13 de Dezembro 2019
A SANTA MISSA

2ª Semana do Advento – Sexta-feira
Memória: Santa Luzia, virgem e mártir
Cor: Vermelha
1ª Leitura: Is 48,17-19
Ah! se tivesses observado os meus mandamentos!
Leitura do Livro do Profeta Isaías
17 Isto diz o Senhor, o teu libertador, o Santo de Israel: Eu, o Senhor teu Deus, te ensino coisas úteis, te conduzo pelo caminho em que andas. 18 Ah, se tivesses observado os meus mandamentos! Tua paz teria sido como um rio e tua justiça como as ondas do mar; 19 tua descendência seria como a areia do mar e os filhos do teu ventre como os grãos de areia; este nome não teria desaparecido nem teria sido cancelado de minha presença.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 1, 1-2. 3. 4.6 (R. CF.Jo 8,12)
R. Senhor, quem vos seguir, terá a luz da vida.
1 Feliz é todo aquele que não anda*
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados,*
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
2 mas encontra seu prazer na lei de Deus*
a medita, dia e noite, sem cessar. R.
3 Eis que ele é semelhante a uma árvore,*
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo,
e jamais as suas folhas vão murchar.*
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar. R.
4 Mas bem outra é a sorte dos perversos.
Ao contrário, são iguais à palha seca*
espalhada e dispersada pelo vento.
6 Pois Deus vigia o caminho dos eleitos,*
mas a estrada dos malvados leva à morte. R.
Evangelho: Mt 11,16-19
Não ouvem nem a João nem ao Filho do Homem.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus às multidões: 16 Com quem vou comparar esta geração? São como crianças sentadas nas praças, que gritam para os colegas, dizendo: 17 ‘Tocamos flauta e vós não dançastes. Entoamos lamentações e vós não batestes no peito!’18 Veio João, que não come nem bebe, e dizem: ‘Ele está com um demônio’. 19 Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de cobradores de impostos e de pecadores’. Mas a sabedoria foi reconhecida com base em suas obras.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
12 de Dezembro 2019
A SANTA MISSA

Festa: Nossa Senhora de Guadalupe
Cor: Branca
1ª Leitura: Gl 4,4-7
“Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher”
Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas
Irmãos, 4 quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, 5 a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. 6 E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá – ó Pai! 7 Assim, já não és mais escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso, por graça de Deus.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 95(96),1-2a.2b-3.10 (R. 3a)
R. Manifestai a sua glória entre as nações.
1 Cantai ao Senhor Deus um canto novo, +
cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! *
2a Cantai e bendizei seu santo nome! R.
2b Dia após dia anunciai sua salvação, +
3 manifestai a sua glória entre as nações, *
e entre os povos do universo seus prodígios! R.
10 Publicai entre as nações: “Reina o Senhor! +
Ele firmou o universo inabalável, *
e os povos ele julga com justiça. R.
Evangelho: Lc 1,39-47
“Bem-aventurada aquela que acreditou”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas.
39 Naqueles dias Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40 Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou em seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44 Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. 46 Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47 e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Nossa Senhora de Guadalupe
12 de Dezembro
Nossa Senhora de Guadalupe
Nossa Senhora de Guadalupe apareceu pela primeira vez ao índio asteca Juan Diego. Na língua asteca, o nome Guadalupe significa, Perfeitíssima Virgem que esmaga a deusa de pedra. Os Astecas adoravam a deusa Quetzalcoltl, uma monstruosa deusa, a quem eram oferecidas vidas humanas em holocausto.
Nossa Senhora de Guadalupe, porém, veio para acabar com essa idolatria e mudar a vida daquele povo sofrido. No ano de 1539, mais de 8 milhões de Astecas tinham abraçado a fé católica, convertendo-se e acabando com a idolatria pagã. No México e em todo o mundo, Nossa Senhora de Guadalupe é muito venerada.
Estava o índio Juan Diego no campo. Ele sofria por causa da grava enfermidade de seu tio a quem muito amava. Juan rezava por seu tio quando teve a visão de uma mulher com seu manto todo reluzente. Ela o chamou por seu nome e disse em nauátle, a língua asteca: Juan Diego, não deixe o seu coração perturbado. Eu não estou aqui? Não temas esta enfermidade ou angústia. Eu não sou sua Mãe? Você não esta sob minha proteção?
A Senhora pediu, então, que o índio fosse revelar sua mensagem ao Bispo local. A mensagem de que Ela iria acabar com a serpente de pedra, e que o povo do México iria parar com os holocaustos e se converter a Jesus Cristo. Além disso, deveria ser construída uma Igreja no local das aparições.
O Bispo não acreditou no índio, mas ordenou que ele pedisse um sinal à Senhora para provar a veracidade da história. Quando Juan Diego voltou para o campo, Nossa Senhora de Guadalupe apareceu novamente a ele. Este lhe contou sobre a desconfiança do Bispo, porque Maria tinha pedido que fosse construída também uma grande igreja naquele local.
Maria sorrindo, pediu a Juan Diego que subisse ao monte e enchesse seu poncho com flores. Era inverno. A neve recobria os campos. Naquela época, não nasciam flores naquela região do México. Juan Diego sabia disso. Porém, mesmo assim obedeceu. Chegando ao alto do monte em meio à neve, ele achou uma grande quantidade de flores cheias de grande beleza. Ele apanhou muitas flores, encheu seu poncho e foi levá-las ao Bispo.
Com dificuldade Juan Diego foi recebido pelo Bispo. Ele tinha seu poncho ou sua Tilma, dobrado cheio de rosas. Então, ele abriu a tilma e as flores caíram no chão. Quando o Bispo viu, ainda não acreditou. Então, para espanto de todos os que estavam na sala, no poncho do índio estava estampada a bela imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, como o índio tinha revelado ao Bispo. Todos na sala acreditaram, inclusive o bispo. Desse momento em diante, tudo mudou.
O fato causou grande comoção em todo o povo mexicano. Logo foi construída uma grande Igreja no local indicado por Nossa Senhora e o poncho de Juan Diego com a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe impressa foi levado para ser venerado. Guadalupe se tornou o grande Santuário do México, e a devoção a Nossa Senhora de Guadalupe se estendeu por toda América Latina. Em 1979, o Papa João Paulo II consagrou Nossa Senhora de Guadalupe, como Padroeira da América Latina.
