São Nicolau de Bari

06 de Dezembro

São Nicolau de Bari

Nicolau é também conhecido por São Nicolau de Mira e de Bari. Venerado, amado e muito querido por todos os cristãos do Ocidente e do Oriente. Sem dúvida alguma, é o santo mais popular da Igreja. Ele é padroeiro da Rússia, de Moscou, da Grécia, de Lorena, na França, de Mira, na Turquia, e de Bari, na Itália, das crianças, das moças solteiras, dos marinheiros, dos cativos e dos lojistas. Por tudo isso os dados de sua vida se misturam às tradições seculares do cristianismo.

Filho de nobres, Nicolau nasceu na cidade de Patara, na Ásia Menor, na metade do século III, provavelmente no ano 250. Foi consagrado bispo de Mira, atual Turquia, quando ainda era muito jovem e desenvolveu seu apostolado também na Palestina e no Egito. Mais tarde, durante as perseguições do imperador Diocleciano, foi aprisionado até a época em que foi decretado o Edito de Constantino, sendo finalmente libertado. Segundo alguns historiadores, o bispo Nicolau esteve presente no primeiro Concílio, em Nicéia, no ano 325.

Foi venerado como santo ainda em vida, tal era a fama de taumaturgo que gozava entre o povo cristão da Ásia. Morreu no dia 6 de dezembro de 326, em Mira. Imediatamente, o local da sepultura se tornou meta de intensa peregrinação. O seu culto se difundiu antes na Ásia, e o local do seu túmulo, fora da área central de Mira, se tornou meta de peregrinação.

O documento mais antigo sobre ele foi escrito por Metódio, bispo de Constantinopla, que em 842 relatou todos os milagres atribuídos a são Nicolau de Mira. Depois, mais de sete séculos passados da sua morte, 'Nicolau de Mira' se tornou 'Nicolau de Bari'. Em 1087, a cidade de Bari, em Puglia, na Itália, sofria a subjugação dos normandos. E Mira já estava sob domínio dos turcos muçulmanos. Setenta marinheiros italianos desembarcaram nessa cidade e se apoderaram das suas relíquias mortais, transferindo-as para Bari. O corpo de são Nicolau foi acolhido, triunfalmente, pela população de Bari, que o elegeu seu padroeiro celestial. E ele não decepcionou: por sua intercessão os prodígios e milagres ocorriam com grande frequência. Seu culto se propagou em toda a Europa. Então, a sua festa, no dia 6 de dezembro, foi confirmada pela Igreja.

A tradição diz que os pais de Nicolau eram nobres, muito ricos e extremamente religiosos. Que era uma criança com inclinação à virtuosidade espiritual. Quando jovem, desprezava os divertimentos e vaidades, preferindo frequentar a igreja. Costumava fazer doações anônimas em moedas de ouro, roupas e comida às viúvas e aos pobres. Dizem que Nicolau colocava os presentes das crianças em sacos e os jogava dentro das chaminés à noite, para serem encontrados por elas pela manhã. Dessa tradição veio a sua fama de amigo das crianças. Mais tarde, ele foi incluído nos rituais natalinos no dia 25 de dezembro, ligando Nicolau ao nascimento do Menino Jesus.

Mais tarde, quando já era bispo, um pai, não tendo o dinheiro para constituir o dote de suas três filhas e poder bem casá-las, havia decidido mandá-las à prostituição. Nicolau tomou conhecimento dessa intenção, encheu três saquinhos com moedas de ouro, o dote de cada uma das jovens, para salvar-lhes a pureza. Durante três noites seguidas, foi à porta da casa daquele pai, onde deixava o dote para uma delas. Existem muitas tradições e também lendas populares que se criaram em torno deste santo, tão singelo e singular.

A sua figura bondosa e caridosa, símbolo da fraternidade cristã, mantém-se viva e impressa na memória de toda a cristandade. Agora, também na da humanidade toda, porque perpetuada através dos comerciantes nas vestes de Papai Noel nos países latinos, de Nikolaus na Alemanha e de Santa Claus nos países anglo- saxões. Mesmo sob falsas vestes, são Nicolau nos exemplifica e recorda o seu grande amor às crianças e aos pobres e a alegria em poder servi-los em nome de Deus.

Texto: Paulinas Internet


06 de Dezembro 2019

A SANTA MISSA

1ª Semana do Advento – Sexta-feira 
Cor: Roxa

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1ª Leitura: Is 29,17-24 

Naquele dia, os olhos dos cegos verão.  

Leitura do Livro do Profeta Isaías

Assim fala o Senhor Deus: 17 Dentro de pouco tempo, não se transformará o Líbano em jardim? E não poderá o jardim tornar-se floresta? 18 Naquele dia, os surdos ouvirão as palavras do livro e os olhos dos cegos verão, no meio das trevas e das sombras. 19 Os humildes aumentarão sua alegria no Senhor, e os mais pobres dos homens se rejubilarão no Santo de Israel; 20 fracassou o prepotente, desapareceu o trapaceiro, e sucumbiram todos os malfeitores precoces, 21 os que faziam os outros pecar por palavras, e armavam ciladas ao juiz à porta da cidade e atacavam o justo com palavras falsas. 22 Isto diz o Senhor à casa de Jacó, ele que libertou Abraão: ‘Agora, Jacó não mais terá que envergonhar-se nem seu rosto terá que enrubescer; 23 quando contemplarem as obras de minhas mãos, hão de honrar meu nome no meio do povo, honrarão o Santo de Jacó, e temerão o Deus de Israel; 24 os homens de espírito inconstante conseguirão sabedoria e os maldizentes concordarão em aprender’.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 26 (27), 1. 4. 13-14 (R. 1a)

R. O Senhor é minha luz e salvação.

O Senhor é minha luz e salvação; *
de quem eu terei medo?
O Senhor é a proteção da minha vida;
perante quem eu tremerei?       R.

