26 de Novembro 2019
A SANTA MISSA

34ª Semana do Tempo Comum – Terça-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: Dn 2,31-45
“O Deus do céu suscitará um reino que nunca será destruído,
antes, esmagará e aniquilará todos esses reinos”
Leitura da Profecia de Daniel
Naqueles dias, disse Daniel a Nabucodonosor: 31 “Tu, ó rei, olhavas, e pareceu-te ver uma estátua grande, muito alta, erguida à tua frente, de aspecto aterrador. 32 A cabeça da estátua era de ouro fino, peito e braços eram de prata, ventre e coxas, de bronze; 33sendo as pernas de ferro, e os pés, parte de ferro e parte de barro. 34 Estavas olhando, quando uma pedra, sem ser empurrada por ninguém, se desprendeu de algum lugar, e veio bater na estátua, em seus pés de ferro e barro, fazendo-os em pedaços; 35 então, a um só tempo, despedaçaram-se ferro, barro, bronze, prata e ouro, tudo ficando como a palha miúda das eiras, no verão, que o vento varre sem deixar vestígios; mas a pedra que atingira a estátua transformou-se num grande monte e encheu toda a terra. 36 Este foi o sonho; vou dar também a interpretação, ó rei, em tua presença. 37 Tu és um grande rei, e o Deus do céu te deu a realeza, o poder, a autoridade e a glória; 38 ele entregou em tuas mãos os filhos dos homens, os animais do campo e as aves do céu, onde quer que habitem, e te constituiu senhor de todos eles: tu és a cabeça de ouro. 39 Depois de ti, surgirá outro reino, que é inferior ao teu, e ainda um terceiro, que será de bronze, e dominará toda a terra. 40 O quarto reino será forte como o ferro; e assim como o ferro tudo esmaga e domina, do mesmo modo, à semelhança do ferro, ele esmagará e destruirá todos aqueles reinos. 41 Viste os pés e dedos dos pés, parte de barro e parte de ferro, porque o reino será dividido; terá a força do ferro, conforme viste o ferro misturado com barro cozido. 42 Viste também que os dedos dos pés eram parte de ferro e parte de barro, porque o reino em parte será sólido e em parte quebradiço. 43 Quanto ao ferro misturado com barro cozido, haverá decerto ligações por via de casamentos, mas sem coesão entre as partes, assim como o ferro não faz liga com o barro. 44 No tempo desses reinos, o Deus do céu suscitará um reino que nunca será destruído, um reino que não passará a outro povo; antes, esmagará e aniquilará todos esses reinos, e ele permanecerá para sempre. 45 Quanto à pedra que, sem ser tocada por mãos, se desprendeu do monte e despedaçou o barro cozido, o ferro, o bronze, a prata e o ouro, o grande Deus faz saber ao rei o que acontecerá depois, no futuro. O sonho é verdadeiro, e sua interpretação, fiel”.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Dn 3, 57.58.59.60.61(R. 59b)
R. Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!
57 Obras do Senhor, bendizei o Senhor, R.
58 Céus do Senhor, bendizei o Senhor! R.
59 Anjos do Senhor, bendizei o Senhor! R.
60 Águas do alto céu, bendizei o Senhor! R.
61 Potências do Senhor, bendizei o Senhor! R.
Evangelho: Lc 21,5-11
Não ficará pedra sobre pedra.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 5 Algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: 6 ‘Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.’ 7 Mas eles perguntaram: ‘Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer? 8 Jesus respondeu: ‘Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ – e ainda: ‘O tempo está próximo.’ Não sigais essa gente! 9 Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim.’ 10 E Jesus continuou: ‘Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. 11 Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
São Leonardo de Porto Maurício
26 de Novembro
São Leonardo de Porto Maurício
Imortal tornou-se o nome deste franciscano, missionário da Itália, que por espaço de 44 anos pregou 326 missões em 84 dioceses, apresentando-se assim como instrumento escolhido da Providência Divina, para a salvação de muitas almas. O resultado estupendo que lhe coroava os trabalhos de missionário, tem sua explicação na grande santidade deste humilde filho do Patriarca de Assis. São Leonardo de Porto Maurício é uma figura extraordinária, entre os grandes pregadores de penitência e, dos missionários que Deus tem dado à Igreja, é ele um dos maiores. O grande orador sacro Barberini, homem de muita experiência e virtude, disse no relatório ao Papa Clemente XII, em referência à pregação de Leonardo, que nunca ouvira um pregador mais eloqüente e zeloso, orador algum que, como ele, tanto o impressionasse. Bento XIV assistiu a diversas missões dirigidas por Leonardo, para ouvir-lhe as práticas. Nos lugares onde pregava, um dos cuidados do missionário era implantar na alma do povo, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e da Sagrada Paixão de Nosso Senhor, a adoração perpétua do Santíssimo Sacramento e o culto de Nossa Senhora. Um dos mais ardentes desejos seus era ver proclamado o dogma da Imaculada Conceição.
Grande pregador, era também modelo perfeito das virtudes, que procurava implantar nos corações dos ouvintes. Possuidor do espírito de São Francisco, era Leonardo, como seu pai espiritual, amigo apaixonado da pobreza. Andando sempre descalço, não usava hábito que não tivesse já servido a outros Irmãos da Ordem e bastante gasto. Presentes, que em quantidade lhe eram oferecidos, por ocasião das missões, Leonardo os rejeitava, preferindo viver pobre, como o Divino Mestre viveu e morreu.
Hemoptises freqüentes e fortes obrigaram-no a interromper pelo espaço de cinco anos a sua atividade de missionário pregador. Restabelecido, em 1707, subiu novamente ao púlpito e durante 44 anos não mais preciso foi tomar maior descanso. Nestes tempos desenvolveu uma atividade maravilhosa na Itália, principalmente na Toscana. O amor de Deus tinha deitado raízes fortíssimas na alma do santo missionário, que costumava dizer: "Mesmo se tivesse toda a certeza de parar no inferno, de todo coração amaria a meu Deus". Ou: "Feliz me consideraria, se com meu sangue pudesse evitar um só pecado mortal, que tanto desgosto causa a Deus e tão gravemente o ofende".