Estudos realizados sobre o poncho do índio Juan Diego, revelam que a pintura não foi feita por materiais existentes na natureza e nem fabricados pelo homem. Nos olhos de Maria, dentro da Iris e da pupila, vê-se a cena em que o índio abre sua tilma na sala do bispo, com todas as pessoas presentes na sala conforme foi descrito em documentos posteriores. Tem uma família de um lado, o índio e o Bispo do outro. O olho reflete a luz como o olho humano.
Em janeiro de 2001, o engenheiro peruano, José Aste Tonsmman, revelou o resultado da pesquisa de 20 anos, com a ajuda da NASA. Os olhos da imagem ampliados 2, 500 vezes, mostram umas 13 pessoas, crianças, mulheres, o Bispo e o próprio índio Juan Diego, no momento da entrega do poncho ao Bispo.
Richard Kuhn, prêmio Nobel de química, descobriu que a imagem não tem corantes e que após 470 anos continuam com seu brilho. O pano do poncho não dura mais do que 20 anos e começa a se desfazer, o que não acontece com o poncho do milagre, que já dura quase 500 anos. Concluíram que o que forma a imagem de Nossa Senhora não é pintura. A fibra do ayate, cacto, são suportaria as tintas da época. Além disso, não existe esboço ou marca de pincel.
Grandes milagres aconteceram ao longo dos quinhentos anos de história da aparição de Nossa Senhora de Guadalupe. O povo sofrido do México teve sua esperança renovada com esta visita e permanência de Nossa Senhora em suas terras.
Nossa Senhora, em um ato de delicadeza, apareceu como uma índia, morena, vestida como uma índia grávida. Em sua roupa está retratado o céu com a posição das estrelas do dia em que ela apareceu. Os astecas sabiam reconhecer estes sinais e isso foi decisivo para que a conversão daqueles povos acontecesse em massa.
Fonte: https://cruzterrasanta.com.br
Nossa Senhora de Guadalupe
Padroeira Principal da América Latina
– A aparição da Virgem a Juan Diego.
– Nossa Senhora precede todo o apostolado e prepara as almas.
– A nova evangelização. O Senhor conta conosco. Aproveitar todas as ocasiões.
No dia 9 de dezembro de 1531, a Virgem Maria apareceu a um índio chamado Juan Diego, no monte Tepeyac, perto da cidade do México, manifestando-lhe o seu desejo de que se erigisse ali um templo. Depois de o tio de Juan Diego ter sido curado milagrosamente no dia 12 de dezembro, quando Juan levava ao bispo umas flores que a Virgem lhe dera, ao deixá-las cair do seu poncho apareceu gravada nessa peça do vestuário a imagem da Senhora que até hoje é venerada no Santuário da Basílica de Guadalupe, no México. Era o sinal que o bispo Juan de Zumárraga tinha pedido. Em 1553, o prelado construiu uma Basílica, como Nossa Senhora lhe tinha pedido. Existem diversos documentos que testemunham esse episódio. O mais antigo é o Nican Mopohua, relato das aparições em língua azteca, baseado nas declarações de testemunhas oculares que presenciaram as entrevistas entre Zumárraga e Juan Diego. Conserva-se na Biblioteca Nacional do México.
I. A DEVOÇÃO a Nossa Senhora de Guadalupe no México tem a sua origem nos começos da evangelização desse país, quando os fiéis eram ainda muito poucos. Nossa Senhora apareceu a um camponês índio, de nome Juan Diego, e enviou-o ao bispo da cidade do México para manifestar-lhe o desejo de que lhe fosse dedicado um templo numa colina próxima, chamada Tepeyac. A Virgem disse ao índio na primeira aparição: “Quero muito, desejo muito que aqui me seja erigido um templo, em que me mostrarei e me darei às pessoas em todo o meu amor, no meu olhar compassivo, no meu auxílio, na minha salvação: porque em verdade Eu sou a vossa Mãe compassiva, tua e de todos os homens [...]. Nesse templo escutarei os seus prantos e a sua tristeza, para remediá-los, para lhes curar todas as suas diversas penas, as suas misérias e as suas dores”1.
O bispo do lugar, antes de aceder ao pedido, quis um sinal. E Juan Diego, por indicação da Senhora dos Céus, cortou umas braçadas de rosas que ela fizera brotar sobre a árida colina, a mais de dois mil metros de altura, em pleno mês de dezembro. Depois, foi ter com o bispo e estendeu-lhe o seu branco ayate, o manto, onde colocara as flores. E quando as rosas caíram ao chão, “surgiu de repente a Amada imagem da Perfeita Virgem Santa Maria, Mãe de Deus, na forma e figura em que hoje se encontra” 2. Essa imagem de Nossa Senhora de Guadalupe ficou impressa no rústico poncho do índio, tecido com fibras vegetais. Representa a Virgem como uma jovem mulher de rosto moreno, rodeada por uma luz radiante.
Maria disse a Juan Diego, e repete a todos os cristãos: “Não estou Eu aqui, Eu que sou a tua Mãe? Não estás debaixo da minha sombra? Não estás porventura no meu regaço?” Por que devemos temer, se Ela é a Mãe de Jesus e Mãe dos homens?
Com a aparição de Maria no monte Tepeyac, começou em todo o antigo território azteca um movimento excepcional de conversões, que se estendeu pela América Centro-Meridional e chegou até o longínquo arquipélago das Filipinas. “A Virgem de Guadalupe continua a ser ainda hoje o grande sinal da proximidade de Cristo, ao convidar todos os homens a entrar em comunhão com Ele para terem acesso ao Pai. Ao mesmo tempo, Maria é a voz que convida os homens à comunhão entre si...” 3
A Virgem sempre precedeu os homens na evangelização dos povos. Não se entende o apostolado sem Maria. Por isso, agora que o Papa, Vigário de Cristo na terra, pede aos fiéis que se empenhem em recristianizar o mundo, recorremos a Ela para que “indique à Igreja os melhores caminhos que é preciso percorrer para empreender uma nova evangelização. Imploramos-lhe a graça de servir essa causa sublime com renovado espírito missionário” 4. Suplicamos-lhe que nos mostre o modo de aproximarmos os nossos amigos de Deus e que Ela os prepare para receber a graça.
II. “VIRGEM DE GUADALUPE, Mãe das Américas..., vê como é grande a messe, e intercede junto do Senhor para que infunda fome de santidade em todo o Povo de Deus...” 6. Só assim – com uma intensa vida cristã, com amor e desejos de servir – é que poderemos levar a cabo essa nova evangelização em todo o mundo, a começar pelos que estão mais perto. Quanta messe carecida de braços que a recolham! Quanta gente com fome de verdade que não tem quem lha ensine! Quantas pessoas de todo o tipo e condição que desejariam aproximar-se de Deus e não encontram o caminho! Cada um de nós deve ser um indicador claro que aponte, com o exemplo e a palavra, o caminho certo que, por meio de Maria, termina em Cristo.