4 Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, *
e é só isto que eu desejo:
habitar no santuário do Senhor*
por toda a minha vida;
saborear a suavidade do Senhor*
e contemplá-lo no seu templo.       R.

13 Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver*
na terra dos viventes.
14 Espera no Senhor e tem coragem,*
espera no Senhor!        R. 

Evangelho: Mt 9,27-31 

 Dois cegos, crendo em Jesus, são curados. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo: 27 Partindo Jesus, dois cegos o seguiram, gritando: ‘Tem piedade de nós, filho de Davi!’ 28 Quando Jesus entrou em casa, os cegos se aproximaram dele. Então Jesus perguntou-lhes: ‘Vós acreditais que eu posso fazer isso?’ Eles responderam: ‘Sim, Senhor.’ 29 Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: ‘Faça-se conforme a vossa fé.’ 30 E os olhos deles se abriram. Jesus os advertiu severamente: ‘Tomai cuidado para que ninguém fique sabendo.’ 31 Mas eles saíram, e espalharam sua fama por toda aquela região.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!

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Veio cumprir a Vontade do Pai

TEMPO DO ADVENTO. PRIMEIRA SEMANA. QUINTA-FEIRA

– Identificar a nossa vontade com a de Deus. Como é que Ele nos manifesta a sua vontade. Vontade de Deus e santidade.
– Outros modos de a vontade de Deus se manifestar na nossa vida: a obediência. Imitar Jesus no seu ardente desejo de cumprir a vontade de seu Pai-Deus. Humildade.
– Cumprir a vontade de Deus nos momentos em que custa ou é ingrata ou difícil.

I. A VIDA DE UMA PESSOA pode edificar-se sobre alicerces muito diferentes: sobre rocha, sobre barro, sobre fumaça, sobre ar... O cristão só tem um alicerce firme em que se apoiar com segurança: o Senhor é a rocha permanente1.

O Evangelho da Missa2 fala-nos de duas casas. Numa delas, houve talvez a intenção de economizar nos alicerces, ou pode ter havido pressa em terminá-los. Não se pôs o devido cuidado. O Senhor chama homem louco a quem edificou dessa maneira. As duas casas ficaram prontas e pareciam iguais, mas tinham alicerces muito diferentes: uma delas estava apoiada sobre pedra firme, a outra não. Passou algum tempo e chegaram as dificuldades que haveriam de pôr à prova a solidez da construção. Certo dia, desabou um temporal: Caiu a chuva, transbordaram os rios e sopraram os ventos contra aquela casa. Foi o momento da prova. Uma das casas manteve-se firme na sua estrutura; a outra ruiu estrepitosamente e o desastre foi completo.

A nossa vida só pode ser edificada sobre Cristo, nossa única esperança, nosso único alicerce. E isto quer dizer, em primeiro lugar, que devemos procurar identificar a nossa vontade com a dEle.

A nossa adesão não há de ser prestada a uma figura esbatida de Cristo, mas ao seu querer e à sua Pessoa. Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas aquele que cumpre a vontade de meu Pai que está nos céus, lemos no Evangelho da Missa de hoje.

A vontade de Deus é a bússola que nos indica em cada instante o caminho que nos leva até Ele; é, ao mesmo tempo, a trilha da nossa felicidade. Que grande alegria há de ser a nossa, se pudermos dizer no final dos nossos dias: procurei sempre conhecer e seguir em tudo a vontade de Deus! Não nos hão de alegrar tanto os êxitos que tivermos obtido, nem nos hão de importar excessivamente os fracassos e os sofrimentos que tivermos experimentado. O que nos haverá de importar, e muito, será ver se correspondemos ao querer de Deus sobre a nossa vida, esse querer que umas vezes se manifestou em termos gerais e outras de modo muito concreto. Sempre com a suficiente clareza, se não fomos cegando a luz da alma que é a consciência.

O cumprimento amoroso da vontade de Deus é ao mesmo tempo o cume de toda a santidade: “Todos os fiéis cristãos santificar-se-ão cada dia mais nas condições, ocupações ou circunstâncias da sua vida, e através de todas elas, se aceitarem tudo como proveniente da mão do Pai celestial e colaborarem com a vontade divina...”3 É aí que se demonstrará o nosso amor a Deus e também o grau da nossa união com Ele.

II. O SENHOR MANIFESTA-NOS a sua vontade não só através dos mandamentos de Deus e da Igreja, e das obrigações próprias da nossa vocação e estado de vida, mas também através das pessoas a quem devemos obediência e dos conselhos que recebemos de quem orienta a nossa alma.

O fundamento último da obediência não está nas qualidades – inteligência, personalidade, experiência, idade – de quem manda. Jesus superava infinitamente Maria e José – era Deus –, e, no entanto, obedecia-lhes4. Mais ainda, “Jesus Cristo, cumprindo a vontade do Pai, inaugurou na terra o Reino dos céus, revelou-nos o seu mistério e realizou a redenção por meio da sua obediência”5.

Os que pensam que a obediência é uma submissão indigna do homem e própria de pessoas pouco amadurecidas devem considerar que o Senhor se fez obediente até à morte, e morte de cruz6.

Cristo obedece por amor, para cumprir a vontade de seu Pai; este é o sentido da obediência cristã, tanto da que se deve a Deus, aos seus mandamentos, e à Igreja, como da que se deve aos pais e aos que de um modo ou de outro têm autoridade sobre nós na nossa vida profissional, social, etc., cada uma na sua ordem.

Para obedecermos como Jesus obedeceu, é necessário que, além de termos um ardente desejo de cumprir a vontade de Deus na nossa vida, sejamos humildes. Não há lugar para o espírito de obediência numa alma dominada pela soberba. Só o humilde aceita com gosto outro critério diferente do seu – o de Deus –, e a ele ajusta os seus atos.

