02 de Janeiro 2020
A SANTA MISSA

02 de Janeiro – Tempo do Natal
Memória: São Basílio Magno e São Gregório de Nazianzo
Cor: Branca
1ª Leitura: 1Jo 2,22-28
Permaneça dentro de vós aquilo que ouvistes desde o princípio.
Leitura da Primeira Carta de São João
Caríssimos: 22 Quem é mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? O Anticristo é aquele que nega o Pai e o Filho. 23 Todo aquele que nega o Filho, também não possui o Pai. Quem confessa o Filho, possui também o Pai. 24 Permaneça dentro de vós aquilo que ouvistes desde o princípio. Se o que ouvistes desde o princípio permanecer em vós , permanecereis com o Filho e com o Pai. 25 E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna. 26 Escrevo isto a respeito dos que procuram desencaminhar-vos. 27 Quanto a vós mesmos, a unção que recebestes da parte de Jesus permanece convosco, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine. A sua unção vos ensina tudo, e ela é verdadeira e não mentirosa. Por isso, conforme a unção de Jesus vos ensinou, permanecei nele. 28 Então, agora, filhinhos, permanecei nele. Assim poderemos ter plena confiança, quando ele se manifestar, e não seremos vergonhosamente afastados dele, quando da sua vinda.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 97(98), 1. 2-3ab. 3cd-4 (R. 3a)
R. Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
1 Cantai ao Senhor Deus um canto novo,*
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo*
alcançaram-lhe a vitória. R.
2 O Senhor fez conhecer a salvação,*
e às nações, sua justiça;
3a recordou o seu amor sempre fiel*
2b pela casa de Israel. R.
3c Os confins do universo contemplaram*
3d a salvação do nosso Deus.
4 Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,*
alegrai-vos e exultai! R.
Evangelho: Jo 1,19-28
No meio de vós está o que vem após mim.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João
19 Este foi o testemunho de João, quando os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar: ‘Quem és tu?’ 20 João confessou e não negou. Confessou: ‘Eu não sou o Messias’. 21 Eles perguntaram: ‘Quem és, então? És tu Elias?’ João respondeu: ‘Não sou’. Eles perguntaram: ‘És o Profeta?’ Ele respondeu: ‘Não’. 22 Perguntaram então: ‘Quem és, afinal? Temos que levar uma resposta para aqueles que nos enviaram. O que dizes de ti mesmo?’ 23 João declarou: ‘Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor`’ – conforme disse o profeta Isaías. 24 Ora, os que tinham sido enviados pertenciam aos fariseus 25 e perguntaram: ‘Por que então andas batizando, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?’ 26 João respondeu: ‘Eu batizo com água; mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis, 27 e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias.’ 28 Isso aconteceu em Betânia além do Jordão, onde João estava batizando.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Santa Maria Mãe de Deus
01 de Janeiro
Santa Maria, Mãe de Deus
A solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus, é a primeira festa mariana que apareceu na Igreja ocidental. Originariamente a festa nasceu para substituir o costume pagão das strenae (dádivas), cujos ritos não condiziam com a santidade das celebrações cristãs. A Natividade de Santa Maria começou a ser festejada em Roma no século IV, provavelmente junto com a dedicação de uma das primeiras igrejas marianas de Roma: a de Santa Maria Antiga no Foro Romano, ao sul do templo dos Castores. Sua liturgia estava ligada à do Natal. O dia primeiro de janeiro foi chamado de na oitava do Senhor. Lembrando o rito que se cumpriu oito dias após o nascimento de Jesus, proclamava-se o evangelho da circuncisão. A circuncisão dava nome também à festa que inaugurava o ano novo. A última reforma do calendário trouxe ao dia primeiro de janeiro a festa da maternidade divina. Desde 1931 essa festa era celebrada no dia onze de outubro, lembrando o concílio de Éfeso (431) que proclamou solenemente uma das verdades mais caras do povo cristão: Maria é verdadeira Mãe de Cristo, que é verdadeiro Filho de Deus.
Nestório teve a ousadia de declarar: “Porventura pode Deus ter mãe? Nesse caso não podemos condenar a mitologia grega, que atribui mãe aos deuses”. São Cirilo de Alexandria, porém, havia replicado: “Dir-se-á: a virgem é mãe da divindade? Ao que respondemos: o Verbo vivo, subsistente, é gerado pela própria substância de Deus Pai, existe desde toda a eternidade… Mas ele se encarnou no tempo e por isso pode-se dizer que nasceu da mulher”. Jesus, Filho de Deus, nasceu de Maria.
É deste sublime e exclusivo privilégio que derivam à Virgem todos os títulos que lhe atribuímos. Também podemos fazer, entre a santidade individual de Maria e sua maternidade divina, distinção sugerida pelo próprio Jesus Cristo:
“Uma mulher levantou a voz do meio da multidão e lhe disse: ‘bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos que te amamentaram’. Mas Jesus replicou: ‘Mais bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a praticam’ ” (Lc 11,27).
Na realidade, “Maria, filha de Adão, consentindo na palavra divina, se fez Mãe de Jesus. E abraçando a vontade salvífica de Deus com todo o coração, não retida por nenhum pecado, consagrou-se totalmente como serva do Senhor à pessoa e obra do seu Filho, servindo sob ele e com ele, por graça de Deus onipotente, ao mistério da redenção” (Lumen gentium, 56).
Deus se fez carne por meio de Maria, começou a fazer parte de um povo, constituiu o centro da história. Ela é o ponto de união entre o céu e a terra. Sem Maria desencarna-se o Evangelho, desfigura-se e transforma-se em ideologia, em racionalismo espiritualista.
Paulo VI assinala a amplidão do serviço de Maria com palavras que têm eco muito atual em nosso Continente: “Ela é a mulher forte que conheceu a pobreza e o sofrimento, a fuga e o exílio (cf. Mt 2,13-23); situações estas que não podem escapar à atenção de quem quiser dar apoio, com espírito evangélico, às energias libertadoras do homem e da sociedade. Apresentar-se-á Maria como a mulher que com a sua ação favoreceu a fé da comunidade apostólica em Cristo e cuja função materna se dilatou, vindo a assumir, no Calvário, dimensões universais” (Puebla, 301 e 302).