Partiu da Europa a primeira labareda que ateou a fé no continente americano. Quantos homens e mulheres, de raças tão diversas, encontraram a porta do Céu pela fé heróica e sacrificada daqueles primeiros evangelizadores! A Virgem abriu-lhes o caminho, e eles, apesar das dificuldades – com energia, paciência e sentido sobrenatural –, ensinaram por toda a parte os mistérios mais profundos da fé. “Encontramo-nos agora numa Europa onde se torna cada vez mais forte a tentação do ateísmo e do ceticismo; onde lança raízes uma penosa incerteza moral, com a desagregação da família e a degeneração dos costumes; onde domina um perigoso conflito de idéias e movimentos”8.
Nós, os cristãos, continuamos a ser fermento no meio do mundo. A levedura não perdeu o seu vigor nestes vinte séculos, porque é sobrenatural e sempre jovem, nova e eficaz. Por isso não ficaremos parados, como se nada pudéssemos fazer ou como se as dimensões do mal pudessem afogar a pequena semente que somos cada um dos que queremos seguir a Cristo. Se os primeiros que levaram a fé a tantos lugares tivessem ficado paralisados ante a ingente tarefa que se lhes apresentava, se somente tivessem confiado nas suas forças humanas, nada teriam levado a cabo. O Senhor anima-nos continuamente a não ficar para trás neste trabalho que se apresenta como algo “sobrenatural e humanamente fascinante” 9.
Pensemos hoje, diante de Nossa Senhora de Guadalupe, uma vez mais, o que estamos fazendo ao nosso redor: se aproveitamos todas as ocasiões, sem deixar nenhuma, para falar com valentia aos nossos amigos da fé que trazemos no coração; se tomamos a sério a nossa formação, pois dela depende a formação dos outros; se dedicamos tempo à catequese ou a outras obras boas; se contribuímos economicamente para a manutenção de alguma tarefa que tenha como fim o aperfeiçoamento sobrenatural e humano das pessoas. Não devemos deter-nos ante o pensamento que é pouco o que podemos fazer, no meio de um trabalho profissional absorvente. Deus multiplica esse pouco; e, além disso, muitos poucos mudam um país inteiro.
III. IDE POR TODO O MUNDO e pregai o Evangelho a toda a criatura 12. Deus atua diretamente na alma de cada pessoa por meio da graça, mas é vontade do Senhor, afirmada em muitas passagens do Evangelho, que os homens sejam instrumentos ou veículos de salvação para os outros homens. Ide, pois, às encruzilhadas das ruas, e a quantos encontrardes, convidai-os para as núpcias 14.
Os contactos profissionais, as reuniões sociais, uma viagem, são ocasiões que Deus põe ao nosso alcance para darmos a conhecer Jesus Cristo 17. E como podemos descansar se, além disso, essas almas estão no nosso lar, no nosso trabalho, na nossa Faculdade ou na vizinhança?
Temos que pedir à Virgem o desejo vivo e eficaz de sermos almas valentes, audazes, atrevidas à hora de semear o bem, procurando, sem respeitos humanos, que não haja nenhum recanto da sociedade onde não se conheça a Cristo 19, e não cessa de as produzir até o fim dos tempos. O Senhor dá às nossas palavras e obras uma eficácia sobrenatural que a maior parte das vezes desconhecemos.
Hoje pedimos a Nossa Senhora de Guadalupe que se mostre Mãe compassiva, que nos faça arautos do Evangelho, que saibamos compreender a todos, participando das suas alegrias e esperanças, de tudo aquilo que os inquieta para que, sendo muito humanos, possamos elevar os nossos amigos ao plano sobrenatural da fé. “Rainha dos Apóstolos! Aceita a prontidão com que queremos servir sem reservas a causa do teu Filho, a causa do Evangelho e a causa da paz, fundados na justiça e no amor entre os homens e entre as nações” 20.
(1) Nican Mopohua, Relato das aparições, 28-32; (2) ib., 181-183; (3) João Paulo II, Angelus, 13-XII-1987; (4) ib.; (5) cfr. idem, Oração à Virgem de Guadalupe, México, 27-I-1979; (6) ib.; (7) idem, Discurso, 6-XI-1981; (8) A. del Portillo, Carta pastoral, 25-XII-1985; (9) ib.; (10) Mc 16, 1; (11) Conc. Vat. II, Decr. Apostolicam actuositatem, 3; (12) Mt 28, 18; (13) Mt 22, 9; (14) São João Crisóstomo, em Catena Aurea, vol. III, pág. 63; (15) cfr. Conc. Vat. II, op. cit., 14; (16) ib., 6; (17) Santa Teresa de Lisieux, Novisima Verba; (18) cfr. São Josemaría Escrivá, Forja, n. 716; (19) cfr. Josemaría Escrivá, Caminho, n. 831; (20) João Paulo II, Homilia em Guadalupe, 27-I-1979.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
Santa Maria Maravilhas de Jesus
11 de Dezembro
Nasceu em Madri, em 04 de novembro de 1891. Foi batizada no dia 12 do mesmo mês e ano, na paróquia de São Sebastião, com o nome de Maria Maravilhas Pidal y Chico de Gusmán.
Filha de Dom Luís Pidal y Mon e de Dona Cristina Chico de Gusmán y Muñoz, marqueses de Pidal. O pai era nesta época o embaixador da Espanha ante a Santa Sé. Havia sido Ministro de Fomento.
Distinguiu-se sempre por suas gestões a favor da Igreja. Com seu irmão, o filósofo Alejandro Pidal, criou a União Católica, um partido político que agradou muito ao Papa Leão XIII e à maioria dos bispos espanhóis. Em um ambiente de tanta religiosidade e distinção, a educação da santa foi esmeradíssima. Recebeu o sacramento da confirmação em 1896 e a primeira comunhão em 1902.
Dotada de grandes qualidades humanas, entre quais se destacam uma inteligência clara e profunda e uma vontade sempre orientada para o bem. Desde menina – ela mesma o diria – que se sentia chamada à vida consagrada. Dizia até que sua vocação havia nascido com ela. Em sua juventude, além de cultivar sua vida de piedade e de levar a cabo seus estudos privados da língua e cultura geral, se dedicou às obras de beneficência e caridade, ajudando a muitas famílias, pobres e marginalizados.