Quem não for humilde rejeitará abertamente as indicações que lhe forem dadas ou as aceitará externamente, mas sem lhes reservar um espaço real no seu coração, porque as submeterá à discussão crítica e a limitações, e perderá o sentido sobrenatural próprio da obediência. “Estejamos precavidos, portanto, visto que a nossa tendência para o egoísmo não morre, e a tentação pode insinuar-se de muitas maneiras. Deus exige que, ao obedecer, ponhamos em movimento a fé, porque a sua vontade não se manifesta com aparato ruidoso. Às vezes, o Senhor sugere o seu querer como que em voz baixa, lá no fundo da consciência; e é necessário escutarmos atentamente, para sabermos distinguir essa voz e ser-lhe fiéis”. Mas “muitas vezes fala-nos através de outros homens, e pode acontecer que, à vista dos defeitos dessas pessoas, ou pensando que não estão bem informadas, que talvez não tenham entendido todos os dados do problema, surja como que um convite para não obedecer”7. No entanto, o nosso desejo humilde de cumprir a vontade de Deus transporá esse e outros obstáculos que possam apresentar-se à nossa obediência.

A humildade dá-nos paz e alegria para realizarmos o que foi mandado até nos menores detalhes. O humilde sente-se alegremente livre ao obedecer. “Quando nos submetemos humildemente à voz alheia, superamo-nos a nós próprios no coração”8 e vencemos o egoísmo que nos escraviza.

A obediência é indispensável na ação apostólica. Sem obediência, de nada serviriam os meios humanos e o nosso esforço; tudo seria inútil diante de Deus. De nada serviria aplicar todas as energias de uma vida numa obra humana, se não contássemos com o Senhor. Até os aspectos mais valiosos das nossas obras ficariam sem fruto se prescindíssemos do desejo de cumprir a vontade de Jesus: “Deus não necessita dos nossos trabalhos, mas da nossa obediência”9.

III. A VONTADE DE DEUS manifesta-se também nas coisas que Ele permite e que não sucedem como esperávamos ou até são totalmente contrárias ao que desejávamos ou havíamos pedido com insistência na oração. É esse o momento de intensificarmos a nossa oração e de fixarmos mais os olhos em Jesus Cristo, especialmente quando os acontecimentos se revestem de particular dureza e dificuldade: a doença, a morte de um ser querido, a dor dos que mais amamos...

O Senhor fará com que nos unamos à sua oração: Não se faça como eu quero, Pai, mas como Tu queres10.Não se faça a minha vontade, mas a tua11. Ele quis compartilhar conosco até mesmo aquilo que às vezes a dor tem de injusto e de incompreensível. Mas também nos ensinou a obedecer até à morte, e morte de cruz12.

Se alguma vez tivermos que sofrer muito, as nossas lágrimas não ofenderão a Deus. Mas deveremos dizer imediatamente: Pai, faça-se a tua vontade. A imagem de Jesus no Horto de Getsêmani dir-nos-á como proceder nesses momentos: teremos que abraçar a vontade de Deus sem estabelecer-lhe limites ou condições de nenhum tipo, e agarrar-nos a uma oração perseverante. E então diremos interiormente na nossa oração pessoal: “Tu o queres, Senhor?... Eu também o quero!”13 E virá a paz, a serenidade à nossa alma e à nossa volta.

A fé faz-nos ver uma sabedoria superior por trás de cada acontecimento: “Deus sabe mais. Nós, os homens, compreendemos pouco do seu modo paternal e delicado de nos conduzir até Ele”14. Há uma providência por trás de cada acontecimento; tudo está ordenado e disposto para que sirva melhor à salvação de cada um – absolutamente tudo, tanto o que sucede num âmbito mais geral como o que acontece cada dia no pequeno universo da nossa profissão e família. Todas as coisas podem e devem ajudar-nos a encontrar o Senhor e, portanto, a encontrar a paz e a serenidade em nossa alma:Tudo contribui para o bem dos que amam a Deus15.

O cumprimento da vontade de Deus é fonte de serenidade e de paz. Os santos deixaram-nos o exemplo de uma obediência sem condições à vontade divina. Assim se expressava São João Crisóstomo: “Em todas as ocasiões eu digo: Senhor, faça-se a tua vontade; não o que quer este ou aquele, mas o que tu queres que eu faça. Esta é a minha fortaleza, esta é a minha rocha inamovível, este é o meu báculo seguro”16.

Terminamos a nossa oração pedindo juntamente com a Igreja: Ó Senhor nosso e nosso Deus, a cujos desígnios se submeteu a Virgem Imaculada, aceitando na Anunciação do anjo que o vosso Filho se encarnasse no seu seio, Vós que a transformastes por obra do Espírito Santo em templo da vossa divindade, concedei-nos, seguindo o seu exemplo, a graça de aceitar os vossos desígnios com humildade de coração17.