Fonte: Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
Mãe de Deus e Mãe Nossa
SANTA MARIA, MÃE DE DEUS. 1º DE JANEIRO
– Santa Maria, Mãe de Deus.
– Mãe nossa. Ajudas que nos presta.
– A devoção à Virgem Maria leva-nos a Cristo. Começar o novo ano junto dEla.
I. NÃO SÃO POUCAS as vezes em que contemplamos Maria com o Menino nos braços, pois a piedade cristã plasmou de mil formas diferentes a festa que celebramos hoje: a Maternidade de Maria, o fato central que ilumina toda a vida da Virgem e é o fundamento dos outros privilégios com que Deus quis adorná-la. Louvamos hoje e damos graças a Deus Pai porque Maria concebeu o seu Filho Único à sombra do Espírito Santo e, permanecendo virgem, deu ao mundo a luz eterna, Jesus Cristo, Senhor nosso1. E cantamos em nosso coração:Salve, ó Santa Mãe de Deus2, pois realmente a Mãe deu à luz o Rei cujo nome é eterno; aquela que o gerou tem ao mesmo tempo a alegria da maternidade e a glória da virgindade3.
Santa Maria é a Senhora, cheia de graça e de virtudes, concebida sem pecado, que é Mãe de Deus e Mãe nossa, e está nos céus em corpo e alma. A Sagrada Escritura fala-nos dEla como a mais excelsa de todas as criaturas, a bendita, a mais louvada entre as mulheres, acheia de graça4, Aquela que todas as gerações chamarão bem aventurada5.
A Igreja ensina-nos que Maria ocupa, depois de Cristo, o lugar mais alto e o mais próximo de nós, em função da sua maternidade divina. Ela, “pela graça de Deus, depois do seu Filho, foi exaltada sobre todos os anjos e todos os homens”6. Por ti, ó Virgem Maria, chegaram ao seu cumprimento os oráculos dos profetas que anunciavam Cristo: sendo Virgem, concebeste o Filho de Deus, e permanecendo virgem, geraste-o7.
Diz-nos a primeira leitura da Missa de hoje que, ao chegar a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei...8 Jesus não apareceu de repente na terra vindo do céu, mas fez-se realmente homem, como nós, tomando a nossa natureza humana nas entranhas puríssimas da Virgem Maria. Enquanto Deus, é eternamente gerado, não feito, por Deus Pai. Enquanto homem, nasceu, “foi feito”, de Santa Maria. “Muito me admira – diz por isso São Cirilo – que haja alguém que tenha alguma dúvida de que a Santíssima Virgem deva ser chamada Mãe de Deus. Se Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, por que a Santíssima Virgem, que o deu à luz, não há de ser chamada Mãe de Deus? Esta é a fé que os discípulos do Senhor nos transmitiram, ainda que não tenham empregado essa expressão. Assim nos ensinaram também os Santos Padres”9. Assim o definiu o Concílio de Éfeso10.
“Todas as festas de Nossa Senhora são grandes, porque constituem ocasiões que a Igreja nos oferece para demonstrarmos com fatos o nosso amor a Santa Maria. Mas, se dentre essas festividades tivesse que escolher uma, escolheria a de hoje: a da Maternidade divina da Santíssima Virgem.
“Quando a Virgem respondeu livremente sim àqueles desígnios que o Criador lhe revelava, o Verbo divino assumiu a natureza humana: a alma racional e o corpo formado no seio puríssimo de Maria. A natureza divina e a natureza humana uniam-se numa única Pessoa: Jesus Cristo, verdadeiro Deus e, desde então, verdadeiro Homem; Unigênito eterno do Pai e, a partir daquele momento, como Homem, filho verdadeiro de Maria. Por isso Nossa Senhora é Mãe do Verbo encarnado, da segunda Pessoa da Santíssima Trindade que uniu a si para sempre – sem confusão – a natureza humana. Podemos dizer bem alto à Virgem Santa, como o melhor dos louvores, estas palavras que expressam a sua mais alta dignidade: Mãe de Deus”11.
Será muito grato a Nossa Senhora que no dia de hoje lhe repitamos, como jaculatória, as palavras da Ave-Maria: Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós.
II. “MINHA MÃE SANTÍSSIMA” é um título que damos freqüentemente à Virgem e que nos é particularmente querido e consolador. Ela é verdadeiramente nossa Mãe, porque nos gera continuamente para a vida sobrenatural.
“Concebendo Cristo, gerando-o, alimentando-o, apresentando-o ao Pai no templo, padecendo com seu Filho quando morria na Cruz, cooperou de forma inteiramente ímpar com a obra do Salvador mediante a obediência, a fé, a esperança e a ardente caridade, a fim de restaurar a vida sobrenatural das almas. Por isso Ela é nossa Mãe na ordem da graça”12.
Esta maternidade de Maria “perdura sem cessar... até a consumação perpétua de todos os eleitos. Pois, assunta aos céus, não deixou essa missão salvadora; antes, com a sua múltipla intercessão, continua obtendo-nos os dons da salvação eterna. Com o seu amor materno, cuida dos irmãos de seu Filho, que ainda peregrinam e se acham em perigo e ansiedade até que sejam conduzidos à pátria bem-aventurada”13.
Jesus deu-nos Maria como Mãe nossa no momento em que, pregado na Cruz, dirigiu a sua Mãe estas palavras: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua mãe14. “Assim, de um modo novo, legou a sua própria Mãe ao homem [...]. Legou-a a todos os homens [...]. Desde aquele dia, toda a Igreja a tem por Mãe; e todos os homens a têm por Mãe. Todos entendemos como dirigidas a cada um de nós as palavras pronunciadas na Cruz”15.