Em 12 de outubro de 1919 entrou no Carmelo de El Escorial, próximo a Madri. Tomou o hábito em 1920 e fez sua primeira profissão religiosa em 1921.
O que levou a Santa Maria Maravilhas ao Carmelo foi o amor a Cristo, seus desejos de pagar-Lhe o Amor com amor. Centenas de vezes, em suas cartas, expressa este desejo de amá-lO com loucura, de corresponder com excessos ao infinito amor de Cristo. Este amor a Jesus Cristo está intimamente unido à sua devoção ao Coração de Jesus. Sabemos de suas largas vigílias diante do sacrário, em seus primeiros anos de carmelita, em El Escorial. Nessas horas, a sós com Deus, se forjou a fundação do Carmelo de Cerro de Los Angeles, que haveria de ser “lâmpada viva que se consumiria de amor e reparação ante o Coração de Cristo”.
Em Cerro de Los Angeles, centro geográfico da Espanha, onde se havia erguido um monumento ao Sagrado Coração de Jesus, se consagrou nele a nação espanhola em 30 de maio de 1919, pelo rei Afonso XIII.
Em 19 de maio de 1924, a irmã Maravilhas e outras três religiosas de El Escorial se instalaram em uma casa provisória no povoado de Getafe para, dali, atender à edificação do convento do Cerro. Nesta ocasião, fez sua profissão solene em 30 de maio do mesmo ano.
Em junho de 1926 foi nomeada priora da comunidade e, poucos meses depois, em 31 de outubro, se inaugurava o novo Carmelo em Cerro de los Angeles. Pronto se povoou o novo Carmelo de vocações, o que a impulsionava a multiplicar as “Casas da Virgem”.
Em 1933 fez a fundação de Kottayam (Índia), enviando oito monjas. Desde 1944 a 1966, lhe seguem outras nove fundações na Espanha. Em julho de 1936 estourou a famigerada Guerra Civil Espanhola e as monjas do Cerro tiveram que sair do convento. Em 1939, voltou com um grupo de monjas para recuperar o convento do Cerro, que havia ficado completamente destruído. Com muitos trabalhos e esforços em meio a uma grande escassez, a santa sabia infundir ânimo e alegria entre suas filhas.
Interessava-se pelos problemas dos outros e procurava dar-lhes solução. Lá de sua clausura de La Aldehuela funda um colégio para crianças pobres, faz construir uma vila de casas e uma igreja. Ajuda na construção de 200 vivendas próximas a La Aldehuela. Para levar a cabo essas e outras muitas obras, se apoiava confiantemente na Providência Divina.
“Não quero a vida mais que para imitar o mais possível à de Cristo”, havia escrito. Com esse desejo, amou e praticou a pobreza heroicamente. Os carmelos que funda vivem em pobreza radical, sem rendas, com edifícios pequenos, com trabalho manual para seu sustento. Suas filhas a amavam, tal eram o equilíbrio, serenidade, caridade e delicadeza com todas.
Sua alegria era plena de paz, sem estridências, sempre afável, sem impor seu critério; pedia sempre o parecer das demais. Eram contínuas as enfermidades e penitência (dormia pouco, vestida e deitada no chão). O apreço pela oração era extraordinário. Viveu a espiritualidade de São João da Cruz, sentindo-se sempre uma pecadora e um “nada”. Com alternância de estados dolorosos e gozosos, nos revela: “me sinto amada pelo Senhor”.
Morreu no carmelo de La Aldehuela (Madrid) em 11 de dezembro de 1974, com uma morte cheia de paz e entrega. Repetia: “que felicidade morrer carmelita”!
Madre Maravilhas teve uma missão: conservar o espírito de contemplação amorosa e missionária ao máximo. Conservar e multiplicar estes “pombaizinhos da Virgem” como oásis de paz e oração, neste mundo triste e cheio de conflitos.
Muitos dos que estudaram sua vida, consultores teológicos em Roma, a chamam: mulher carismática, profética e providencial.
Em 10 de maio de 1998, em solene cerimônia, celebrada em Roma, o Papa João Paulo II, de saudosa e venerável memória, beatifica Madre Maria Maravilhas de Jesus.
Fonte: http://www.santosebeatoscatolicos.com
O Caminho da Mansidão
TEMPO DO ADVENTO. SEGUNDA SEMANA. QUARTA-FEIRA
– Jesus, modelo de mansidão que devemos imitar.
– A mansidão assenta numa grande fortaleza de espírito.
– Frutos da mansidão. Sua necessidade para a convivência e o apostolado.
I. TANTO O TEXTO do profeta Isaías na primeira leitura da Missa 1 como o salmo responsorial 2 nos convidam a contemplar a grandeza de Deus, em contraste com a nossa debilidade, que conhecemos pela experiência das nossas quedas, sempre repetidas. E dizem-nos que o Senhor é compassivo e misericordioso, tardo em irar-se e cheio de amor 3, e que aqueles que nEle esperam renovam as suas forças, tomam asas como a águia, correm sem se fatigar 4.
O Messias traz à humanidade um jugo e um fardo, mas esse jugo é suave porque é libertador, e o fardo não é pesado porque Ele carrega a parte mais dura. O Senhor nunca nos angustia com os seus preceitos; antes pelo contrário, estes nos tornam mais livres e nos facilitam a existência. Vinde a mim todos os que estais fatigados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei, diz-nos Jesus no Evangelho da Missa. Tomai o meu jugo sobre vós e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas: porque o meu jugo é suave e o meu fardo leve 5. O Senhor propõe-se a si mesmo como modelo de mansidão e de humildade, duas virtudes e atitudes do coração que caminham sempre juntas.
A liturgia do Advento propõe-nos Cristo manso e humilde para que o procuremos com simplicidade, e também para que nos esforcemos por imitá-lo como preparação para o Natal. Só assim poderemos compreender os acontecimentos de Belém; e só assim poderemos fazer com que aqueles que caminham ao nosso lado nos acompanhem até o Menino-Deus.
A um coração manso e humilde como o de Cristo, as almas abrem-se de par em par. No seu Coração amabilíssimo, as multidões encontravam refúgio e descanso; e também agora se sentem fortemente atraídas por Ele, e nEle acham a paz. O Senhor disse-nos que aprendêssemos dEle. A fecundidade da ação apostólica estará sempre muito relacionada com esta virtude da mansidão.