(1) Is 26, 5; Primeira leitura da Missa da quinta-feira da primeira semana do Advento; (2) Mt 7, 21; 24-27; (3) Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 41; (4) Lc 2, 51; (5) Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 3; (6) Fil 2, 8; (7) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 17; (8) São Gregório Magno, Moralia, 35, 14; (9) São João Crisóstomo, Homilias sobre São Mateus, 56, 5; (10) Mc 14, 36; (11) Lc 22, 42; (12) Fil 2, 8; (13) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Caminho, 9ª ed., Quadrante, São Paulo, 1999, n. 762; (14) Álvaro del Portillo, Apresentação de Amigos de Deus, Quadrante, São Paulo, 1979; o grifo é nosso; (15) Rom 8, 28; (16) São João Crisóstomo, Homilia antes do exílio, 1-3; (17) Coleta da Missa do dia 20 de dezembro.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


São Sabas 

05 de Dezembro

São Sabas 

Os bárbaros godos são conhecidos, na história, por suas guerras de conquista contra terras e nações cristãs. Pagãos, perseguiram e executaram milhares de católicos, mas não puderam impedir a conversão de várias famílias. Foi numa dessas que nasceu Sabas, no ano 439.
Nascido na Capadócia, Sabas teve uma infância difícil. A disputa dos parentes por sua herança o levou a procurar ajuda num mosteiro, onde foi acolhido apesar de ser ainda uma criança. Apesar de pouca instrução, tornou-se um sábio na doutrina cristã.
Desde então, transcorreu sua longa vida entre os mosteiros da Palestina. Experimentou a vida monástica cenobítica, ou seja, comunitária; depois passou para o mosteiro dos anacoretas, onde os monges se nutrem na solidão, preferindo esta última. Dividiu tudo o que herdou entre os cristãos pobres e doentes. Trabalhou na conversão de seus conterrâneos e ajudando os cristãos perseguidos em sua pátria. Era, antes de tudo, um caridoso e valente.
Naquela época, havia o decreto de que cristãos, para serem poupados, deveriam comer a carne dos animais mortos aos deuses pagãos. Muitos se utilizavam da estratégia de enganar os guardas, dando de comer aos familiares carnes comuns, e não as desses sacrifícios, salvando os familiares do martírio. Mas Sabas se recusava a mentir, chegando a protestar em público contra tal prática.
Quando as perseguições se acentuaram, Sabas já gozava de muito prestígio, pois tinha fundado uma grande comunidade de monges anacoretas no vale de Cedron, na Palestina, chamada de "grande Laura". Ela começou naturalmente, com os eremitas ocupando as cavernas ao redor daquela em que vivia, isolado com os animais, e construíram um oratório. Foi assim que surgiu o que seria no futuro o Mosteiro de São Sabas.
A fama dos prodígios que alcançava através das orações e também a grande sabedoria sobre a doutrina de Cristo, que tão bem defendia, fizeram essa comunidade crescer muito.A ele se atribui o fim de uma longa e calamitosa seca. Ocupava uma posição de liderança importante dentro da sociedade e do clero. A eloqüência da sua pregação do Evangelho atraía cada vez mais os pagãos à conversão. Sabas, então, já incomodava o poder pagão como autoridade cristã.
Interferiu junto ao imperador, em Constantinopla, a favor dos mais pobres, contra os impostos. Organizou e liderou um verdadeiro e próprio exercito de monges anacoretas para dar apoio ao papa contra a heresia monofisista que agitou a Igreja do Oriente.
Morreu em 5 de dezembro de 532, na Palestina, aos noventa e três anos de idade. São Sabas está presente na relação dos grandes sacerdotes fundadores do monaquismo da Palestina. A festa em sua honra ocorre no dia de sua morte.
Fonte: https://sagradamissao.com.br

05 de Dezembro 2109

A SANTA MISSA

1ª Semana do Advento – Quinta-feira 
Cor: Roxa

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1ª Leitura: Is 26,1-6

Que entre um povo justo, cumpridor da palavra. 

Leitura do Livro do Profeta Isaías

1 Naquele dia, cantarão este canto em Judá: ‘Uma cidade fortificada é a nossa segurança; o Senhor cercou-a de muros e antemuro. 2 Abri as suas portas, para que entre um povo justo, cumpridor da palavra, 3 firme em seu propósito; e tu lhe conservarás a paz, porque confia em ti. 4 Esperai no Senhor por todos os tempos, o Senhor é a rocha eterna. 5 Ele derrubou os que habitam no alto, há de humilhar a cidade orgulhosa, deitando-a por terra, até fazê-la beijar o chão. 6 Hão de pisá-la os pés, os pés dos pobres, as passadas dos humildes.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 117 (118) 1.8-9. 19-21. 25-27a (R. 26a)

R. Bendito é aquele que vem vindo em nome do Senhor!

Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia

Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! *
‘Eterna é a sua misericórdia!’
É melhor buscar refúgio no Senhor, *
do que pôr no ser humano a esperança;
9 é melhor buscar refúgio no Senhor, *
do que contar com os poderosos deste mundo!’      R.

19 Abri-me vós, abri-me as portas da justiça; *
quero entrar para dar graças ao Senhor!
20 ‘Sim, esta é a porta do Senhor, *
por ela só os justos entrarão!’
21 Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes *
e vos tornastes para mim o Salvador!       R.

25 Ó Senhor, dai-nos a vossa salvação, *
ó Senhor, dai-nos também prosperidade!’
26 Bendito seja, em nome do Senhor, *
aquele que em seus átrios vai entrando!
Desta casa do Senhor vos bendizemos. *
27a Que o Senhor e nosso Deus nos ilumine!       R.

Evangelho: Mt 7,21.24-27 

Aquele que faz a vontade de meu Pai
entrará no reino dos céus. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21 Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. 24 Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25 Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. 26 Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. 27 Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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04 de Dezembro 2109

A SANTA MISSA

1ª Semana do Advento – Quarta-feira 
Cor: Roxa

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1ª Leitura: Is 25,6-10a 

O Senhor convida para o seu banquete
e enxugará as lágrimas de todas as faces. 