Devotíssimo de Maria Santíssima, saudava a divina Mãe, todas as vezes que ouvia bater horas. Os sábados e as vésperas de festas marianas eram-lhe dias de jejum. Missão não terminava, sem recomendar aos ouvintes a devoção a Nossa Senhora como o melhor antídoto contra o pecado mortal.
Considerando o Santíssimo Sacramento como o sol do cristianismo, a alma da fé, o ponto central da religião cristã, Leonardo era adorador devotíssimo deste grande mistério, e com o maior recolhimento celebrava a santa Missa, preparando-se para a celebração pela confissão diária.
Amigo de Deus e trabalhador dedicadíssimo pelos interesses de Jesus, grande amor dedicava também ao próximo. Esta caridade teve sua máxima expressão e exemplificação no confessionário. Os pecadores encontravam nele um bom pai e caridoso médico. Admirável era-lhe a dedicação no confessionário, durante as missões. Foi observado que permanecia no tribunal da penitência durante 30 horas, sem tomar alimento e sem se permitir um descanso. Todos os sacrifícios, todas as fadigas as oferecia pelas almas do purgatório.
Verdadeiro santo, era Leonardo amigo da Penitência. O tempo lhe era precioso demais, para perdê-lo com conversações inúteis. Só o serviço de Deus e o interesse pelas almas podiam-no levar a sair da cela. Durante as missões o asoalho lhe servia de leito, e o corpo, macerado pelo jejum, e pelas mortificações, trazia sinais inequívocos de cruéis flagelações. Quando estudante, era modelo para os condiscípulos, e os mestres tinham-lhe grande estima, comparando-o com São Luís Gonzaga. Nunca abandonou os princípios austeros, adquiridos na mocidade, defensores e conservadores da santa pureza.
Era visível a graça e proteção divina, que o acompanhavam nas missões. Como fossem numerosíssimas as conversões, não faltavam exemplos a mostrar como Deus castigava os desprezadores dos salutares avisos divinos. Em todas as emergências conservava São Leonardo a conformidade e uma profunda humildade. "Tudo para Deus, nada para mim", era sua divisa.
Leonardo morreu no ano de 1751 em Roma, no Convento de São Boaventura. Pio VI, que o conhecera em vida, conferiu-lhe o título de Bem-Aventurado. Pio IX inseriu-lhe o nome no catálogo dos Santos da Igreja e Pio XI deu-o por padroeiro aos missionários.
Fonte: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959.
A viúva pobre
TEMPO COMUM. TRIGÉSIMA QUARTA SEMANA. SEGUNDA-FEIRA
– Não devemos ter medo de ser generosos sem limites.
– Entrega sem condições. Não negar nada ao Senhor.
– Generosidade de Deus.
I. ERAM MUITAS as oferendas que se apresentavam todos os dias ao Senhor no Templo de Jerusalém. Bastantes delas correspondiam aos produtos da terra, em reconhecimento do supremo domínio divino sobre todas as coisas criadas. Consistiam em farinha e azeite, espigas ou pão cozido, que eram incensados para exprimir o desejo de que fossem agradáveis ao Senhor1. Parte da oferenda era queimada sobre o altar e parte era consumida pelo sacerdote no interior do Templo2. O holocausto era um sacrifício em que a vítima (um cordeiro, uma ave...), previamente sacrificada, era completamente destruída, quase sempre por meio do fogo. A palavra holocausto significava precisamente que a vítima era queimada totalmente. Nos tempos de Cristo, era oferecido durante a manhã e a tarde, e por isso chamava-se sacrifício perpétuo3. Era figura do que havia de vir, o sacrifício eucarístico.
Como oferenda a Deus e para o sustento do Templo, também eram depositadas esmolas num lugar bem visível, o gazofilácio. Certo dia, Jesus encontrava-se perto desse lugar e observava como o povo lançava ali moedas; e muitos ricos lançavam muito4. Viu também como se aproximava uma viúva pobre e lançava duas pequenas moedas5. São Marcos menciona até o valor dessas moedas: um quadrante, a quarta parte de um asse, uma quantia insignificante. No entanto, o Senhor comoveu-se com o gesto daquela mulher, pois sabia perfeitamente tudo o que representava para ela. A sua oferenda foi mais importante do que a de todos os outros porque deu tudo o que tinha, todo o seu sustento. Os outros desprendiam-se do que lhes sobrava, esta deu do que lhe era necessário.
Deve ter feito a oferenda com muito amor, com uma grande confiança na Providência divina, e Deus recompensou-a com certeza ainda na vida aqui na terra. “Eles ofertaram muito do muito que tinham – comenta Santo Agostinho –; ela deu tudo o que possuía. Tinha muito, pois tinha Deus no seu coração. É mais possuir Deus na alma do que ouro na arca. Quem deu mais do que essa pobre viúva que não reservou nada para si?”6
Esta passagem – que se lê no Evangelho da Missa de hoje – ensina-nos a não ter medo de ser generosos com Deus e com as boas obras a serviço do Senhor e dos outros, e mesmo a sacrificar aquilo que nos parece necessário para a vida. Que poucas coisas nos são realmente necessárias! Temos que oferecer a Deus tudo o que somos e temos, sem reservar nada, nem sequer uma pequena parte, para interesses clara ou disfarçadamente egoístas. Existe um antigo refrão segundo o qual conquistamos a Deus com a última moeda.
O gesto da viúva causou tanta alegria ao Senhor que sentiu necessidade de comentá-lo com os seus discípulos7. É a mesma alegria que o seu Coração experimenta quando nos entregamos a Ele totalmente. “O Reino de Deus não tem preço, e no entanto custa exatamente o que tens [...]. A Pedro e André, custou-lhes o abandono de uma barca e de umas redes; à viúva, duas moedinhas de prata (cfr. Lc 21, 2); a outro, um copo de água fresca (cfr. Mt 10, 42)...”, diz São Gregório Magno8.