Se observarmos Jesus de perto, vê-lo-emos paciente com os defeitos dos seus discípulos e disposto a repetir-lhes constantemente os mesmos ensinamentos, para que, apesar de lentos e distraídos, conheçam a doutrina da salvação. Não se impacienta com as suas rudezas e faltas de correspondência. Realmente, Jesus, “que é nosso Mestre e Senhor, manso e humilde de coração, atraiu e convidou pacientemente os seus discípulos” 6.
Imitar Jesus na sua mansidão é o remédio para as nossas irritações, impaciências e faltas de cordialidade e de compreensão. Este espírito sereno e acolhedor nascerá e crescerá em nós à medida que procurarmos estar cada vez mais na presença de Deus e considerarmos com mais freqüência a vida de Nosso Senhor.
“Oxalá fossem tais o teu porte e a tua conversação que todos pudessem dizer, ao ver-te ou ouvir-te falar: «Este lê a vida de Jesus Cristo»” 7. A contemplação de Jesus nos ajudará especialmente a não ser altivos e a não nos impacientarmos com as contrariedades.
Não cometamos o erro de pensar que o nosso “mau gênio”, que se manifesta em ocasiões e circunstâncias bem determinadas, depende da maneira de ser dos que nos rodeiam. “A paz do nosso espírito não depende do bom caráter e benevolência dos outros. Esse caráter bom e essa benignidade dos nossos próximos não estão submetidos de modo algum ao nosso poder e ao nosso arbítrio. Isso seria absurdo. A tranqüilidade do nosso coração depende de nós mesmos. É em nós que deve estar o esforço por evitar os efeitos ridículos da ira e por não fazê-lo depender da maneira de ser dos outros. O trabalho de superarmos o nosso mau gênio não há de depender da perfeição alheia, mas da nossa virtude” 8.
II. A MANSIDÃO não é característica dos homens moles ou amorfos; pelo contrário, exige uma grande fortaleza de espírito, e o próprio exercício desta virtude implica contínuos atos de fortaleza. Assim como os pobres são os verdadeiramente ricos segundo o Evangelho, assim também os mansos são os verdadeiramente fortes. “Bem-aventurados os mansos porque estão protegidos contra o demônio e contra os golpes das perseguições na guerra deste mundo. São como copos de vidro recobertos de palha ou de feno, que não se quebram quando recebem uma pancada. A mansidão é como um escudo muito forte contra o qual se chocam e se desfazem os ataques das setas agudas da ira. Os mansos vão vestidos com vestes de algodão muito suave, que os defendem sem incomodar ninguém” 9. A matéria própria desta virtude é a paixão da ira nas suas múltiplas manifestações, uma paixão que passa a ser de tal modo moderada e retificada que não desperta senão quando é necessário e na medida em que o é.
Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração. Diante da majestade de Deus, que se fez criança em Belém, tudo o que nos atinge adquire as suas justas proporções, e o que poderia ser uma grande contrariedade permanece na sua exata medida. Aprendemos a não perder a paz e a ser justos ao avaliarmos os diversos incidentes da vida diária, a calar-nos em muitas ocasiões, a sorrir, a tratar bem os outros, a esperar o momento oportuno para lhes corrigir uma falta.
Aprendemos também a sair em defesa da verdade e dos interesses de Deus e dos nossos irmãos com toda a firmeza que seja necessária. Porque a mansidão não é contrária a uma cólera santa perante a injustiça. Não é mansidão o que serve de refúgio à covardia.
A ira é, pois, justa e santa quando se propõe respeitar os direitos dos outros e, de modo especial, a soberania e a santidade de Deus. Vemos Jesus santamente irado diante dos fariseus e dos mercadores do Templo 10. O Senhor encontra o Templo convertido num covil de ladrões, num lugar profanado, dedicado a coisas que não tinham nada que ver com a adoração de Deus, e irrita-se terrivelmente, demonstrando-o com as suas palavras e atos. Os evangelistas descreveram-nos muito poucas cenas tão contundentes como esta.
E juntamente com a santa ira de Jesus para com os que prostituem o lugar santo, vemos a sua grande misericórdia para com os necessitados: Chegaram-se a Ele cegos e coxos que se encontravam no Templo, e Ele os sarou 11.
III. A MANSIDÃO opõe-se às manifestações estéreis de violência – que no fundo são sinais de fraqueza: impaciência, irritação, frieza, mau humor, ódio, etc. –, ao dispêndio inútil de forças por aborrecimentos que não têm razão de ser, nem pela sua origem – muitas vezes, surgem de ninharias que se podiam ter ultrapassado com um sorriso ou com o silêncio –, nem pelos seus resultados, porque não resolvem nada.
Da falta desta virtude provêm as explosões de mau humor entre os esposos, que vão corroendo pouco a pouco o verdadeiro amor; a iracúndia e suas conseqüências funestas na educação dos filhos; a falta de paz na oração, porque, ao invés de se falar com Deus, ruminam-se ofensas recebidas.
O domínio de si próprio – que faz parte da verdadeira mansidão – é a arma dos fortes; impede que falemos cedo demais, que digamos palavras ferinas que depois preferiríamos nunca ter pronunciado.
A mansidão sabe esperar o momento oportuno e matiza os juízos, preservando-lhes toda a sua força.
A falta habitual de mansidão é fruto da soberba e só produz solidão e esterilidade à sua volta. “O teu mau gênio, as tuas reações bruscas, os teus modos pouco amáveis, as tuas atitudes desprovidas de afabilidade, a tua rigidez – tão pouco cristã! –, são a causa de que te encontres só, na solidão do egoísta, do homem amargurado, do eterno descontente, do ressentido, e são também a causa de que à tua volta, em vez de amor, haja indiferença, frieza, ressentimento e desconfiança. É preciso que, com um temperamento amável e compreensivo, com a mansidão de Cristo amalgamada à tua vida, sejas feliz e faças felizes todos os que te rodeiam, todos os que te encontram no caminho da sua vida” 12.
Os mansos possuirão a terra. Possuir-se-ão a si próprios, porque não serão escravos das suas impaciências e do seu caráter iracundo; possuirão a Deus, porque a sua alma estará sempre inclinada à oração, num clima de contínua presença de Deus; possuirão os que os rodeiam, porque só um coração manso e humilde conquista a amizade e o carinho dos outros. Na nossa passagem pelo mundo, temos que espalhar o bom aroma de Cristo 13: o nosso sorriso habitual, uma calma serena, bom-humor e alegria, caridade e compreensão.