Leitura do Livro do Profeta Isaías

Naquele dia: 6 O Senhor dos exércitos dará neste monte, para todos os povos, um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro, servido de pratos deliciosos e dos mais finos vinhos. 7 Ele removerá, neste monte, a ponta da cadeia que ligava todos os povos, a teia em que tinha envolvido todas as nações. 8 O Senhor Deus eliminará para sempre a morte e enxugará as lágrimas de todas as faces e acabará com a desonra do seu povo em toda a terra, o Senhor o disse. 9 Naquele dia, se dirá: ‘Este é o nosso Deus, esperamos nele, até que nos salvou; este é o Senhor, nele temos confiado: vamos alegrar-nos e exultar por nos ter salvo’. 10a E a mão do Senhor repousará sobre este monte.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 22(23), 1-3a. 3b-4. 5. 6 (R. 6cd)

R. Na casa do Senhor habitarei pelos tempos infinitos.

O Senhor é o pastor que me conduz;*
não me falta coisa alguma.
Pelos prados e campinas verdejantes*
ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha,*
3a e restaura as minhas forças.      R.

3b Ele me guia no caminho mais seguro,*
pela honra do seu nome.
4 Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,*
nenhum mal eu temerei.
Estais comigo com bastão e com cajado,*
eles me dão a segurança!        R.

5 Preparais à minha frente uma mesa,*
bem à vista do inimigo;
com óleo vós ungis minha cabeça,*
e o meu cálice transborda.        R.

6 Felicidade e todo bem hão de seguir-me,*
por toda a minha vida;
e, na casa do Senhor, habitarei*
pelos tempos infinitos.       R. 

Evangelho: Mt 15,29-37 

Jesus cura muitos e multiplica os pães. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo: 29 Jesus foi para as margens do mar da Galileia, subiu a montanha, e sentou-se. 30 Numerosas multidões aproximaram-se dele, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros doentes. Então os colocaram aos pés de Jesus. E ele os curou. 31 O povo ficou admirado, quando viu os mudos falando, os aleijados sendo curados, os coxos andando e os cegos enxergando. E glorificaram o Deus de Israel. 32 Jesus chamou seus discípulos e disse: ‘Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo, e nada tem para comer. Não quero mandá-los embora com fome, para que não desmaiem pelo caminho.’ 33 Os discípulos disseram: ‘Onde vamos buscar, neste deserto, tantos pães para saciar tão grande multidão?’ 34 Jesus perguntou: ‘Quantos pães tendes?’ Eles responderam: ‘Sete, e alguns peixinhos’. 35 E Jesus mandou que a multidão se sentasse pelo chão. 36 Depois pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os, e os dava aos discípulos, e os discípulos, às multidões. 37 Todos comeram, e ficaram satisfeitos. e encheram sete cestos com os pedaços que sobraram.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Um Messias Misericordioso

TEMPO DO ADVENTO. PRIMEIRA SEMANA. QUARTA-FEIRA

– Recorrer sempre à misericórdia do Senhor. Meditar a sua vida para aprender a ser misericordiosos.
– O Senhor é especialmente compassivo e misericordioso para com os pecadores que se arrependem. Recorrer ao sacramento da misericórdia. O nosso comportamento em relação aos outros.
– As obras de misericórdia.

I. APROXIMOU-SE DELE uma grande multidão, trazendo consigo paralíticos, cegos, aleijados, surdo-mudos e muitos outros, lemos no Evangelho da Missa de hoje; e os estenderam aos seus pés, e Ele os curou. A multidão admirava-se vendo que os mudos falavam, os aleijados saravam, os paralíticos andavam e os cegos viam...

Jesus chamou os seus discípulos e disse-lhes: Tenho compaixão da multidão1. Esta é a razão pela qual o coração de Jesus se comove tantas vezes. Levado pela sua misericórdia, fará a seguir o esplêndido milagre da multiplicação dos pães.

A liturgia faz-nos considerar esta passagem do Evangelho durante o tempo do Advento porque a abundância de bens e a misericórdia sem limites haviam de ser sinais da chegada do Messias. Este é o grande motivo que nos há de levar a dar-nos aos outros, a ser compassivos e a ter misericórdia. E para aprendermos a ser misericordiosos, devemos reparar em Jesus, que vem salvar o que estava perdido; não vem acabar de quebrar a cana rachada nem apagar completamente a mecha que ainda fumega2, mas assumir as nossas misérias e assim salvar-nos delas, compadecer-se dos que sofrem e dos necessitados. Cada página do Evangelho é uma prova da misericórdia divina.

Devemos meditar a vida de Jesus porque “Jesus Cristo resume e compendia toda a história da misericórdia divina [...]. Ficaram muito gravadas em nós, entre tantas cenas do Evangelho, a clemência com a mulher adúltera, as parábolas do filho pródigo, da ovelha perdida e do devedor perdoado, a ressurreição do filho da viúva de Naim. Quantas razões de justiça para explicar este grande prodígio! Morreu o filho único daquela pobre viúva, aquele que dava sentido à sua vida e podia ajudá-la na sua velhice. Mas Cristo não faz o milagre por justiça; Ele o faz por compaixão, porque se comove interiormente perante a dor humana”3. Jesus que se comove perante a nossa dor!

A misericórdia de Deus é a essência de toda a história da salvação, o porquê de todos os atos salvíficos. Quando os Apóstolos quiserem resumir a Revelação, aludirão sempre à misericórdia como eixo de um plano eterno e gratuito, generosamente preparado por Deus. O salmista pode assegurar com toda a razão quea terra está repleta da misericórdia do Senhor4.

A misericórdia é a atitude constante de Deus para com o homem. E recorrer a ela é o remédio universal para todos os nossos males, incluídos aqueles que julgamos não terem remédio.

Meditar na misericórdia divina dar-nos-á uma grande confiança agora e na hora da nossa morte, como rezamos na Ave-Maria. É fonte de muita alegria podermos dizer ao Senhor, com Santo Agostinho: “Toda a minha esperança apóia-se somente na vossa grande misericórdia!”Só nisso, Senhor. Na vossa misericórdia apóia-se toda a minha esperança. Não nos meus méritos, mas na vossa misericórdia.