Jesus olha-nos a cada um: Eis aí a tua mãe, diz-nos. João acolheu-a com carinho e cuidou dEla com extrema delicadeza, introduziu-a em sua casa, na sua vida. “Os autores espirituais viram nessas palavras do Santo Evangelho um convite dirigido a todos os cristãos para que todos soubessem também introduzir Maria em suas vidas. Em certo sentido, é um esclarecimento quase supérfluo, porque Maria quer sem dúvida que a invoquemos, que nos aproximemos dEla com confiança, que recorramos à sua maternidade, pedindo-lhe que se manifeste como nossa Mãe (Monstra te esse Matrem. Hino litúrgico Ave maris stella)”16. Quando Cristo dá a sua Mãe por Mãe nossa, manifesta o amor aos seus até o fim17. Quando a Virgem Maria aceita o Apóstolo João como seu filho, mostra o seu amor de Mãe para com todos os homens.
Ela influiu de uma maneira decisiva na nossa vida. Cada um tem a sua própria experiência. Olhando para trás, percebemos como interveio em nossa ajuda nos momentos de dificuldade, como se empenhou em levar-nos para a frente; descobrimos o empurrão com que nos fez recomeçar definitivamente.
“Quando me ponho a considerar todas as graças que recebi de Maria Santíssima, parece-me que sou um desses santuários marianos cujas paredes estão recobertas de ex-votos em que se lê somente esta inscrição: «Por graça recebida de Maria». Assim parece que estou eu escrito por todos os lados: «Por graça recebida de Maria». Todos os bons pensamentos, todas as boas vontades, todos os bons sentimentos do meu coração: «Por graça de Maria»”18.
Poderíamos perguntar-nos nesta festa de Nossa Senhora se temos sabido acolhê-la como São João19, se lhe dizemos muitas vezes: Monstra te esse matrem! Mostra que és Mãe!, manifestando com as nossas boas obras que também desejamos ser bons filhos seus.
III. A VIRGEM CUMPRE a sua missão de Mãe dos homens intercedendo continuamente por eles junto de seu Filho. A Igreja dá-lhe os títulos de “Advogada, Auxiliadora, Socorro e Medianeira”20, e Ela, com amor maternal, encarrega-se de alcançar-nos graças ordinárias e extraordinárias, e aumenta a nossa união com Cristo. Mais ainda, “dado que Maria deve ser justamente considerada como o caminho pelo qual somos conduzidos a Cristo, a pessoa que encontra Maria não pode deixar igualmente de encontrar Cristo”21.
A devoção filial por Maria é, portanto, parte integrante da vocação cristã. Não deve haver momento algum em que não recorramos como que instintivamente Àquela que “consola o nosso temor, aviva a nossa fé, fortalece a nossa esperança, dissipa os nossos temores e anima a nossa pusilanimidade”22.
É fácil chegar a Deus através de sua Mãe. Todo o povo cristão, sem dúvida por inspiração do Espírito Santo, teve sempre essa certeza divina. Os cristãos sempre viram em Maria um atalho – uma vereda por onde se encurta o caminho – para chegar ao Senhor.
Com esta solenidade de Nossa Senhora começamos um novo ano. Na realidade, não pode haver melhor maneira de começar o ano – e de viver todos os dias da nossa vida – do que estando muito perto da Virgem. A Ela nos dirigimos com confiança filial, para que nos ajude a viver santamente cada um dos dias deste novo período que o Senhor nos concede; para que nos anime a recomeçar se caímos e perdemos o caminho; para que interceda diante do seu divino Filho, a fim de que nos renovemos interiormente. Em suas mãos colocamos os desejos de identificar-nos com Cristo, de santificar a profissão, de ser fiéis evangelizadores. Repetiremos com mais força o seu nome quando as dificuldades aumentarem. E Ela, que sempre está atenta aos seus filhos, quando ouvir o seu nome nos nossos lábios, virá prontamente em nosso auxílio. Não nos deixará cair no erro ou no desvario.
No dia de hoje, quando contemplarmos alguma imagem da Virgem, poderemos dizer, ao menos mentalmente, sem palavras: Minha Mãe! E sentiremos que Ela nos acolhe e nos anima a começar este novo ano com a confiança de quem se sabe bem protegido e ajudado do Céu.
(1) Missal Romano, Prefácio da Maternidade de Nossa Senhora; (2) Antífona de entrada da Missa do dia 1º de janeiro; (3) Antífona 3 de Laudes; (4) Lc 1, 28; (5) Lc 1, 48; (6) Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 63; (7) Antífona Magnificatde 27 de dezembro; (8) Gál 4, 4; (9) São Cirilo de Alexandria, Carta 1, 27-30; (10) Denziger-Schoenberg, 252; (11) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 274; (12) Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 61; (13) ibid., 62; (14) Jo 19, 26-27; (15) João Paulo II, Audiência geral, 10-I-1979; (16) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 140; (17) cfr. Jo 13, 1; (18) Masserano,Vita di San Leonardo da Porto Maurizzio, II, 4; (19) cfr. Jo 19, 27; (20) Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 62; (21) Paulo VI, Encíclica Mense Maio, 29-IV-1965; (22) São Bernardo, Homilia na Natividade da Bem-aventurada Virgem Maria, 7.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
01 de Janeiro 2020
A SANTA MISSA

Solenidade: Santa Mãe de Deus
Cor: Branca
1ª Leitura: Nm 6,22-27
Invocarão o meu nome sobre os filhos
de Israel e eu os abençoarei.
Leitura do Livro dos Números
22 O Senhor falou a Moisés, dizendo: 23 ‘Fala a Aarão e a seus filhos: Ao abençoar os filhos de Israel, dizei-lhes: 24 O Senhor te abençoe e te guarde! 25 O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! 26 O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz! 27 Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei’.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 66,2-3.5.6.8 (R. 2a)
R. Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.
2 Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção,*
e sua face resplandeça sobre nós!