Examinemos qual a nossa disposição para o sacrifício, necessário para tornar agradável a vida aos outros; se somos capazes de renunciar aos nossos juízos, sem pretender ter sempre razão; se sabemos reprimir o mau gênio e passar por alto os atritos que surgem no convívio diário.
O tempo do Advento é uma boa ocasião para reforçarmos esta atitude do coração. Chegaremos a consegui-lo se procurarmos com mais freqüência Jesus, Maria e José; se soubermos aproximar-nos do Sacrário para conversar com o Senhor sobre os assuntos que mais nos preocupam ou nos contrariam.
(1) Cfr. Is 40, 25-31; (2) Sl 102, 1-2, 8, 10; (3) Sl 102, 8; (4) Is 40, 31; (5) Mt 11, 28-30; (6) Concílio Vaticano II, Declaração Dignitatis humanae, 11; (7) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Caminho, n. 2; (8) Cassiano, Constituições, 8; (9) Francisco de Osuna, Terceiro abecedário espiritual, III, 4; (10) cfr. Jo 2, 13-17; (11) Mt 21, 14; (12) Salvador Canals, Reflexões espirituais, 3ª ed., Quadrante, São Paulo, 1988, pág. 55; (13) cfr. 2 Cor 2, 15.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
11 de Dezembro 2019
A SANTA MISSA

2ª Semana do Advento – Quarta-feira
Cor: Roxa
1ª Leitura: Is 40, 25-31
“O Senhor todo-poderoso dá coragem ao desvalido”
Leitura do Livro do Profeta Isaías
25 ‘Com quem haveis de me comparar, e a quem seria eu igual?’ – fala o Santo. 26 Levantai os olhos para o alto e vede: Quem criou tudo isto? – Aquele que expressa em números o exército das estrelas e a cada uma chama pelo nome: tal é a grandeza e força e poder de Deus que nenhuma delas falta à chamada. 27 Então, por que dizes, Jacó, e por que falas, Israel: ‘Minha vida ocultou-se da vista do Senhor e meu julgamento escapa ao do meu Deus?’ 28 Acaso ignoras, ou não ouviste? O Senhor é o Deus eterno que criou os confins da terra; ele não falha nem se cansa, insondável é sua sabedoria; 29 ele dá coragem ao desvalido e aumenta o vigor do mais fraco. 30 Cansam-se as crianças e param, os jovens tropeçam e caem, 31 mas os que esperam no Senhor renovam suas forças, criam asas como as águias, correm sem se cansar, caminham sem parar.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 102(103), 1-2.3-4.8.10 (R. 1a)
R. Bendize, ó minha alma ao Senhor.
1 Bendize, ó minha alma, ao Senhor, *
e todo o meu ser, seu santo nome!
2 Bendize, ó minha alma, ao Senhor, *
não te esqueças de nenhum de seus favores! R.
3 Pois ele te perdoa toda culpa, *
e cura toda a tua enfermidade;
4 da sepultura ele salva a tua vida *
e te cerca de carinho e compaixão; R.
8 O Senhor é indulgente, é favorável, *
é paciente, é bondoso e compassivo.
10 Não nos trata como exigem nossas faltas, *
nem nos pune em proporção às nossas culpas. R.
Evangelho: Mt 11, 28-30
“Vinde a mim todos vós que estais cansados”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28 Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. 29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30 Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
10 de Dezembro 2019
A SANTA MISSA

2ª Semana do Advento – Terça-feira
Cor: Roxa
1ª Leitura: Is 40,1-11
Deus consola o seu povo.
Leitura do Livro do Profeta Isaías
1 Consolai o meu povo, consolai-o! – diz o vosso Deus. 2 Falai ao coração de Jerusalém e dizei em alta voz que sua servidão acabou e a expiação de suas culpas foi cumprida; ela recebeu das mãos do Senhor o dobro por todos os seus pecados. 3 Grita uma voz: ‘Preparai no deserto o caminho do Senhor, aplainai na solidão a estrada de nosso Deus. 4 Nivelem-se todos os vales, rebaixem-se todos os montes e colinas; endireite-se o que é torto e alisem-se as asperezas: 5 a glória do Senhor então se manifestará, e todos os homens verão juntamente o que a boca do Senhor falou’. 6 Dizia uma voz: ‘Grita!’ E respondi: ‘O que devo gritar?’ A criatura humana é feno, toda a sua glória é como flor do campo; 7 seca o feno, murcha a flor ao soprar o Senhor sobre eles. Sim, o povo é feno. 8 Seca o feno, murcha a flor, mas a palavra de nosso Deus fica para sempre. 9 Sobe a um alto monte, tu, que trazes a boa nova a Sião; levanta com força a tua voz, tu, que trazes a boa nova a Jerusalém, ergue a voz, não temas; dize às cidades de Judá: ‘Eis o vosso Deus, 10 eis que o Senhor Deus vem com poder, seu braço tudo domina: eis, com ele, sua conquista, eis à sua frente a vitória. 11 Como um pastor, ele apascenta o rebanho, reúne, com a força dos braços, os cordeiros e carrega-os ao colo; ele mesmo tange as ovelhas-mães’.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 95 (96), 1-2. 3.10ac. 11-12. 13 (R. Is 40,9-10)
R. Olhai e vede: o nosso Deus vem com poder!
1 Cantai ao Senhor Deus um canto novo,*
cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!
2 Cantai e bendizei seu santo nome!*
Dia após dia anunciai sua salvação. R.
3 manifestai a sua glória entre as nações, *
e entre os povos do universo seus prodígios!
10a Publicai entre as nações: ‘Reina o Senhor!’ *
10c e os povos ele julga com justiça. R.
11 O céu se rejubile e exulte a terra, *
aplauda o mar com o que vive em suas águas;
12 os campos com seus frutos rejubilem *
e exultem as florestas e as matas. R.
13 na presença do Senhor, pois ele vem, *
porque vem para julgar a terra inteira.
Governará o mundo todo com justiça, *
e os povos julgará com lealdade. R.
Evangelho: Mt 18,12-14
Deus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12 Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? 13 Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. 14 Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Os Nossos Pecados e a Confissão
TEMPO DO ADVENTO. SEGUNDA SEMANA. TERÇA-FEIRA
– Confissão dos pecados e propósito de emenda. Confissão individual, auricular e completa.
– Diante do próprio Jesus Cristo. Confissão freqüente.
– Cada confissão, um bem para toda a Igreja. A Comunhão dos Santos e o sacramento da Penitência.