II. DE FORMA ESPECIAL, o Senhor mostra a sua misericórdia para com os pecadores perdoando-lhes os pecados. Os fariseus criticavam-no freqüentemente por isso, mas Ele lhes responde dizendo que os sãos não necessitam de médico, mas os enfermos6. Nós, que estamos enfermos, que somos pecadores, precisamos de recorrer muitas vezes à misericórdia divina. Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia e dai-nos a vossa salvação7, repete continuamente a Igreja neste tempo litúrgico.

Em inúmeras ocasiões, cada dia, teremos que abeirar-nos do Coração misericordioso de Jesus e dizer-lhe: Senhor, se queres, podes limpar-me8. Especialmente quando nos sentimos manchados, “o conhecimento de Deus, do Deus da misericórdia e do amor benigno, é uma constante e inesgotável fonte de conversão, não somente como ato interior momentâneo, mas também como disposição estável, como estado de ânimo. Os que chegam a conhecer a Deus deste modo, os que o vêem assim, não podem viver sem deixar de converter-se incessantemente a Ele!”9 Também nós podemos exclamar com verdade: Como são grandes a misericórdia do Senhor e a sua piedade para os que se voltam para Ele!10 Como é grande a misericórdia divina para com cada um de nós!

Mas o Senhor estabelece uma condição para que obtenhamos dEle misericórdia e compaixão pelos nossos males e fraquezas: que também nós tenhamos um coração grande para com aqueles que nos rodeiam. Na parábola do bom samaritano11, o Senhor mostra-nos qual deve ser a nossa atitude para com o próximo que sofre. Não nos é lícito passar por ele ao largo, com indiferença, mas devemos antes parar junto dele. “Bom samaritano é todo o homem que pára junto do sofrimento de outro homem, seja de que gênero for. Este deter-se não significa curiosidade, mas disponibilidade. É uma determinada disposição interior do coração, que tem também a sua expressão emotiva. Bom samaritano é todo o homem sensível ao sofrimento alheio, o homem que se comove perante a desgraça do próximo.

“Se Cristo, conhecedor do interior do homem, sublinha esta comoção, é porque ela é importante para toda a nossa atitude perante o sofrimento alheio. Portanto, é preciso cultivar no íntimo esta sensibilidade do coração para com aquele que sofre. Às vezes, esta compaixão será a única ou a principal manifestação possível do nosso amor e da nossa solidariedade para com o homem que sofre”12.

Não teremos no nosso próprio lar, no escritório ou na fábrica, essa pessoa física ou moralmente ferida que requer, talvez até com urgência, a nossa disponibilidade, o nosso afeto e os nossos cuidados?

III. O CAMPO DA MISERICÓRDIA é tão vasto como o da miséria humana que é necessário remediar. E o homem pode sofrer misérias e calamidades na ordem física, intelectual, moral... Por isso as obras de misericórdia são inúmeras – tantas quantas as necessidades do homem –, ainda que tradicionalmente, a título exemplificativo, se mencionem apenas catorze, nas quais esta virtude se manifesta de modo especial.

Muitas vezes, a misericórdia consistirá em preocupar-nos pela saúde, pelo descanso, pela alimentação daqueles que Deus confiou aos nossos cuidados.

Os doentes merecem uma atenção especial: fazer-lhes companhia, interessar-nos verdadeiramente por eles, ensiná-los e ajudá-los a oferecer a Deus a sua dor... Numa sociedade desumanizada pelos freqüentes ataques à família, é cada vez maior o número de doentes e anciãos abandonados, sem consolo e sem carinho. Visitar essas pessoas na sua solidão é uma obra de misericórdia cada vez mais necessária. Deus recompensa de uma maneira especial esses momentos de companhia: O que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes13, diz-nos o Senhor.

Juntamente com as chamadas obras materiais de misericórdia, devemos praticar também as espirituais. Em primeiro lugar, corrigir a quem erra, com as advertências oportunas, com caridade, sem que a pessoa se ofenda. E depois, ensinar o ignorante, especialmente no que se refere à ignorância religiosa – o grande inimigo de Deus –, que aumenta de dia para dia em proporções alarmantes: a catequese passou a ser, na atualidade, uma obra de misericórdia de primeiríssima importância e urgência; aconselhar aquele que duvida, com honradez e retidão de intenção, ajudando-o no seu caminho para Deus; consolar o aflito, compartilhando a sua dor, animando-o a recuperar a alegria e a entender o sentido sobrenatural da pena que sofre; perdoar a quem nos ofende, prontamente, sem dar demasiada importância à ofensa, e quantas vezes for preciso; socorrer a quem necessita de ajuda, prestando esse serviço com generosidade e alegria; e finalmente, rogar a Deus pelos vivos e defuntos, sentindo-nos especialmente ligados pela Comunhão dos Santos a essas pessoas a quem nos devemos de modo especial, por razões de parentesco, amizade, etc.

A nossa atitude de misericórdia há de estender-se a muitas outras manifestações da vida, pois “nada te pode fazer tão imitador de Cristo – diz São João Crisóstomo – como a preocupação pelos outros. Mesmo que jejues, mesmo que durmas no chão, mesmo que, por assim dizer, te mates, se não te preocupas com o próximo, pouca coisa fizeste, ainda distas muito da imagem do Senhor”14.

Assim obteremos de Deus misericórdia para a nossa vida e talvez a mereçamos também para os outros: esse oceano de misericórdia que se estende de geração em geração15, como profetizou Nossa Senhora à sua prima Santa Isabel.

Peçamos a misericórdia divina para nós mesmos – quanto necessitamos dela! – e para a nossa geração; peçamo-la através de Santa Maria, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa. Ante a proximidade da festa da Imaculada Conceição, o nosso recurso confiante à Virgem Maria deve tornar-se ainda mais contínuo e apaixonado.