3 Que na terra se conheça o seu caminho*
e a sua salvação por entre os povos. R.
5 Exulte de alegria a terra inteira,*
pois julgais o universo com justiça;
os povos governais com retidão,*
e guiais, em toda a terra, as nações. R.
6 Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor,*
que todas as naçðes vos glorifiquem!
8 Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe,*
e o respeitem os confins de toda a terra! R.
2ª Leitura: Gl 4,4-7
Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher.
Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas
Irmãos: 4 Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, 5 a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. 6 E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá – ó Pai! 7 Assim já não és mais escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso, por graça de Deus.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Lc 2,16-21
Encontraram Maria e José e o recém-nascido.
E, oito dias depois, deram-lhe o nome de Jesus.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 16 Os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido, deitado na manjedoura. 17 Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. 18 E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. 19 Quanto a Maria, guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração. 20 Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. 21 Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
São Silvestre
31 de Dezembro
São Silvestre
Nascido em Roma num período de grande sofrimento para a Igreja perseguida, foi eleito papa em 314, a um ano do edito de Milão. Por meio deste, Constantino concedeu liberdade de culto aos cristãos, por isso Silvestre pôde governar uma Igreja finalmente em paz.
Seu longo pontificado transcorreu paralelamente ao governo de Constantino, a cujo nome estão ligadas profundas transformações, tanto no império como na Igreja. Segundo o modelo do Império Romano, formou-se uma organização eclesiástica destinada a durar no tempo.
O próprio Constantino, que havia mantido o título de pontífice máximo, considerou um direito seu controlar também a Igreja. Foi ele quem convocou, em 314, o primeiro concílio ecumênico, em Nicéia, para enfrentar a heresia ariana. O papa limitou-se a enviar um de seus representantes, o bispo Óssio de Córdova. Nicéia, na Bitínia, era a capital de verão do imperador e isso lhe dava a oportunidade de presidir o próprio concílio, iniciando assim um método de intromissão civil nas questões eclesiásticas.
Mas entre o papa Silvestre e Constantino houve sempre um perfeito acordo e isso favoreceu o desenvolvimento também material da Igreja. Constantino, na qualidade de 'pontifex maximus', construiu a grande basílica em honra de são Pedro na colina do Vaticano, depois de haver recoberto de terra o cemitério pagão no qual havia sido sepultado o príncipe dos apóstolos.
Doou ao papa o palácio e o antigo terreno de Latrão, que por muitos séculos será a sede dos papa. Silvestre foi sepultado no cemitério de Priscila, na via Salária, uma grande parte de suas relíquias são conservadas na igreja de São Silvestre in Capite.
Fonte: 'Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente', Paulinas Editora.
Recuperar o Tempo perdido
– Um dia de balanço. O nosso tempo é breve. É parte muito importante da herança recebida de Deus.
– Atos de contrição pelos erros e pecados que cometemos neste ano que termina. Ações de graças pelos muitos benefícios recebidos.
– Propósitos para o ano que começa.
I. HOJE É UMA BOA OCASIÃO para fazermos um balanço do ano que passou e fixarmos propósitos para o ano que começa. É uma boa oportunidade para pedirmos perdão pelo que não fizemos, pelo amor que nos faltou; um bom momento para agradecermos a Deus todos os benefícios que nos concedeu.
A Igreja recorda-nos que somos peregrinos. Ela mesma está “presente no mundo e é peregrina”1. Dirige-se ao seu Senhor “peregrinando, entre as perseguições do mundo e os consolos de Deus”2.
A nossa vida também é um caminho cheio de tribulações e de “consolos de Deus”. Temos uma vida no tempo, na qual nos encontramos agora, e outra para além do tempo, na eternidade, para a qual nos encaminha a nossa peregrinação. O tempo de cada um é uma parte importante da herança recebida de Deus; é a distância que nos separa do momento em que nos apresentaremos diante de Nosso Senhor com as mãos cheias ou vazias.
Só agora, aqui nesta vida, podemos adquirir méritos para a outra. Na realidade, cada um dos nossos dias é um tempo que Deus nos presenteia para enchê-lo de amor por Ele, de caridade para com aqueles que nos rodeiam, de trabalho bem feito, de virtudes e de obras agradáveis aos olhos do Senhor. Este é o momento de amealhar o “tesouro que não envelhece”. Este é, para cada um, o tempo propício, este é o dia da salvação3. Passado este tempo, já não haverá outro.
O tempo de que cada um de nós dispõe é curto, mas suficiente para dizer a Deus que o amamos e para concluir a obra de que o Senhor nos encarregou a cada um.
Por isso São Paulo nos adverte: Vivei com prudência, não como néscios, mas como sábios, aproveitando bem o tempo4, pois em breve vem a noite, quando já ninguém pode trabalhar5. “Verdadeiramente, é curto o nosso tempo para amar, para dar, para desagravar. Não é justo, portanto, que o malbaratemos nem que atiremos irresponsavelmente este tesouro pela janela fora. Não podemos desperdiçar esta etapa do mundo que Deus confia a cada um de nós”6.
A brevidade do tempo é um contínuo convite para que tiremos dele o máximo rendimento aos olhos de Deus. Hoje, na nossa oração, podemos perguntar-nos se Deus está contente com a forma como vivemos o ano que passou: se foi bem aproveitado ou, pelo contrário, foi um ano de ocasiões perdidas no trabalho, na ação apostólica, na vida familiar; se fugimos com freqüência da Cruz, porque nos queixávamos facilmente ao depararmos com a contrariedade e com o inesperado.
Cada ano que passa é um apelo para que santifiquemos a nossa vida diária e um aviso de que estamos um pouco mais perto do encontro definitivo com Deus. Não nos cansemos de fazer o bem, pois a seu tempo colheremos, se não desfalecermos. Por conseguinte, enquanto dispomos de tempo, façamos o bem a todos7.