II. COM A SUA PAIXÃO e Morte, o Senhor pede aos que o seguem o oferecimento a Deus Pai, não de animais, aves ou frutos do campo, como no Antigo Testamento, mas de si próprios. São Paulo recordá-lo-á aos primeiros cristãos de Roma: Rogo-vos, pois, irmãos, pela misericórdia de Deus, que ofereçais os vossos corpos como uma hóstia viva, santa, agradável a Deus: este é o culto racional que lhe deveis9.
Especialmente na Santa Missa, o cristão pode e deve oferecer-se juntamente com Cristo, pois “para que a oblação – com a qual os fiéis oferecem neste Sacrifício a Vítima divina ao Pai celestial – alcance o seu pleno efeito [...], é preciso que se imolem a si próprios como hóstias [...] e, desejosos de assemelhar-se a Cristo, que sofreu tão grandes dores, se ofereçam como hóstia espiritual com o próprio Sumo e Eterno Sacerdote e por meio dEle mesmo”10.
Esta entrega realiza-se todos os dias, e estende-se a todos os atos que compõem o nosso dia: vai desde o esmero em oferecer ao Senhor as obras do dia que começa, até o último pensamento para Ele antes de nos entregarmos ao sono. E isso com o coração sempre disponível para atender ao que o Senhor nos queira pedir, com a disposição de não lhe negar nada.
A nossa entrega deve ser plena, sem condições nem exceções.
Num dos escritos mais antigos da Cristandade primitiva, diz-se que, quando um homem enche de bom vinho umas talhas muito bem preparadas e deixa algumas delas meio cheias, se depois as repassa, não examina as que encheu até cima – pois sabe que o vinho ali guardado se conserva bem –, mas olha para as que estão por encher, pois teme, com razão, que se tenham azedado11. A mesma coisa acontece com as almas. A “meia entrega” acaba por romper a amizade com o Mestre. Só uma generosidade plena permite seguir o ritmo dos seus passos. De outra maneira, iríamos distanciando-nos cada vez mais e o Senhor não demoraria a ser uma figura longínqua e difusa. O cristão que queira ser coerente com a sua fé tem que decidir-se a pertencer a Deus sem reservas, a colocá-lo claramente no centro de todos os seus afetos e anseios.
Não tenhamos receio de pôr à disposição de Jesus tudo o que temos. Não hesitemos em dar-nos completamente. “Não vos deixeis enganar quando os hipócritas levantarem em torno de vós a dúvida sobre o direito que Deus tem de vos pedir tanto. Pelo contrário, colocai-vos na presença do Senhor sem condições, dóceis, como o barro nas mãos do oleiro (Jer 18, 6), e confessai-lhe rendidamente: Deus meus et omnia!, Tu és o meu Deus e o meu tudo”12.
III. CONTA UMA ANTIGA LENDA oriental que todo aquele que se encontrava com o rei tinha obrigação de oferecer-lhe algum presente. Certo dia, um pobre camponês encontrou-se com o monarca, e, como não tinha nada com que presenteá-lo, recolheu um pouco de água na palma da mão e ofereceu ao soberano aquele obséquio tão simples. O rei gostou tanto da boa vontade daquele súdito que mandou – pois era um homem magnânimo – que lhe dessem como recompensa uma escudela cheia de moedas de ouro.
O Senhor, que é mais generoso do que todos os reis da terra, prometeu-nos o cêntuplo nesta vida e depois a vida eterna13. Ele quer que sejamos felizes nesta vida: os que o seguem com generosidade obtêm, já nesta terra, uma felicidade e uma paz que ultrapassam todas as alegrias e consolações humanas. Esta alegria é uma antecipação do Céu.
Ter o Senhor perto de nós é já a melhor retribuição. Ele “é tão agradecido – escreve Santa Teresa – que não deixa sem prêmio um só levantar de olhos lembrando-nos da sua presença”14.
Todos os dias o Senhor espera a oferenda simples dos nossos trabalhos, das pequenas dificuldades que nunca faltam, da caridade bem vivida, do tempo empregado em favor dos outros, da esmola generosa... Nesta entrega diária aos outros, “é necessário ir mais longe do que a estrita justiça, conforme a conduta exemplar da viúva que nos ensina a dar com generosidade mesmo aquilo que diz respeito às nossas necessidades. Sobretudo, devemos ter presente que Deus não mede os atos humanos pelas aparências do quanto foi dado. Deus mede-os pela medida dos valores interiores do como se põem à disposição do próximo: medida de acordo com o grau de amor com que nos damos livremente ao serviço dos irmãos”15.
As nossas oferendas a Deus, muitas vezes aparentemente tão pequenas, chegarão melhor à presença do Senhor se as fizermos por meio de Nossa Senhora. “Esse pouco que desejes oferecer – recomenda São Bernardo –, procura depositá-lo nas mãos de Maria, graciosíssimas e digníssimas de todo o apreço, a fim de que seja oferecido ao Senhor sem sofrer repulsa por parte dEle”16.
(1) Cfr. Lev 2, 1-2; 14-15; (2) cfr. Lev 6, 7-11; (3) cfr. Dan 8, 11; (4) Mc 12, 41; (5) cfr. Lc 21, 1-4; (6) Santo Agostinho, Sermão 107 A; (7) cfr. Mc 12, 43; (8) São Gregório Magno, Homilia 5 sobre os Evangelhos; (9) Rom 12, 1; (10) Pio XII, Carta Encíclica Mediator Dei, 20.11.47, 25; (11) cfr. Pastor de Hermas, Mandamentos, 13, 5, 3; (12) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 167; (13) cfr. Lc 18, 28-30; (14) Santa Teresa, Caminho de perfeição, 23, 3; (15) São João Paulo II, Homilia, 10.11.85; (16) São Bernardo, Homilia na Natividade da Bem-aventurada Virgem Maria, 18.
Fonte: livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
25 de Novembro 2109
A SANTA MISSA

34ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: Dn 1,1-6.8-20
“Não se achou ninguém, dentre todos os presentes,
que se igualasse a Daniel, Ananias, Misael e Azarias.”