(1) Mt 5, 7; (2) Lc 19, 10; Is 41, 9; (3) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 7; (4) Sl 33, 5; (5) Santo Agostinho, Confissões, 10; (6) Mt 9, 12; (7) Sl 84, 8; (8) Mt 8, 2; (9) João Paulo II, Enc. Dives in misericordia, 13; (10) Ecl 17, 28; (11) Lc 10, 30 e segs.; (12) João Paulo II, Carta apostólica Salvifici doloris, 28; (13) Mt 25, 40; (14) São João Crisóstomo, Comentário à primeira Epístola aos Coríntios; (15) Lc 1, 50.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


São João Damasceno

04 de Dezembro

São João Damasceno 

João de Damasco nasceu mais ou menos na metade do século VII de família árabe cristã e morreu em 749. É considerado o último representante da patrologia grega e equivalente oriental de santo Isidoro de Sevilha, por suas obras monumentais como A Fonte do conhecimento.

A sua atividade literária é multiforme: passeia com autoridade da poesia à liturgia, da eloquência à filosofia e à apologética.

Filho de alto funcionário do califa de Damasco, João foi companheiro de brinquedos do príncipe Yazid, que mais tarde o promoveu ao mesmo encargo do pai, que corresponde mais ou menos ao de ministro das finanças. Na qualidade de Logoteta, foi representante civil da comunidade cristã junto às autoridades árabes.

A determinado ponto João deixou a corte, demitindo-se do alto cargo, provavelmente pelas tendências anticristãs do califa. Em companhia do irmão Cosme, futuro bispo de Maiouma, retirou-se para o mosteiro de são Sabas, perto de Jerusalém, onde, ordenado sacerdote, aprofundou a sua formação teológica, preparando-se para o cargo de pregador titular da basílica do Santo Sepulcro.

Era o período em que o imperador de Bizâncio, Leão III Isáurico, inaugurava a política iconoclasta, isto é, jogava fora todas as imagens sagradas, cujo culto era declarado ato de idolatria.

O patriarca de Constantinopla, de oitenta anos, são Germano, defendeu o culto tradicional explicando a verdadeira natureza da homenagem prestada às imagens, mas pagou com a destituição o seu ato de coragem.

De Jerusalém, sob o domínio árabe, fez-se ouvir outra voz a favor do culto das imagens, a do ainda desconhecido monge João Damasceno que, com o seu Três discursos a favor das sagradas imagens, se impôs imediatamente à atenção do mundo cristão.

O imperador, não podendo atingir diretamente o monge, recorreu vilmente à calúnia, fazendo falsificar uma carta de João, na qual ele estaria conjurando para restituir Jerusalém ao imperador bizantino.

Nesta disputa teológica, feita com sutis distinções incompreensíveis à mentalidade ocidental, João teve oportunidade de mostrar toda a sua preparação teológica, posta a serviço não só do patriarca de Jerusalém, mas de toda a Igreja. De fato o II concílio de Niceia (VII ecumênico), reparando as injúrias recebidas pelo defensor da ortodoxia, proclamou-lhe não só a ciência, mas também a santidade. Leão XIII o declarou doutor da Igreja.

Fonte: Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.


03 de Dezembro 2019

A SANTA MISSA

1ª Semana do Advento – Terça-feira 
Memória: São Francisco Xavier, presbítero
Cor: Branca

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1ª Leitura: Is 11, 1-10

 “Julgará os humildes com justiça” 

Leitura do Livro do Profeta Isaías

Naqueles dias: 1 Nascerá uma haste do tronco de Jessé e, a partir da raiz, surgirá o rebento de uma flor; 2 sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e temor de Deus; 3 no temor do Senhor encontra ele seu prazer. Ele não julgará pelas aparências que vê nem decidirá somente por ouvir dizer; 4 mas trará justiça para os humildes e uma ordem justa para os homens pacíficos; fustigará a terra com a força da sua palavra e destruirá o mau com o sopro dos lábios. 5 Cingirá a cintura com a correia da justiça e as costas com a faixa da fidelidade. 6 O lobo e o cordeiro viverão juntos e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o bezerro e o leão comerão juntos e até mesmo uma criança poderá tangê-los. 7 A vaca e o urso pastarão lado a lado, enquanto suas crias descansam juntas; o leão comerá palha como o boi; 8 a criança de peito vai brincar em cima do buraco da cobra venenosa; e o menino desmamado não temerá pôr a mão na toca da serpente. 9 Não haverá danos nem mortes por todo o meu santo monte: a terra estará tão repleta do saber do Senhor quanto as águas que cobrem o mar. 10 Naquele dia, a raiz de Jessé se erguerá como um sinal entre os povos; hão de buscá-la as nações, e gloriosa será a sua morada.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 71 (72), 1-2.7-8.12-13.17 (R. cf. 7)

R. Nos seus dias a justiça florirá
e paz em abundância, para sempre.

Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus,*
vossa justiça ao descendente da realeza!
Com justiça ele governe o vosso povo,*
com eqüidade ele julgue os vossos pobres.     R.

7 Nos seus dias a justiça florirá*
e grande paz, até que a lua perca o brilho!
8 De mar a mar estenderá o seu domínio,*
e desde o rio até os confins de toda a terra!      R.

12 Libertará o indigente que suplica,*
e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.
13 Terá pena do indigente e do infeliz,*
e a vida dos humildes salvará.      R.

17 Seja bendito o seu nome para sempre!*
E que dure como o sol sua memória!
Todos os povos serão nele abençoados,*
todas as gentes cantarão o seu louvor!       R. 

