17) São Tomás de Aquino, Suma teológica, II-II, q. 30, a. 4; (18) São Gregório Magno, Homilia 36 sobre os Evangelhos; (19) cfr. São Gregório Magno, Homilia 34 sobre os Evangelhos, 4; (20) Georges Chevrot, El Evangelio al aire libre, págs. 84-85; (21) HinoDies irae; (22) F. Sopenã, La Confesión, págs. 28-29; (23) Jo 8, 11; (24) Mt 9, 2; (25) Lc 24, 43; (26) F. Sopenã, La Confesión, pág. 36.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


07 de Novembro 2019

A SANTA MISSA

31ª Semana do Tempo Comum – Quinta-feira 
Cor: Verde

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1ª Leitura: Rm 14,7-12

“Vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor” 

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos

Irmãos, 7 ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. 8 Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. 9 Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto, para ser o Senhor dos mortos e dos vivos. 10 E tu, por que julgas o teu irmão? Ou, mesmo, por que desprezas o teu irmão? Pois é diante do tribunal de Deus que todos compareceremos. 11 Com efeito, está escrito: “Por minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim e toda língua glorificará a Deus”. 12 Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus. – Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 26(27), 1.4.13-14(R. 13)

R. Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver,
na terra dos viventes.

O Senhor é minha luz e salvação;*
de quem eu terei medo?
O Senhor é a proteção da minha vida;*
perante quem eu tremerei?        R.

4 Ao Senhor eu peço apenas uma coisa,*
e é só isto que eu desejo:
habitar no santuário do Senhor*
por toda a minha vida;
saborear a suavidade do Senhor*
e contemplá-lo no seu templo.        R.

13 Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver*
na terra dos viventes.
14 Espera no Senhor e tem coragem,*
espera no Senhor!       R. 

Evangelho: Lc 15, 1-10 

 “Haverá alegria no céu por um só pecador que se converte” 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 1 Os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. 2 Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. ‘Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles.’ 3 Então Jesus contou-lhes esta parábola: 4 ‘Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? 5 Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria, 6 e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ 7 Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão. 8 E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente, até encontrá-la? 9 Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’ 10 Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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