I. UMA VOZ CLAMA no deserto: preparai um caminho para o Senhor, aplainai na estepe um caminho para o nosso Deus. Todo o vale seja preenchido; todo o monte ou outeiro, rebaixado; o solo eriçado mude-se em plano, e as escabrosidades em solo liso1.
O melhor modo de prepararmos a alma para o Senhor que chega é prepararmos muito bem as nossas confissões. A necessidade deste sacramento, fonte de graça e misericórdia ao longo de toda a nossa vida, manifesta-se especialmente neste tempo em que a liturgia da Igreja nos anima a esperar o Natal. Ela nos ajuda a rezar pedindo: Ó Deus, que enviastes a este mundo o vosso Unigênito para libertar da antiga escravidão o gênero humano, concedei que cheguem à verdadeira liberdade aqueles que esperam a vossa misericórdia2.
A Confissão é também, com a Sagrada Eucaristia, o sacramento que nos prepara para o encontro definitivo com Cristo no final da nossa existência. Toda a nossa vida é um contínuo advento, uma espera do último instante para o qual não deixamos de preparar-nos dia após dia. Consola-nos pensar que é o próprio Senhor quem deseja ardentemente que estejamos com Ele na nova terra e no novo céu que nos preparou3.
Cada confissão bem feita é um impulso que recebemos de Deus para continuar a caminhar, sem desânimos, sem tristezas, livres das nossas misérias.
E Cristo nos diz novamente: Tem confiança, os teus pecados te são perdoados4; volta a começar... É Ele próprio quem nos perdoa depois da humilde manifestação das nossas culpas. Confessamos os nossos pecados “ao próprio Deus, ainda que quem os escuta no confessionário seja o homem-sacerdote. Este homem é o humilde e fiel servidor desse grande mistério que se realiza entre o filho que retorna e o Pai”5.
“As causas do mal não devem ser procuradas no exterior do homem, mas sobretudo no interior do seu coração. E o seu remédio também parte do coração. Por conseguinte, os cristãos, mediante a sinceridade no seu empenho por converter-se, devem insurgir-se contra o achatamento do homem e proclamar com a sua própria vida a alegria da verdadeira libertação do pecado [...] mediante um sincero arrependimento, um firme propósito de emenda e uma firme confissão das culpas”6.
Para aqueles que caíram em pecado mortal depois de batizados, este sacramento é tão necessário para a salvação como o é o Batismo para os que ainda não foram regenerados para a vida sobrenatural: “É o meio de saciar o homem com a justiça que provém do próprio Redentor”7. E é tal a sua importância para a Igreja que “os sacerdotes podem ver-se obrigados a adiar ou mesmo deixar outras atividades por falta de tempo, mas nunca o confessionário”8.
Todos os pecados mortais cometidos depois do batismo, bem como as circunstâncias que modifiquem a sua espécie, devem passar pelo tribunal da Penitência, numa confissão auricular e secreta, com absolvição individual.
O Santo Padre pede-nos que façamos tudo o que estiver ao nosso alcance “para ajudar a comunidade eclesial a apreciar plenamente o valor da confissão individual como um encontro pessoal com o Salvador misericordioso que nos ama, e a ser fiel às diretrizes da Igreja num assunto de tanta importância”9.
“Não podemos esquecer que a conversão é um ato interior de especial profundidade, em que o homem não pode ser substituído por outros, não pode fazer-se representar pela comunidade”10.
II. ALÉM DE SER completa no que se refere aos pecados graves, a confissão tem de ser sobrenatural: conscientes de que vamos pedir perdão ao próprio Deus, a quem ofendemos, pois todos os pecados, incluídos aqueles que se referem aos nossos irmãos, são ofensa direta a Deus.
A confissão feita com sentido sobrenatural é um verdadeiro ato de amor a Deus. Ouve-se na intimidade da alma a voz do próprio Cristo que diz, como a Pedro: Simão, filho de João, tu me amas? E com as mesmas palavras deste Apóstolo podemos também nós dizer-lhe: Domine, tu omnia nosti, tu scis quia amo te11, Senhor, Tu sabes todas as coisas, Tu sabes que eu te amo..., apesar de tudo.
Depois do pecado mortal, a maior desgraça que nos pode acontecer é o pecado venial, pois nos priva de muitas graças atuais.
Cada pequena infidelidade é um grande tesouro perdido: diminui o fervor da caridade; aumenta as dificuldades na prática das virtudes, que cada vez nos hão de parecer mais inacessíveis; e inclina ao pecado mortal, que acabará por chegar se não se reage com prontidão.
A comunhão e a confissão freqüentes são a melhor arma na luta por evitar os pecados veniais. Além disso, cada confissão obtém-nos graças específicas para evitarmos os defeitos e pecados de que nos acusamos e arrependemos. Amar a confissão freqüente é sintoma de finura de alma, de amor a Deus; desprezá-la ou olhá-la com indiferença é falta de delicadeza interior e, freqüentemente, verdadeiro endurecimento em relação aos bens espirituais.
A freqüência da confissão depende das necessidades de cada alma em particular. Quando uma pessoa está seriamente determinada a cumprir a vontade de Deus em tudo e a ser inteiramente de Deus, tem verdadeira necessidade de recorrer a este sacramento com mais freqüência e pontualidade: “A confissão renovada periodicamente, chamada de «devoção», sempre acompanhou na Igreja o caminho da santidade”12.
III. A RECONCILIAÇÃO de cada homem com Deus e com a Igreja no sacramento da Penitência é um dos seus atos mais íntimos e pessoais. Muitas coisas fundamentais mudam no santuário da consciência em cada confissão. E como este sacramento tem uma profunda e inseparável dimensão social, muitas coisas mudam também no âmbito familiar, no estudo, no trabalho, no relacionamento com os amigos, etc.
O pecado, porque é a maior tragédia que pode existir para um homem, produz um profundo desequilíbrio em quem o comete. E quem está desequilibrado, desequilibra também os que tem à sua volta. No sacramento da Confissão, o Senhor coloca de novo as coisas no seu lugar; além de perdoar o pecado, introduz na alma a ordem e a harmonia perdidas.
Uma confissão bem feita é, pois, um grande presente a todos aqueles que convivem e trabalham conosco. Todas as nossas coisas passam a ser ditas e feitas de uma forma muito diferente. Além disso, causamos um bem incalculável a toda a Igreja. Toda ela se alegra e se enriquece misteriosamente de cada vez que o sacerdote pronuncia as palavras da absolvição. Pela Comunhão dos Santos, cada confissão tem as suas ressonâncias benfazejas em todo o Corpo Místico de Cristo.