Evangelho: Lc 10, 21-24 

Jesus exulta no Espírito Santo. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

21 Naquele momento, Jesus exultou no Espírito Santo e disse: ‘Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 22 Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.’ 23 Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: ‘Felizes os olhos que vêem o que vós vedes! 24 Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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São Francisco Xavier 

03 de Dezembro

São Francisco Xavier 

São Francisco Xavier nasceu nas terras de sua própria família denominada Xavier, Reino de Navarra, na península Ibérica, no dia 7 de Abril de 1506. Foi o filho caçula da família. Seu pai se chamava Juan de Jasso e era um aristocrático conselheiro do Rei de Navarra, João III. Sua mãe se chamava Maria de Azpilicueta y Xavier, era de família nobre também de Navarra.

Em 1512, o reino de navarra foi atacado por tropas castelhanas e aragonesas. Sua família lutou resistindo à invasão, mas perderam a luta em 1515. Francisco tinha quase nove anos. Seus irmãos foram presos e condenados a morrer depois de passarem um tempo na masmorra. Depois, porém, conseguiram ser libertados.

Neste período, aos 9 anos de idade, seu pai veio a falecer. Sua mãe envia-o, aos catorze anos, ao Colégio de Santa Bárbara, na cidade de Paris. Francisco se preparou para entrar na universidade, e terminou os estudos preliminares de literatura, humanidades e filosofia. Aprendeu a falar em francês, italiano e alemão. Passou a lecionar filosofia no Colégio de Beauvais. Conta-se que ele foi o campeão numa competição de salto em altura entre estudantes.

Francisco dividia o quarto com um francês chamado Le Fèvre e um espanhol chamado Inácio de Loyola, futuro santo e fundador da ordem dos jesuítas. Eles criam um grupo com o nome de Societas Jesus (Sociedade de Jesus). Com mais quatro jovens, eles fundam a Companhia de Jesus, atualmente conhecida como Jesuítas, é a maior ordem religiosa do mundo. Eles fizeram voto de pobreza e foram reconhecidos pelo Papa em 1541. Francisco de Xavier foi ordenado sacerdote em Veneza, em 24 de junho de 1537.

Em setembro de 1543, São Francisco Xavier parte para a sua primeira missão. Foi para um lugar chamado Costa de Pescaria, que ficava no litoral sul da Índia. Nesse local o povo vivia da pesca. Porém, os hindus se tornavam inimigos daquele povo porque não aceitavam a pescaria que matava os peixes. Porém, os pescadores locais se identificaram de pronto com o cristianismo, pois esta religião aceitava sua profissão de pescadores. Eles se identificaram com os primeiros apóstolos de Jesus, que eram pescadores, e com um dos símbolos da nova religião, o peixe. O trabalho de Francisco de Xavier converteu o povo da Costa de Pescaria e provocou mudanças nas ilhas da Indonésia Oriental. Por isso, ele passou a ser chamado de o Apóstolo das Índias.

Francisco chegou como missionário ao Japão em julho de 1549. O navio em que viajava, porém, aportou em Kagoshima, na ilha de kiushu, somente em agosto. Ele foi muito bem recebido e se hospedou na casa de Angiró até outubro do ano seguinte.

Depois, foi para Quioto, mas só foi autorizado a pregar em 1551. Como não falava a língua japonesa, teve que se contentar em ler o catecismo, que era traduzido pelo amigo Angiró. São Francisco Xavier, porém, foi perseverante e paciente. Alguns anos mais tarde, sua missão no Japão começou a dar frutos.

Ele conseguiu firmar congregações religiosas nas cidades de Bungo, Hirado e Yamaguchi. Xavier trabalhou lá durante mais dois anos. No seu ardor missionário, aprendeu a língua japonesa, na qual escreveu um livro que falava da criação do mundo e sobre a vida de Jesus Cristo. Depois ele foi substituído por outros padres jesuítas, os quais supervisionou durante um tempo. Então, regressou à Índia para fazer ainda inúmeros trabalhos de evangelização.

No dia 3 de dezembro de 1552, Francisco Xavier faleceu deitado numa esteira, com o crucifixo que o amigo Inácio de Loyola tinha lhe dado. Seu sepultamento foi em Sanchoão, mas seus restos mortais, que continuavam incorruptos, foram levados temporariamente à Igreja de São Paulo, em Malaca, em 1553. Em seguida, seus restos mortais são levados para a Basílica do Bom Jesus de Goa. Ele pode ser visto, ainda hoje, numa caixa de vidro e prata. As peregrinações ao local começaram em dezembro de 1637.

Um osso do braço direito de São Francisco Xavier está na igreja de São José, em Macau, na China, mantido em um relicário. A partir de sua morte, muitas igrejas foram construídas em sua homenagem.

São Francisco Xavier tinha o dom de prever o futuro, ver fatos que aconteciam em outro lugar e acalmar tempestades. Na arte, sua imagem é associada a um caranguejo e um crucifixo, símbolo relacionado com um grande milagre. Aconteceu quando São Francisco navegava na região das ilhas Molucas, as quais ele evangelizou e onde viveu muitos anos. Durante um forte temporal, os marinheiros gritavam pela ajuda de Deus. Com calma, o santo mergulhou seu crucifixo de madeira no mar agitado. Na mesma hora o as águas se acalmaram e o crucifixo sumiu no mar. Ao desembarcarem na praia, os marinheiros, assombrados, viram um caranguejo sair da água com o crucifixo. Xavier o recolheu e o animal voltou para o mar. São Francisco Xavier nunca disse uma palavra sobre o acontecido.

Francisco de Xavier foi beatificado em 25 de outubro de 1619, pelo Papa Paulo V, e, junto com Inácio de Loyola, foi canonizado em 1622, pelo Papa Gregório XV. Ele é considerado o protetor dos missionários. A Igreja celebra seu dia em 3 de dezembro.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br