Início da Profecia de Daniel
1 No terceiro ano do reinado de Joaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei da Babilônia, avançou sobre Jerusalém e pôs-lhe cerco; 2 o Senhor entregou em suas mãos Joaquim, rei de Judá, e parte dos vasos da casa de Deus, e ele os levou para a terra de Senaar, para o templo de seus deuses, depositando os vasos no tesouro dos deuses. 3 Então o rei ordenou ao chefe dos eunucos, Asfenez, para que trouxesse, dentre os filhos de Israel, alguns jovens de estirpe real ou de família nobre, 4 sem defeito físico e de boa aparência, preparados com boa educação, experientes em alguma ciência e instruídos, e que pudessem estar no palácio real, onde lhes deveriam ser ensinadas as letras e a língua dos caldeus. 5 O rei fixou-lhes uma ração diária da comida e do vinho de sua mesa, de tal modo que, assim alimentados e educados durante três anos, eles pudessem no fim entrar para o seu próprio serviço. 6 Havia, entre esses moços, filhos de Judá, Daniel, Ananias, Misael e Azarias. 8 Ora, Daniel decidiu secretamente não comer nem beber da mesa do rei por convicções religiosas, e pediu ao chefe dos eunucos que o deixasse abster-se para não se contaminar. 9 Deus concedera que Daniel obtivesse simpatia e benevolência por parte do mordomo. Este disse-lhe: “Tenho medo do rei, meu Senhor, que determinou alimentação e bebida para todos vós; 10 se vier a perceber em vós um aspecto mais abatido que o dos outros moços da vossa idade, estareis condenando minha cabeça perante o rei”. 11 Mas disse Daniel ao guarda que o chefe dos eunucos tinha designado para tomar conta dele, de Ananias, Misael e Azarias: 12 “Por favor, faze uma experiência com estes teus criados por dez dias, e nos sejam dados legumes para comer e água para beber; 13 e que à tua frente seja examinada nossa aparência e a dos jovens que comem da mesa do rei, e, conforme achares, assim resolverás com estes teus criados”. 14 O homem, depois de ouvir esta proposta, experimentou-os por dez dias. 15 Depois desses dez dias, eles apareceram com melhor aspecto e mais robustos do que todos os outros jovens que se alimentavam com a comida do rei. 16 O guarda, desde então, retirava a comida e bebida deles para dar-lhes legumes. 17 A esses quatro jovens Deus concedeu inteligência e conhecimento das letras e das ciências, e a Daniel, o dom da interpretação de todos os sonhos e visões. 18 Terminado, pois, o prazo que o rei tinha fixado para a apresentação dos jovens, foram estes trazidos à presença de Nabucodonosor pelo chefe dos eunucos. 19 Depois de o rei lhes ter falado, não se achou ninguém, dentre todos os presentes, que se igualasse a Daniel, Ananias, Misael e Azarias. E passaram à companhia do rei. 20 Em todas as questões de sabedoria e entendimento que lhes dirigisse, achava o rei neles dez vezes mais valor do que em todos os adivinhos e magos que haviam em todo o reino.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Dn 3, 52.53 e 54.55 e 56(R. 52b)
R. A vós louvor, honra e glória eternamente!
52 Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais.*
Sede bendito, nome santo e glorioso. R.
53 No templo santo onde refulge a vossa glória. R.
54 E em vosso trono de poder vitorioso. R.
55 Sede bendito, que sondais as profundezas*
e superior aos querubins vos assentais. R.
56 Sede bendito no celeste firmamento. R.
Evangelho: Lc 21,1-4
Viu também uma pobre viúva
que depositou duas pequenas moedas.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 1 Jesus ergueu os olhos e viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do Templo. 2 Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas. 3 Diante disto, ele disse: ‘Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos. 4 Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Santa Catarina de Alexandria
25 de Novembro
Santa Catarina de Alexandria
Segundo conta a tradição, a santa foi filha do Rei Costus e desde muito pequena estudou as artes liberais. Mais adiante, ficou órfã. Por volta do ano 310, o imperador Maximino ordenou que fossem oferecidos sacrifícios aos deuses, castigando duramente os que se recusavam.
Santa Catarina se apresentou diante de Maximino e debateu com ele sobre o criador do mundo e as leis que o regem. O imperador, impressionado por sua beleza e sabedoria, mandou chamar secretamente os mais sábios do império.
Catarina se dedicou profundamente à oração e os eruditos não só ficaram atônitos com os argumentos irrebatíveis da jovem, mas também se converteram ao cristianismo.
O tirano imperador se encheu de cólera e os condenou a fogueira. Em seguida, Maximino propôs a Catarina que fosse sua primeira dama, mas ela recusou. Por isso, foi açoitada e trancada em um calabouço sem comer.
A imperatriz e o general Porfírio ficaram surpresos ao ver a prisão iluminada por anjos que curavam as feridas de Santa Catarina, a qual lhes falou da doutrina cristã e os converteu, junto a muitos soldados.
O imperador, por sua vez, lhe propôs ser rainha, mas a santa escolheu seguir consagrada a Cristo e recusou oferecer sacrifícios a deuses pagãos. Então, os prefeitos do imperador idealizaram rodas com pregos e lâminas para matá-la, mas Catarina orou e a máquina se desfez em mil pedaços. Algumas histórias assinalam que se destruiu por um raio.
A imperatriz recriminou o imperador por sua crueldade, ele ficou furioso e ordenou que cortassem os seios e a cabeça dela. O general Porfírio enterrou o corpo e foi até Maximino. Então, reconheceu que ele também era cristão, assim como a maioria dos presentes. O tirano, cego de ira, mandou degolar todos.
O imperador tentou outra vez seduzir Catarina e lhe ofereceu compartilhar o trono, mas foi novamente rechaçado. Desta maneira, Catarina foi condenada à morte. Uma espada cortou sua cabeça e os anjos transladaram seu corpo ao Monte Sinai.