II. AO EXAMINAR-NOS, é fácil que verifiquemos ter havido, neste ano que termina, omissões na caridade, pouca laboriosidade no trabalho profissional, mediocridade espiritual consentida, pouca esmola, egoísmo, vaidade, faltas de mortificação na comida, graças do Espírito Santo não correspondidas, intemperança, mau humor, mau gênio, distrações mais ou menos voluntárias nas nossas práticas de piedade... São inumeráveis os motivos para terminarmos o ano pedindo perdão a Deus, fazendo atos de contrição e de desagravo. Olhamos para o tempo que passou e “devemos pedir perdão por cada dia, porque cada dia ofendemos”8. Nem um só dia escapou a essa realidade: foram muitas as nossas falhas e os nossos erros.
No entanto, são incomparavelmente maiores os motivos de agradecimento, tanto no campo humano como no espiritual. Foram incontáveis as moções do Espírito Santo, as graças recebidas no sacramento da Penitência e na Comunhão eucarística, as intervenções do nosso Anjo da Guarda, os méritos alcançados ao oferecermos o nosso trabalho ou a nossa dor pelos outros, as ajudas que nos prestaram. Pouco importa que agora só percebamos uma pequena parte dessa realidade. Agradeçamos a Deus todos os benefícios recebidos ao longo deste ano.
“É mister conseguirmos novas forças para servir, e que procuremos não ser ingratos, porque o Senhor nos dá essas forças com essa condição; e se não usarmos bem do tesouro e do grande estado em que Ele nos coloca, voltará a tomá-los e ficaremos muito mais pobres, e Sua Majestade dará as jóias a quem as faça brilhar e as aproveite para si e para outros. Pois como poderia aproveitá-las e gastá-las generosamente quem não percebe que está rico? No meu modo de ver, é impossível, de acordo com a nossa natureza, que tenha ânimo para coisas grandes quem não pense estar favorecido por Deus; porque somos tão miseráveis e tão inclinados às coisas da terra, que, na verdade, mal poderá rejeitar todas as coisas daqui de baixo, com grande desprendimento, quem não perceba que tem algum penhor do além”9.
Temos de encerrar o ano pedindo perdão por tantas faltas de correspondência à graça, pelas inúmeras vezes em que Jesus se pôs ao nosso lado e não fizemos nada para vê-lo e o deixamos passar; e, ao mesmo tempo, encerrá-lo agradecendo a Deus a grande misericórdia que teve conosco e os inumeráveis benefícios, muitos deles desconhecidos por nós mesmos, que Ele nos proporcionou.
III. NESTES ÚLTIMOS DIAS do ano que termina e nos primeiros do que se inicia, desejaremos uns aos outros que tenham um bom ano. Ao porteiro, ao farmacêutico, aos vizinhos..., dir-lhes-emos Feliz Ano Novo! ou coisa parecida. Ouviremos outras tantas pessoas desejar-nos o mesmo e lhes agradeceremos.
Mas o que é que muita gente entende por “feliz ano novo”? “É, certamente, que vocês não sofram no novo ano nenhuma doença, nenhuma pena, nenhuma contrariedade, nenhuma preocupação, antes pelo contrário, que tudo lhes sorria e lhes seja favorável, que vocês ganhem muito dinheiro e não tenham que pagar muito imposto, que os salários aumentem e o preço dos artigos diminua, que o rádio lhes dê boas notícias todas as manhãs. Em poucas palavras, que vocês não experimentem nenhum contratempo”10.
É bom desejar estes bens humanos para nós mesmos e para os outros, se não nos separam do nosso fim último. O novo ano nos trará, em proporções desconhecidas, alegrias e contrariedades. Um ano bom, para o cristão, terá sido aquele em que tanto umas como outras lhe serviram para amar um pouco mais a Deus. Ano bom para o cristão não terá sido aquele que veio carregado – na hipótese de que isso fosse possível – de uma felicidade natural à margem de Deus. Ano bom terá sido aquele em que servimos melhor a Deus e aos outros, ainda que do ponto de vista humano tenha sido um completo desastre. Pode ter sido, por exemplo, um ano bom aquele em que apareceu a grave doença tantos anos latente e desconhecida, se soubemos santificar-nos com ela e com ela santificar aqueles que estavam à nossa volta.
Qualquer ano pode ser “o melhor ano” se aproveitarmos as graças que Deus nos reserva e que podem converter em bem a maior das desgraças.
Para este ano que começa, Deus preparou-nos todas as ajudas de que necessitamos para que seja “um ano bom”. Não desperdicemos nem um só dos seus dias. E quando chegar a queda, o erro ou o desânimo, recomecemos imediatamente. Em muitos casos, através do sacramento da Penitência.
Que todos tenhamos “um bom ano novo”! Oxalá possamos apresentar-nos diante do Senhor, no fim deste ano que começa, com as mãos cheias de horas de trabalho oferecidas a Deus, de empenho apostólico junto dos nossos amigos, de incontáveis pormenores de caridade para com aqueles que nos rodeiam, de muitas pequenas vitórias, de encontros irrepetíveis na Comunhão...
Façamos o propósito de converter as derrotas em vitórias, recorrendo a Deus e começando de novo. E peçamos à Virgem Maria, nossa Mãe, a graça de viver este ano que se inicia lutando como se fosse o último que o Senhor nos concede.
(1) Concílio Vaticano II, Constituição Sacrosanctum concilium, 2; (2) Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 8; (3) 2 Cor 6, 2; (4) Ef 5, 15-16; (5) Jo 9, 4; (6) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 39; (7) Gál 6, 9-10; (8) Santo Agostinho, Sermão 256; (9) Santa Teresa, Vida, 10, 3; (10) Georges Chevrot, O Evangelho ao ar livre.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
31 de Dezembro 2109
A SANTA MISSA

7º Dia na Oitava do Natal – Natal
Cor: Branca
1ª Leitura: 1Jo 2,18-21
Vós já recebestes a unção do Santo, e todos tendes conhecimento.