Na vida íntima da Igreja – de que Cristo é a pedra angular –, cada fiel sustenta os outros com as suas boas obras e merecimentos, e ao mesmo tempo é sustentado por eles. Todos necessitamos uns dos outros e, na verdade, todos participamos continuamente dos bens espirituais comuns. Os nossos méritos ajudam os nossos irmãos, os homens espalhados por toda a terra; e, em sentido contrário, o pecado, a tibieza, os pecados veniais, o aburguesamento, são lastro para todos os membros da Igreja peregrina: Se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e se um membro é honrado, todos os membros se alegram com ele13.
“Esta é a outra face daquela solidariedade que, em nível religioso, se desenvolve no mistério profundo e magnífico da Comunhão dos Santos, graças à qual se pôde dizer que «toda a alma que se eleva, eleva o mundo». A esta lei da elevação corresponde, infelizmente, a lei da descida, de tal forma que se pode falar de uma comunhão do pecado, pela qual uma alma que se rebaixa pelo pecado rebaixa consigo a Igreja e, de certo modo, o mundo inteiro. Por outras palavras, não existe pecado algum, mesmo o mais íntimo e secreto, o mais estritamente individual, que afete exclusivamente aquele que o comete. Todo o pecado repercute, com maior ou menor intensidade, com maior ou menor dano, em todo o conjunto eclesial e em toda a família humana”14.
Quando alguém se aproxima com boas disposições do sacramento da Confissão, não é só o penitente que experimenta um momento de alegria, mas todos... E quando encontra a dracma, chama as suas amigas e vizinhas e diz-lhes: Alegrai-vos comigo15. Os bem-aventurados do céu, as benditas almas do purgatório e a Igreja que ainda peregrina neste mundo alegram-se de cada vez que se dá uma absolvição.
“Desatar” os vínculos do pecado é ao mesmo tempo atar os nós da fraternidade. Não deveríamos recorrer a este sacramento com mais alegria e com mais prontidão, sabendo que, pelo simples fato de nos confessarmos bem, estamos ajudando tantos e tantos cristãos e especialmente aqueles que estão mais próximos de nós?
Peçamos a Deus com a Igreja: Consolados pela vinda do vosso Filho, sejamos purificados da antiga culpa16.
(1) Is 40, 1-11; (2) Oração da Missa do sábado da primeira semana do Advento; (3) Apoc 21, 1; (4) Mt 9, 2; (5) João Paulo II, Homilia na paróquia de Santo Inácio de Antioquia, Roma, 16-III-1980; (6) cfr. João Paulo II, Homilia, Roma, 5-IV-1979; (7) João Paulo II, Enc. Redemptor hominis, 20; (8) João Paulo II, Roma, 17-XI-1978; (9) João Paulo II, Alocução, Tóquio, 23-II-1981; (10) João Paulo II, Enc. Redemptor hominis, 20; (11) Jo 21, 17; (12) João Paulo II, Alocução, 30-I-1981; (13) 1 Cor 12, 26; (14) João Paulo II, Exortação apostólica Reconciliatio et Paenitentia, 2-XII-1984, 16; (15) Lc 15, 19; (16) Oração da Missa da terça-feira da primeira semana do Advento.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
São João Roberts
10 de Dezembro
São João Roberts
João Roberts nasceu em 1576. Filho de família nobre, seus pais se chamavam João e Ana Roberts. Eram protestantes. No entanto, São João Roberts viria a ser martirizado por protestantes por ter se tornado católico. Os antepassados de seus pais tinham sido príncipes de Gales.
João estudou na famosa Faculdade de Saint John, em Oxford, mas saiu antes de se formar. Depois, formou-se em Direito, na cidade de Londres, aos vinte e um anos. No ano seguinte, 1598, João Roberts ampliava seus estudos numa faculdade inglesa situada em Valladoid, Espanha.
Quando estava em Valladoid, João Roberts já tinha despertado em seu coração o interesse pelo catolicismo. Por isso, no ano seguinte, decidiu estudar na Abadia Beneditina de Valladoid. Sua Conversão, porém, ocorreu durante uma viagem a Paris. Lá, um cônego da igreja de Notre-Dame acompanhou e orientou seu ingresso na Igreja Católica. Um ano depois, em 1600, João Roberts entrou como no Mosteiro beneditino de São Martinho, que fica na cidade de Santiago de Compostela, Espanha, como noviço.
Naquela época, o papa tinha determinado que fosse enviada à Inglaterra uma missão beneditina. João Roberts, que, então, terminava seus estudos, foi incluído nessa missão. Porém, tão logo ele desembarcou em terras inglesas, foi preso como traidor da fé. Ficou um ano na cadeia. Foi libertado em 1603 quando o rei Jaime subiu ao trono.
No verão daquele ano a cidade de Londres tinha sido assolada pela peste negra. O monge e santo João Roberts trabalhou, heroica e incansavelmente no socorro aos enfermos. Trabalhou com tanto amor a finco que se destacou dos demais. Por isso, foi preso novamente e permaneceu na cadeia de Gatehouse por um ano, até 1606. Ele só foi liberto por causa da intervenção de uma mulher espanhola chamada Luísa de Carvajal. Esta tinha muita influência na Corte inglesa, mesmo sendo católica. Isso acontecia por causa dos negócios entre os dois países.
São João Roberts exilou-se em terras espanholas. Depois disso, fundou o Mosteiro de São Gregório na cidade de Douai, França. Nesse mosteiro, ele foi o primeiro prior. Em 1607, João Roberts decidiu voltar à Inglaterra com o sonho de evangelizar os ingleses. Porém, novamente, foi preso. Conseguiu a libertação, mas, logo depois, foi preso novamente. Dessa vez, só saiu da prisão devido à intervenção do embaixador da França. Saiu da Inglaterra e tentou entrar mais uma vez para evangeliza-la.
São João Roberts foi preso mais duas vezes tentando entrar na Inglaterra para levar a fé católica. Na última vez, em 1610, foi levado à presença do bispo protestante Abbot. Este o condenou à morte numa fogueira. Assim, ele foi queimado numa praça pública de Londres em dia 10 de dezembro de 1610. Antes de morrer, diante do povo, lamentou a tristeza da heresia protestante, lamentou pelo rei dos ingleses, e rezou pedindo por todos. Sua beatificação aconteceu em 1929. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Paulo VI em 1970.
Fonte: https://cruzterrasanta.com.br