Nesse lugar, onde Moisés falou com Deus na sarça ardente, no século IV, a imperatriz Helena mandou construir uma capela. Dois séculos mais tarde, o Imperador Justiniano erigiu o Mosteiro de Santa Catarina, considerado o mosteiro cristão mais antigo do mundo. No ano 2000, São João Paulo II iniciou ali sua peregrinação jubilar pela Terra Santa.
No Brasil, foi homenageada com o estado de Santa Catarina, que tem a virgem mártir como padroeira.
Fonte: https://www.acidigital.com
O Reinado de Cristo
TRIGÉSIMO QUARTO DOMINGO DO TEMPO COMUM.
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO
– Um reinado de justiça e de amor.
– Que Cristo reine em primeiro lugar na nossa inteligência, na nossa vontade, em todas as nossas ações...
– Estender o Reino de Cristo.
I. O SENHOR SENTAR-SE-Á como rei para sempre, o Senhor abençoará o seu povo dando-lhe a paz1, recorda-nos uma das Antífonas da Missa.
A solenidade que celebramos hoje “é como uma síntese de todo o mistério salvífico”2. Com ela encerra-se o ano litúrgico: depois de termos celebrado todos os mistérios da vida do Senhor, apresenta-se agora à nossa consideração Cristo glorioso, Rei de toda a criação e das nossas almas. Ainda que as festas da Epifania, Páscoa e Ascensão sejam também festas de Cristo Rei e Senhor de todas as coisas criadas, a de hoje foi especialmente instituída para nos mostrar Jesus como único soberano de uma sociedade que parece querer viver de costas para Deus3.
Os textos da Missa salientam o amor de Cristo-Rei, que veio estabelecer o seu reinado, não com a força de um conquistador, mas com a bondade e a mansidão do pastor: Eis que eu mesmo irei buscar as minhas ovelhas, seguindo o seu rasto. Assim como um pastor segue o rasto do seu rebanho quando as ovelhas se encontram dispersas, assim eu seguirei o rasto das minhas ovelhas; e livrá-las-ei tirando-as de todos os lugares por onde se tenham dispersado no dia das nuvens tempestuosas e da escuridão4.
Foi com esta solicitude que o Senhor veio em busca dos homens dispersos e afastados de Deus pelo pecado. E como estavam feridos e doentes, curou-os e vendou-lhes as feridas. Tanto os amou que deu a vida por eles. “Como Rei, vem para revelar o amor de Deus, para ser o Mediador da Nova Aliança, o Redentor do homem. O Reino instaurado por Jesus Cristo atua como fermento e sinal de salvação a fim de construir um mundo mais justo, mais fraterno, mais solidário, inspirado nos valores evangélicos da esperança e da futura bem-aventurança a que todos estamos chamados. Por isso, no Prefácio da celebração eucarística de hoje, fala-se de Jesus que ofereceu ao Pai um reino de verdade e de vida, de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz”5.
Assim é o Reino de Cristo, do qual somos chamados a participar e que somos convidados a dilatar mediante um apostolado fecundo. O Senhor deve estar presente nos nossos familiares, amigos, vizinhos, companheiros de trabalho... “Perante os que reduzem a religião a um cúmulo de negações, ou se conformam com um catolicismo de meias-tintas; perante os que querem pôr o Senhor de cara contra a parede, ou colocá-lo num canto da alma..., temos de afirmar, com as nossas palavras e com as nossas obras, que aspiramos a fazer de Cristo um autêntico Rei de todos os corações..., também dos deles”6.
II. OPORTET AUTEM illum regnare...,é necessário que Ele reine...7 São Paulo ensina que a soberania de Cristo sobre toda a criação cumpre-se agora no tempo, mas alcançará a sua plenitude definitiva depois do Juízo universal. O Apóstolo apresenta este acontecimento, para nós misterioso, como um ato de solene homenagem ao Pai: Cristo oferecer-lhe-á toda a criação como um troféu e apresentar-lhe-á finalmente o Reino cuja realização lhe havia sido confiada até aquele momento8. A sua vinda gloriosa no fim dos tempos, quando tiver estabelecido os novos céus e a nova terra9, representará o triunfo definitivo sobre o demônio, o pecado, a dor e a morte10.
Entretanto, a atitude do cristão não pode ser de mera passividade em relação ao reinado de Cristo no mundo. Nós desejamos ardentemente esse reinado: Oportet illum regnare...! É necessário que Cristo reine em primeiro lugar na nossa inteligência, mediante o conhecimento da sua doutrina e o acatamento amoroso dessas verdades reveladas. É necessário que reine na nossa vontade, para que se identifique cada vez mais plenamente com a vontade divina. É necessário que reine no nosso coração, para que nenhum amor se anteponha ao amor a Deus. É necessário que reine no nosso corpo, templo do Espírito Santo11; no nosso trabalho profissional, caminho de santidade... “Como és grande, Senhor nosso Deus! Tu és quem dá à nossa vida sentido sobrenatural e eficácia divina. Tu és a causa de que, por amor do teu Filho, possamos repetir com todas as forças do nosso ser, com a alma e com o corpo: Convém que Ele reine!, enquanto ressoa a canção da nossa fraqueza, pois sabes que somos criaturas”12.
A festa de hoje é como uma antecipação da segunda vinda de Cristo em poder e majestade, a vinda gloriosa que se apossará dos corações e secará toda a lágrima de infelicidade. Mas é, ao mesmo tempo, uma chamada e um incentivo para que todas as coisas à nossa volta se deixem impregnar pelo espírito amável de Cristo, pois “a esperança de uma nova terra, longe de atenuar, deve antes estimular a solicitude pelo aperfeiçoamento desta terra, na qual cresce o Corpo da nova família humana que já nos pode oferecer um certo esboço do novo mundo. Por isso, ainda que o progresso terreno deva ser cuidadosamente distinguido do crescimento do Reino de Cristo, no entanto o progresso terreno é de grande interesse para o Reino de Deus, na medida em que pode contribuir para organizar melhor a sociedade humana.