Leitura da Primeira Carta de São João
18 Filhinhos, esta é a última hora. Ouvistes dizer que o Anticristo virá. Com efeito, muitos anticristos já apareceram. Por isso, sabemos que chegou a última hora. 19 Eles saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos, pois se fossem realmente dos nossos, teriam permanecido conosco. Mas era necessário ficar claro que nem todos são dos nossos. 20 Vós já recebestes a unção do Santo, e todos tendes conhecimento. 21 Se eu vos escrevi, não é porque ignorais a verdade, mas porque a conheceis, e porque nenhuma mentira provém da verdade.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 95 (96), 1-2. 11-12. 13 (R. 11a)
R. O céu se rejubile e exulte a terra!
1 Cantai ao Senhor Deus um canto novo,*
cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!
2 Cantai e bendizei seu santo nome!*
Dia após dia anunciai sua salvação. R.
11 O céu se rejubile e exulte a terra, *
aplauda o mar com o que vive em suas águas;
12 os campos com seus frutos rejubilem *
e exultem as florestas e as matas. R.
13 na presença do Senhor, pois ele vem, *
porque vem para julgar a terra inteira.
Governará o mundo todo com justiça, *
e os povos julgará com lealdade. R.
Evangelho: Jo 1,1-18
A Palavra se fez carne e habitou entre nós.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João
1 No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2 No princípio estava ela com Deus. 3 Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4 Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5 E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. 6 Surgiu um homem enviado por Deus; Seu nome era João. 7 Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8 Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9 daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. 10 A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela – mas o mundo não quis conhecê-la. 11 Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12 Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus isto é, aos que acreditam em seu nome, 13 pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. 14 E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como filho unigênito, cheio de graça e de verdade. 15 Dele, João dá testemunho, clamando: ‘Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim’. 16 De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17 Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18 A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
30 de Dezembro 2019
A SANTA MISSA

6º Dia na Oitava do Natal – Natal
Cor: Branca
1ª Leitura: 1Jo 2,12-17
Aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
Leitura da Primeira Carta de São João
12 Eu vos escrevo, filhinhos: os vossos pecados foram perdoados por meio do seu nome. 13 Eu vos escrevo, pais: vós conheceis aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevo, jovens: vós vencestes o Maligno. 14 Já vos escrevi, filhinhos: vós conheceis o Pai. Já vos escrevi, jovens: vós sois fortes, a Palavra de Deus permanece em vós, e vencestes o Maligno. 15 Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. 16 Porque tudo o que há no mundo – as paixões da natureza, a concupiscência dos olhos e a ostentação da riqueza – não vem do Pai, mas do mundo. 17 Ora, o mundo passa, e também a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 95 (96), 7-8a. 8b-9. 10 (R. 11a)
R. O céu se rejubile e exulte a terra!
7 Ó família das nações, dai ao Senhor,+
ó nações, dai ao Senhor poder e glória,*
8a dai-lhe a glória que é devida ao seu nome! R.
8b Oferecei um sacrifício nos seus átrios,+
9a adorai-o no esplendor da santidade,*
terra inteira, estremecei diante dele! R.
10 Publicai entre as nações: ‘Reina o Senhor!’ +
Ele firmou o universo inabalável, *
e os povos ele julga com justiça. R.
Evangelho: Lc 2,36-40
Pôs-se a falar do menino a todos
que esperavam a libertação de Jerusalém.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 36 Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37 Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38 Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 38 Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40 O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Não Temais
TEMPO DO NATAL. 30 DE DEZEMBRO
– Jesus Cristo é sempre a nossa segurança no meio das dificuldades e tentações que nos possam assaltar. Com Ele, ganham-se todas as batalhas.
– Sentido da filiação divina. Confiança em Deus. Ele nunca chega tarde para nos socorrer.
– Providência. Todas as coisas contribuem para o bem dos que amam a Deus.
I. A HISTÓRIA DA ENCARNAÇÃO abre-se com estas palavras: Não temas, Maria 1. E o mesmo diz o Anjo do Senhor a São José: José, filho de Davi, não temas 2. E repete-o aos pastores: Não temais 3. Este clima que rodeia a entrada de Deus no mundo marca com um estilo próprio a presença de Jesus entre os homens.
Certa vez, acompanhado pelos seus discípulos, o Senhor atravessava o pequeno mar da Galiléia. E eis que surgiu uma grande tempestade no mar, de modo que as ondas cobriam a barca 4. São Marcos indica com precisão o momento histórico do acontecimento: foi na tarde do dia em que Jesus falou das parábolas sobre o Reino dos céus 5. Depois dessa longa pregação, compreende-se que o Senhor, cansado, adormecesse enquanto navegavam.
A tempestade deve ter sido assustadora, porque, embora estivessem acostumados ao mar, os Apóstolos sentiram que corriam um sério risco de soçobrar. A princípio, devem ter respeitado o sono do Mestre (devia estar muito cansado para não acordar!), e certamente fizeram tudo o que estava ao seu alcance para enfrentar a situação: arriaram as velas, remaram com força, tiraram e voltaram a tirar a água que entrava na barca... Mas o mar encrespava-se mais e mais, e o perigo de naufrágio era iminente. Então, inquietos, amedrontados, dirigem-se ao Senhor como recurso único e definitivo. Acordaram-no dizendo: Senhor, salva-nos, que perecemos. Jesus respondeu-lhes: Por que estais amedrontados, homens de pouca fé? 6
O temor é um fenômeno cada vez mais estendido nos nossos dias. Tem-se medo de quase tudo. Muitas vezes, esse estado de ânimo resulta da ignorância, do egoísmo (excessiva preocupação pessoal, ansiedade por males que talvez nunca cheguem, etc.), mas, sobretudo, é conseqüência de que construímos a nossa vida sobre alicerces muito frágeis.