“Depois de termos propagado na terra – no Espírito do Senhor e por sua ordem – os valores da dignidade humana, da comunidade fraterna e da liberdade, voltaremos a encontrar todos esses bons frutos da natureza e do nosso trabalho – desta vez limpos já de toda a impureza, iluminados e transfigurados – quando Cristo entregar ao Pai o Reino eterno e universal [...]. O Reino já está misteriosamente presente aqui na terra. E quando o Senhor vier, alcançará a sua perfeição”13. Nós colaboramos na propagação do reinado de Jesus quando procuramos tornar mais humano e mais cristão o pequeno mundo que freqüentamos diariamente.
III. JESUS RESPONDEU a Pilatos: O meu Reino não é deste mundo... E quando o Procurador tornou a interpelá-lo, afirmou-lhe: Tu o dizes, eu sou rei14. Não sendo deste mundo, o Reino de Cristo começa já nesta terra. O seu reinado expande-se entre os homens quando eles se sentem filhos de Deus, quando se alimentam dEle e vivem para Ele.
Cristo é um Rei que recebeu todo o poder no céu e na terra, e governa sendo manso e humilde de coração15, servindo a todos, porque não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para a redenção de muitos. O seu trono foi o presépio de Belém e depois a Cruz do Calvário. Sendo o Príncipe dos reis da terra16, não exige outros tributos além da fé e do amor.
Um ladrão foi o primeiro a reconhecer a sua realeza: Senhor – dizia-lhe ele com uma fé simples e humilde –, lembra-te de mim quando entrares no teu reino17. O título que para muitos foi motivo de escândalo e de injúrias, será a salvação deste homem em quem a fé lançou raízes, quando mais oculta parecia a divindade do Salvador. O Senhor “concede sempre mais do que aquilo que lhe pedem: o ladrão só lhe pedia que se lembrasse dele; mas o Senhor disse-lhe: Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso. A vida consiste em habitar com Jesus Cristo, e onde está Jesus Cristo ali está o seu Reino”18.
Na festa de hoje, ouvimos o Senhor dizer-nos na intimidade do nosso coração: Eu tenho sobre ti desígnios de paz e não de aflição19. E fazemos o propósito de corrigir no nosso coração o que não estiver de acordo com o querer de Cristo.
Ao mesmo tempo, pedimos-lhe que nos reforce a vontade de colaborar na tarefa de estender o seu reinado ao nosso redor e em tantos lugares em que ainda não o conhecem. “Foi para isso que nós, os cristãos, fomos chamados, essa é a nossa tarefa apostólica e a preocupação que deve consumir a nossa alma: conseguir que o reino de Cristo se torne realidade, que não haja mais ódios nem crueldades, que estendamos pela terra o bálsamo forte e pacífico do amor”20. Que o Senhor nos faça sentir-nos verdadeiramente comprometidos a realizar um apostolado constante e eficaz.
Para tornarmos realidade os nossos desejos, recorremos uma vez mais a Nossa Senhora. “Maria, a Mãe santa do nosso Rei, a Rainha do nosso coração, cuida de nós como só Ela o sabe fazer. Mãe compassiva, trono da graça: nós te pedimos que saibamos compor na nossa vida e na vida dos que nos rodeiam, verso a verso, o poema singelo da caridade, quasi fluvium pacis (Is 66, 12), como um rio de paz. Pois tu és um mar de inesgotável misericórdia”21.
(1) Sl 28, 10-11; Antífona da comunhão da Missa do último domingo do Tempo Comum; (2) São João Paulo II, Homilia, 20.11.83; (3) cfr. Pio XI, Carta Encíclica Quas primas, 11.12.25; (4) Ez 34, 11-12; Primeira leitura da Missa do último domingo do Tempo Comum, ciclo A; (5) São João Paulo II, Alocução, 26.11.89; (6) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 608; (7) 1 Cor 15, 25; Segunda leitura da Missa do último domingo do Tempo Comum, ciclo A; (8) cfr. 1 Cor 15, 23-28; (9) Apoc 21, 1-2; (10) cfr. Sagrada Bíblia, Epístola de São Paulo aos Coríntios, nota a 1 Cor 15, 23-28; (11) cfr. Pio XI, Carta Encíclica Quas primas, cit.; (12) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 181; (13) Concílio Vaticano II, Constituição Gaudium et spes, 39; (14) Jo 18, 36-37; (15) cfr. Mt 11, 29; (16) Apoc 1, 5; Segunda leitura da Missa do último domingo do Tempo Comum, ciclo B; (17) Lc 23, 42; (18) Santo Ambrósio, Comentário ao Evangelho de São Lucas; (19) Jer 29, 11; (20) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 183; (21) ibid., n. 187.
Fonte: livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
24 de Novembro 2109
A SANTA MISSA

34º Domingo do Tempo Comum
JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO – Ano C
Cor: branco ou dourado
1ª Leitura: 2Sm 5,1-3
Eles ungiram Davi como rei de Israel.
Leitura do Segundo Livro de Samuel
Naqueles dias: 1 Todas as tribos de Israel vieram encontrar-se com Davi em Hebron e disseram-lhe: Aqui estamos. Somos teus ossos e tua carne. 2 Tempo atrás, quando Saul era nosso rei, eras tu que dirigias os negócios de Israel. E o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu povo Israel e serás o seu chefe’. 3 Vieram, pois, todos os anciãos de Israel até ao rei em Hebron. O rei Davi fez com eles uma aliança em Hebron, na presença do Senhor, e eles o ungiram rei de Israel.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: 121,1-2.4-5 (R. Cf.1)
R. Quanta alegria e felicidade: vamos à casa do Senhor!
1 Que alegria, quando ouvi que me disseram:*
‘Vamos à casa do Senhor!’
2 E agora nossos pés já se detêm,*
Jerusalém, em tuas portas. R.
4 para lá sobem as tribos de Israel,*
as tribos do Senhor.
Para louvar, segundo a lei de Israel,
o nome do Senhor.*
5 A sede da justiça lá está e o trono de Davi. R.
2ª Leitura: Cl 1,12-20
Recebeu-nos no reino de seu Filho amado.
Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses
Irmãos: 12 Com alegria dai graças ao Pai, que vos tornou capazes de participar da luz, que é a herança dos santos. 13 Ele nos libertou do poder das trevas e nos recebeu no reino de seu Filho amado, 14 por quem temos a redenção, o perdão dos pecados. 15 Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, 16 pois por causa dele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e dominações, soberanias e poderes. Tudo foi criado por meio dele e para ele. 17 Ele existe antes de todas as coisas e todas têm nele a sua consistência. 18 Ele é a Cabeça do corpo, isto é, da Igreja. Ele é o Princípio, o Primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo ele tem a primazia, 19 porque Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude 20 e por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Lc 23,35-43
Senhor, lembra-te de mim,
quando entrares no teu reinado.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 35 Os chefes zombavam de Jesus dizendo: ‘A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!’ 36 Os soldados também caçoavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, 37 e diziam: ‘Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!’ 38 Acima dele havia um letreiro: ‘Este é o Rei dos Judeus.’ 39 Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: ‘Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!’ 40 Mas o outro o repreendeu, dizendo: ‘Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? 41 Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal.’ 42 E acrescentou: ‘Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado.’ 43 Jesus lhe respondeu: ‘Em verdade eu te digo:
ainda hoje estarás comigo no Paraíso.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Santo André Dung-Lac e companheiros
24 de Novembro
Santo André Dung-Lac e companheiros
A evangelização do Vietnã começou no século XVI, através de missionários europeus de diversas ordens e congregações religiosas. São quatro séculos de perseguições sangrentas que levaram ao martírio milhares de cristãos massacrados nas montanhas, florestas e em regiões insalubres. Enfim, em todos os lugares onde buscaram refúgio. Foram bispos, sacerdotes e leigos de diversas idades e condições sociais, na maioria pais e mães de família e alguns deles catequistas, seminaristas ou militares.
Hoje, homenageamos um grupo de cento e dezessete mártires vietnamitas, beatificados no ano jubilar de 1900 pelo papa Leão XIII. A maioria viveu e pregou entre os anos 1830 e 1870. Dentre eles muito se destacou o padre dominicano André Dung-Lac, tomado como exemplo maior dessas sementes da Igreja Católica vietnamita.
Filho de pais muito pobres, que o confiaram desde pequeno à guarda de um catequista, ordenou-se sacerdote em 1823. Durante seu apostolado, foi cura e missionário em diversas partes do país. Também foi salvo da prisão diversas vezes, graças a resgates pagos pelos fiéis, mas nunca concordou com esse patrocínio.
Uma citação sua mostra claramente o que pensava destes resgates: “Aqueles que morrem pela fé sobem ao céu. Ao contrário, nós que nos escondemos continuamente gastamos dinheiro para fugir dos perseguidores. Seria melhor deixar-nos prender e morrer”. Finalmente, foi decapitado em 24 de novembro de 1839, em Hanói, Vietnã.
Passada essa fase tenebrosa, veio um período de calma, que durou cerca de setenta anos. Os anos de paz permitiram à Igreja que se reorganizasse em numerosas dioceses que reuniam centenas de milhares de fiéis. Mas os martírios recomeçaram com a chegada do comunismo à região.
A partir de 1955, os chineses e os russos aniquilaram todas as instituições religiosas, dispersando os cristãos, prendendo, condenando e matando bispos, padres e fiéis, de maneira arrasadora. A única fuga possível era através de embarcações precárias, que sucumbiam nas águas que poderiam significar a liberdade, mas que levavam, invariavelmente, à morte.
Entretanto o evangelho de Cristo permaneceu no coração do povo vietnamita, pois quanto mais perseguido maior se tornou seu fervor cristão, sabendo que o resultado seria um elevadíssimo número de mártires. O papa João Paulo II, em 1988, inscreveu esses heróis de Cristo no livro dos santos da Igreja, para serem comemorados juntos e como companheiros de santo André Dung-Lac no dia de sua morte.
Fonte: https://franciscanos.org.br
São Clemente I
23 de Novembro
São Clemente I
Clemente foi o terceiro sucessor imediato do Apóstolo São Pedro no comando da Igreja em Roma. Santo Irineu escreveu sobre ele no ano 180: “Ele viu os apóstolos e conversou com eles, ouviu a voz da pregação deles e teve a tradição deles diante dos olhos”. Santo Ireneu também nos informa que o Papa Clemente é o autor de uma carta muito importante, que foi escrita pela Igreja de Roma à Igreja da cidade de Corinto.
Irineu viveu em Roma e, como vimos, conviveu com alguns apóstolos. Dentre eles, São João Evangelista, São Filipe, também um dos doze, e São Paulo. Clemente foi um dos colaboradores de são Filipe. Ele foi também discípulo de São Paulo. Paulo até cita o nome de Clemente na carta aos Filipenses: "E a ti, fiel Sínzigo, também rogo que as ajudes, pois que trabalharam comigo no Evangelho, com Clemente e com os demais colaboradores meus, cujos nomes estão inscritos no livro da vida". (Fl 4,3)
A Tradição cristã apresenta o papa São Clemente I como sendo filho de um senador chamado Faustino. Este era da família Flávia, que, por sua vez, era parente do imperador romano chamado Domiciano. São Clemente I foi Papa uma época bastante difícil, cheia de perseguições contra os seguidores de Jesus Cristo.
São Clemente I governou a Igreja entre os anos 88 e 97. Foi um Papa que levou adiante o anúncio do Evangelho firmemente centrado na fidelidade à doutrina de Jesus Cristo. Enfrentou com sabedoria divisões internas na Igreja. Em sua famosa carta enviada aos coríntios, ele revela seu espírito de unidade e amor à Igreja. Os coríntios, com efeito, recusavam-se a seguir a Igreja de Roma e tinham a intenção de se desligarem da unidade. Através de sua carta, que, a princípio, teve sua autoria anônima, Clemente I incentivou-os à perseverança na fé e no amor ensinado por Jesus Cristo, e, também, a que eles participassem da união com a única Igreja deixada por Ele.
O Papa São Clemente I restabeleceu o uso do crisma na Igreja, dando seguimento à Tradição deixada Por São Pedro. Foi ele quem instituiu o uso litúrgico da expressão "amém", cujo significado é “assim seja, ou confirmo”, nos ritos religiosos. Seu exemplo de vida e fé arrastava corações. Ele converteu até mesmo a uma irmã do imperador Domiciano chamada Domitila. Domiciano, como vimos, também era parente de Clemente. A conversão de Domitila ajudou bastante na suavização da sangrenta perseguição que acontecia no império contra os cristãos.
O papa São Clemente I colaborou bastante na expansão do cristianismo no império romano. Isso incomodou o sucessor de Domiciano, o imperador Nerva. Por isso, Nerva exilou Clemente na Criméia. Por causa deste exílio, Evaristo assumiu o comando da Igreja em Roma. Enquanto isso, no exílio, São Clemente I teve a oportunidade providencial de encontrar milhares de cristãos que tinham sido condenados a trabalhos forçados nas abundantes minas de pedra da região. Assim, o exílio foi providencial para que São Clemente encorajasse os fiéis a perseverarem na fé e convertesse também a muitos pagãos.
O sucesso da evangelização de São Clemente I no exílio irritou bastante o novo imperador romano, chamado Trajano. Por isso, este ordenou que Clemente I fosse obrigado a prestar sacrifícios aos deuses romanos. Clemente I, porém, negou-se, afirmando categoricamente só existe um único Deus, a quem ele já servia. Trajano, então, ordenou que São Clemente I fosse atirado ao mar Negro, tendo uma pesada âncora atada ao seu pescoço. Mesmo assim, milagrosamente, a corda se retraiu e entregou o corpo de São Clemente aos cristãos, para que fosse sepultado dignamente e venerado pelos fiéis. Era o dia 23 de novembro do ano 101.
Fonte: https://cruzterrasanta.com.br
23 de Novembro 2019
A SANTA MISSA

33ª Semana do Tempo Comum – Sábado
Cor: Verde
1ª Leitura: 1Mc 6, 1-13
“Pelas iniquidades que pratiquei em Jerusalém,
com profunda angústia, vou morrer em terra estrangeira”
Leitura do Primeiro Livro dos Macabeus
Naqueles dias: 1 O rei Antíoco estava percorrendo as províncias mais altas do seu império, quando ouviu dizer que Elimaida, na Pérsia, era uma cidade célebre por suas riquezas, sua prata e ouro, 2 e que seu templo era fabulosamente rico, contendo véus tecidos de ouro e couraças e armas ali deixadas por Alexandre, filho de Filipe, rei da Macedônia, que fora o primeiro a reinar entre os gregos. 3 Antíoco marchou para lá e tentou apoderar-se da cidade, para saqueá-la, mas não o conseguiu, pois seus habitantes haviam tomado conhecimento do seu plano 4 e levantaram-se em guerra contra ele. Obrigado a fugir, Antíoco afastou-se acabrunhado, e voltou para a Babilônia. 5 Estava ainda na Pérsia, quando vieram comunicar-lhe a derrota das tropas enviadas contra a Judeia. 6 O próprio Lísias, tendo sido o primeiro a partir de lá à frente de poderoso exército, tinha sido posto em fuga. E os judeus tinham-se reforçado em armas e soldados, graças aos abundantes despojos que tomaram dos exércitos vencidos. 7 Além disso, tinha derrubado a Abominação, que ele havia construído sobre o altar de Jerusalém. E tinham cercado o templo com altos muros, e ainda fortificado Betsur, uma das cidades do rei. 8 Ouvindo as notícias, o rei ficou espantado e muito agitado. Caiu de cama e adoeceu de tristeza, pois as coisas não tinham acontecido segundo o que ele esperava. 9 Ficou assim por muitos dias, recaindo sempre de novo numa profunda melancolia, e sentiu que ia morrer. 10 Chamou então todos os amigos e disse: ‘O sono fugiu de meus olhos e meu coração desfalece de angústia. Eu disse a mim mesmo: A que grau 11 de aflição cheguei e em que ondas enormes me debato! Eu, que era tão feliz e amado, quando era poderoso! 12 Lembro-me agora das iniquidades que pratiquei em Jerusalém. Apoderei-me de todos os objetos de prata e ouro que lá se encontravam, e mandei exterminar sem motivo os habitantes de Judá. 13 Reconheço que é por causa disso que estas desgraças me atingiram, e com profunda angústia vou morrer em terra estrangeira’.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 9,2-3. 4.6. 16.19 (R. Cf. 15a)
R. Cantarei de alegria, ó Senhor, pois me livrastes!
2 Senhor, de coração vos darei graças, *
as vossas maravilhas cantarei!
3 Em vós exultarei de alegria, *
cantarei ao vosso nome, Deus Altíssimo! R.
4 Voltaram para trás meus inimigos, *
perante a vossa face pereceram;
6 Repreendestes as nações, e os maus perdestes, *
apagastes o seu nome para sempre. R.
16 Os maus caíram no buraco que cavaram, *
nos próprios laços foram presos os seus pés.
19 Mas o pobre não será sempre esquecido, *
nem é vã a esperança dos humildes. R.
Evangelho: Lc 20,27-40
Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 27 Aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, que negam a ressurreição, 28 e lhe perguntaram: ‘Mestre, Moisés deixou-nos escrito: se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmão. 29 Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. 30 Também o segundo 31 e o terceiro se casaram com a viúva. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. 32 Por fim, morreu também a mulher. 33 Na ressurreição, ela será esposa de quem? Todos os sete estiveram casados com ela.’ 34 Jesus respondeu aos saduceus: ‘Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, 35 mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; 36 e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram. 37 Que os mortos ressuscitam, Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’. 38 Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele.’ 39 Alguns doutores da Lei disseram a Jesus: ‘Mestre, tu falaste muito bem.’ 40 E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa alguma a Jesus.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!