Podemos esquecer-nos de uma verdade essencial: Jesus Cristo é sempre a nossa segurança. Não se trata de sermos insensíveis aos acontecimentos, mas de aumentarmos a nossa confiança e de empregarmos, em cada caso, os meios humanos ao nosso alcance. Não devemos esquecer nunca que estar perto de Jesus, ainda que pareça que Ele dorme, é estar seguros. Em momentos de perturbação, de prova, Jesus não se esquece de nós: “Nunca falhou aos seus amigos” 7, nunca.
II. DEUS NUNCA CHEGA TARDE em socorro dos seus filhos. Mesmo nos casos mais extremos, sempre chega no momento oportuno, ainda que por vezes de um modo misterioso e oculto. A plena confiança no Senhor, somada aos meios humanos que seja necessário empregar, dá ao cristão uma singular fortaleza e uma especial serenidade para enfrentar os acontecimentos e as circunstâncias adversas.
“Se não O abandonas, Ele não te abandonará” 8. E nós – dizemo-lo na nossa oração pessoal – não queremos abandoná-lo. Junto dEle, ganham-se todas as batalhas, ainda que, a curto prazo, possa parecer que se perdem.
“Quando pensamos que tudo se afunda sob os nossos olhos, nada se afunda, porque Tu és, Senhor, a minha fortaleza (Sl 42, 2). Se Deus mora em nossa alma, todo o resto, por mais importante que pareça, é acidental, transitório. Em contrapartida, nós, em Deus, somos o permanente” 9. Este é o remédio para afastarmos da nossa vida os medos, as tensões e as ansiedades. Perante um panorama humanamente difícil, São Paulo animava os primeiros cristãos de Roma com estas palavras: Se Deus é por nós, quem será contra nós? [...] Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? [...] Mas em todas estas coisas vencemos por Aquele que nos amou. Porque estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as virtudes, nem a altura, nem as profundezas, nem nenhuma outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus 10. O cristão, por vocação, é um homem entregue a Deus, e portanto também entrega a Ele tudo aquilo que possa vir a acontecer-lhe.
Certa vez, o Senhor instruía a multidão a respeito do amor e solicitude com que Deus acompanha cada criatura. Os que o escutavam eram pessoas simples e honradas, que louvavam a majestade de Deus, mas não possuíam a peculiar confiança dos filhos de Deus em seu Pai.
É provável que, no momento em que se dirigia ao seu auditório, passasse por lá perto uma revoada de pássaros à busca de abrigo nalgum lugar próximo. Quem se preocupava com eles? Por acaso as donas de casa não costumavam comprá-los por alguns centavos para melhorar as suas refeições? Estavam ao alcance de qualquer economia. Tinham pouco valor.
Jesus apontá-los-ia com um gesto, ao mesmo tempo que dizia aos seus ouvintes: “Nem um só destes pardais está esquecido diante de Deus”. Deus conhece-os a todos. Nenhum deles cai ao chão sem o consentimento do vosso Pai. E o Senhor volta a incutir-nos confiança: Não temais; vós valeis mais do que muitos pardais 11. Nós não somos criaturas de um dia, mas filhos de Deus para sempre. Como não há de o Senhor cuidar das nossas coisas? Não temais. O nosso Deus deu-nos a vida e no-la deu para sempre. E diz-nos: “A vós, meus amigos, digo-vos: Não temais” 12. “Qualquer homem, contanto que seja amigo de Deus – são palavras de São Tomás –, deve estar muito confiante em que será libertado por Ele de qualquer angústia... E como Deus ajuda de modo especial os seus servos, quem serve a Deus deve viver muito tranqüilo”13. A única condição é esta: sermos amigos de Deus, vivermos como seus filhos.
III. “DESCANSAI na filiação divina. Deus é um Pai cheio de ternura, de infinito amor” 14. Em toda a nossa vida, tanto no terreno humano como no sobrenatural, o nosso “descanso” e a nossa segurança não têm outro alicerce firme fora da nossa filiação divina. Lançai sobre Ele todas as vossas preocupações – dizia São Pedro aos primeiros cristãos –, porque Ele cuida de vós 15.
A filiação divina não pode ser considerada como uma metáfora: não é simplesmente que Deus nos trate como um pai e queira que o tratemos como filhos; o cristão é filho de Deus pela força santificadora do próprio Deus presente no seu ser. Esta realidade é tão profunda que afeta a essência do homem, a tal ponto que São Tomás afirma que por ela o homem é constituído num novo ser 16.
A filiação divina é o fundamento da liberdade dos filhos de Deus, e é nela que o homem encontra a proteção de que necessita, o calor paternal e a segurança em relação ao futuro, que lhe permitem um abandono simples nas mãos divinas.
Confere-lhe também a certeza de que, por trás de todos os acasos da vida, há sempre uma última razão de bem: Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus 30. Os próprios erros e desvios do caminho acabam sendo para bem, porque “Deus encaminha absolutamente todas as coisas para nosso proveito...” 18
O fato de saber-se filho de Deus faz com que o cristão adquira, em todas as circunstâncias da sua vida, um modo de ser no mundo essencialmente amável, que é uma das principais manifestações da virtude da fé. O homem que se sabe filho de Deus não perde a alegria, assim como não perde a paz. A consciência da filiação divina liberta-o de tensões inúteis e, quando pela sua fraqueza se extravia, é capaz de voltar para Deus, na certeza de ser bem recebido.
A consideração da Providência ajudar-nos-á a dirigir-nos a Deus, não como um Ser longínquo, indiferente e frio, mas como um Pai que está atento a cada um de nós e que colocou um anjo – como esses anjos que anunciaram o nascimento do Senhor aos pastores – para que nos guarde em todos os nossos caminhos.
A serenidade que esta verdade comunica ao nosso modo de ser e de viver não procede de voltarmos as costas à realidade, mas de vê-la com otimismo, porque confiamos sempre na ajuda do Senhor. “Esta é a diferença entre nós e os que não conhecem a Deus. Estes, na adversidade, queixam-se e murmuram; quanto a nós, as coisas adversas não nos afastam da virtude, antes nos fortalecem nela” 19, porque sabemos que até os cabelos da nossa cabeça estão todos contados.
Ao terminarmos a nossa oração, façamos o propósito de recorrer a Jesus, presente no Sacrário, sempre que as oposições, as dificuldades ou a tribulação nos coloquem em situação de perder a alegria e a serenidade. Dirijamo-nos a Maria, que contemplamos no Presépio, tão próxima do seu Filho. Nestes dias cheios da paz do Natal – e sempre –, Ela nos ensinará a comportar-nos como filhos de Deus, mesmo nas circunstâncias mais adversas.
(1) Lc 1, 30; (2) Mt 1, 20; (3) Lc 2, 10; (4) Mt 8, 24; (5) Mc 4, 35; (6) Mt 8, 25-26; (7) Santa Teresa, Vida, 11, 4; (8) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 730; (9) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 92; (10) Rom 8, 31 e segs.; (11) cfr. Mt 8, 26-27; (12) Lc 8, 50; (13) São Tomás, Exposição sobre o Símbolo dos Apóstolos, 5; (14) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, 150; (15) 1 Pe 5, 7; (16) São Tomás, Suma Teológica, 1-2, q. 110, a. 2 ad. 3; (17) Rom 8, 28; (18) Santo Agostinho, De corresp. et gratia, 30, 35; (19) São Cipriano, De moralitate, 13.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
Sagrada Família
30 de Dezembro
Sagrada Família
Sagrada Família é a devoção à família de Jesus de Nazaré composta por Jesus, Maria e José. A sua festa é celebrada no primeiro domingo após o Natal.
A devoção à Sagrada Família começou a ter grande popularidade no século XVII, quando os cristãos começaram a prestar atenção ao fato de que Jesus, o Filho de Deus, desceu do céu e se fez homem dentro de uma família. Ele nasceu numa família comum. Seus pais eram pessoas comuns, simples, trabalhadores, como tantas famílias espalhadas pelo mundo.
Maria, uma dona de casa, José um carpinteiro e Jesus, um filho exemplar e obediente. Uma família feliz e simples. Depois que os cristãos descobriram esta riqueza maravilhosa, a devoção foi se propagando com velocidade pela Europa e, mais tarde, pelo continente americano, tanto do norte quanto do sul. A festa da Sagrada Família foi instituída pelo papa Leão XIII, em 1883. Depois disso, foi estendida pelo papa Bento XV a toda a Igreja.
Toda família é chamada a imitar as virtudes da Sagrada Família. A Sagrada Família vive por Deus e para Deus. O seu projeto é sempre fazer a vontade de Deus. A sagrada Família é a própria escola de todas as virtudes.
O Papa Leão XIII escreveu: Os pais de família têm em São José um modelo admirável de vigilância e solicitude paterna; as mães podem admirar na Virgem Santíssima um exemplo insigne de amor, de respeito e de submissão; os filhos têm em Jesus, submisso a seus pais, um exemplo divino de obediência.
As cenas da Sagrada Família são das mais representadas nas artes, principalmente na pintura com as cenas da natividade e da fuga para o Egito. A devoção se espalhou pelo mundo inteiro, pois Maria Santíssima e São José são os maiores exemplos de união, obediência e temor a Deus.
O papa Leão XIII disse: Quando Jesus, Maria e José são invocados em casa, é propícia a manutenção da caridade na família através do seu exemplo e trato celestial; assim, uma boa influência é exercida sobre a conduta dos membros da família; da mesma forma, a prática da virtude é incitada; e, desse modo, as dificuldades que por toda parte querem atormentar a raça humana, serão mitigadas e tornadas mais fáceis de suportar.
Como mulher temente a Deus, sempre disse Sim: Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra. (Lc.1,38). Acompanhando seu Filho por toda a história da nossa Salvação, Maria nos dá todos os exemplos de como seguir Jesus para chegar a Deus.
Viveu toda a sua vida dedicada a Jesus, ajudando a prepará-lo para tudo o que tinha que viver e sofrer. Estava presente no primeiro milagre nas Bodas de Caná, onde deu uma recomendação que serve para todo cristão: fazei tudo o que Ele vos disser. Esse pedido de Maria continua vivo até hoje. Que sigamos Jesus para a nossa Salvação.
Maria estava presente no início da Igreja, após a Ascenção de Jesus e continua até os dias de hoje, levando todos para o Sagrado Coração de Jesus. Maria disse em Fátima que quer a Salvação de todos. Maria guardava tudo em seu coração, e Jesus crescia em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens. (Luc 2.41-52).
Homem justo, conforme Mateus 1:19, pai e esposo fiel, carpinteiro, trabalhador, obediente aos pedidos e ordens de Deus. Um Anjo apareceu a São José e disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por tua mulher, porque o que dela vai nascer é obra do Espírito Santo de Deus. (Mt 1,20)
Foi sempre o defensor de Maria e Jesus, e com o trabalho simples de carpinteiro dava sustento para a Sagrada Família. Quando Herodes quis matar Jesus, José recebeu uma ordem de Deus para fugir para o Egito para proteger Jesus, e ele obedeceu.
Trabalhador, humilde, santo, escolhido por Deus para o maior compromisso de todos, que foi dar sustento para a Sagrada Família. Homem de Deus, homem puro que respeitou a virgindade de Maria, segundo os desígnios de Deus. Exemplo de vida dedicada a Deus.
O Filho de Deus, o Verbo Eterno que se fez carne e habitou entre nós. A prova maior do amor de Deus por nós, como diz São Paulo: Ele aniquilou-se a si mesmo deixando sua condição divina e assumindo a condição humana.
Jesus viveu uma vida comum, ordinária e oculta até se manifestar ao mundo. Foi obediente a seus pais, um filho exemplar como nos disse o evangelista Lucas. Ele viveu como filho, humano. Precisou da ternura, do cuidado e do carinho de seus pais. Durante a maior parte de sua vida terrena, Jesus viveu numa família humana comum, a Sagrada Família de Nazaré!
Fonte: https://cruzterrasanta.com.br