7 FATOS SOBRE O MUNDO ANGÉLICO

“O anjo é o amigo mais sincero e o mais fiel, mesmo quando temos a infelicidade de o desgostar com o nosso mau comportamento”, São Pe. Pio.

Há um elo invisível, ou seja, que não vemos, mas que unem o Céu e a Terra: São os anjos. Nosso mundo está cheio de sua presença e atividade, a todo instante eles agem em nosso favor, para que um dia também possamos contemplar a face de Deus. É por isso que devemos conhecer verdades fundamentais sobre as criaturas angélicas.

Na grande obra clássica Legenda Áurea de Jacopo de Varazze diz que nós podemos alcançar quatro frutos espirituais através dos anjos: o primeiro é fazer a alma prosseguir para obter as graças divinas; o segundo fruto é desviar-nos dos maus caminhos para não cairmos em pecado; o terceiro é o de levantar-nos após a queda; e o quarto fruto é dificultar a ação do inimigo contra nós.

Tudo o que sabemos sobre anjos, fora da Bíblia, nos foi dado a conhecer através dos Padres e Doutores da Igreja (alguns tiveram o privilégio de interagir com os anjos), bem como da vida dos santos. Por isso, vamos juntos conhecer 7 fatos sobre o mundo angélico que talvez você não sabia.

  1. Os anjos não possuem gênero.

São criaturas puramente espirituais (CaCI 330), logo, não possuem corpos materiais, por isso não são nem machos nem fêmeas. Contudo, desde a criação, os anjos apresentam-se em forma masculina, provavelmente em honra de Deus, que se revelou como Pai, e Deus Filho, que se tornou homem por nossa causa. Nas Sagradas Escrituras todas as referências aos anjos são feitas no masculino: “Apresentou-se a mim um homem de Deus, que tinha o aspecto de um anjo de Deus, em extremo terrível” (Jz 13,6); “com um corpo como crisólito. Seus olhos eram como tochas de fogo, seus braços e pés pareciam bronze polido, e sua voz soava como o rugido de uma multidão” (Dn 10,6).  Assim, entendemos que que o Senhor quer que vejamos que as qualidades masculinas são mais adequadas na representação dos espíritos angélicos.

  1. Os anjos, assim como nós, possuem um intelecto e uma vontade.

O Catecismo da Igreja Católica (CaIC 330) nos afirma que os anjos são dotados de inteligência e vontade: são criaturas pessoais e imortais, superando em perfeição todas as criaturas visíveis, como testemunha o esplendor de sua glória.

Os anjos possuem uma inteligência onde conhecem diretamente a essência das coisas no momento em que são criados, ou seja, conhecem tudo de uma só vez.

A vontade ao qual os anjos são beneficiados, significa, então, que eles são livres para decidir, assim como os homens. Deus concedeu-lhes liberdade, possibilitando a eles servirem ao seu projeto, contudo, nem todos escolheram servir, culminando na origem do mal e dos anjos decaídos.

  1. Deus criou o grande número de anjos em um único instante.

Acredita-se que os anjos foram criados todos de uma só vez no momento da criação, pois a Igreja nos ensina que Deus criou todo o universo no início dos tempos (CaIC 327). Quanto à exatidão de número de anjos, uns afirmam que a quantidade de anjos é a mesma do número de homens que haverão de existir desde Adão até a volta de Cristo, já outros afirmam que serão mil vezes mais. Mas uma coisa é certa, existem numerosos seres celestes, totalmente incalculável pela capacidade humana.

  1. Os anjos são ordenados em nove “coros”.

A partir das Sagradas Escrituras é possível conhecer a existência dos coros angélicos, vejamos na sua hierarquia tradicional: Serafins (Is 6,2), Querubins (Gn 3,24; Êx 25,18; Hb 9,5), Tronos (Cl 1,16), Domínios (Ef 1,21), Poderes (Rm 8,38; 1Pd 3,22), Principados (Ef 1,21; Rm 8,38), Virtudes (Ef 1,21), Arcanjos (1Ts 4,16; Jz 9) e Anjos (Rm 8,38; 1Pd 3,22).

O Papa João Paulo II em sua Audiência Geral em 6 de agosto de 1986 afirmou a existência dos coros angélicos: “Podemos deduzir [da Sagrada Escritura que os anjos], por assim dizer agrupados na sociedade, estão divididos em ordens e graus, correspondentes à medida da sua perfeição e das tarefas que lhes são confiadas. Os autores antigos e a própria liturgia falam também dos “coros angélicos” (nove, segundo Dionísio, o Areopagita)”.

Os coros estão divididos em três grupos de três coros. A primeira e mais alta hierarquia é a mais próxima de Deus e está diretamente unida a Ele em constância e permanência, é composta pelos Serafins, Querubins e Tronos. A segunda ordem compõe-se pelas Dominações, Virtudes e Potestades, formam a segunda hierarquia. A terceira e última ordem é composta pelos Principados, Arcanjos e Anjos. Essa última ordem dos seres celestes é a mais próxima de nós, uma vez que possuem a missão de salvaguardar a Igreja de Cristo, cuidando de seu corpo místico que somos nós, onde a vida de fé precisa ser consolidada e cultivada

  1. Os seres humanos não se tornam anjos quando morrem.

Temos um chamado a sermos como anjos, ou seja, puros. Não significa que quando entrarmos para a glória celeste seremos propriamente anjos, mas teremos semelhanças. Jesus nos revelou em seu Evangelho que “na ressurreição, nem se casam nem se dão em casamento, mas são “como” anjos no céu” (Mt 22,30).

No céu, viveremos uma comunhão íntima e eterna com a Santíssima Trindade e todos os anjos e santos para a glorificação de Deus como descreve o livro do Apocalipse: “Olhei e ouvi ao redor do trono e dos seres viventes e dos anciãos a voz de muitos anjos, contando miríades de miríades e milhares de milhares, dizendo ‘Digno é o Cordeiro’” (Ap 5,11- 14).

  1. Todo ser humano possui um anjo da guarda.

O Catecismo Igreja Católica nos ensina que “cada fiel tem um anjo ao seu lado como educador e guia, dirigindo sua vida” (CaIC 336). Este ensinamento tem base bíblica, pois está fundamentada nas palavras de Cristo, onde Ele declara aos discípulos: “Vede que não desprezes um destes pequeninos. Pois eu vos digo que os seus anjos nos céus veem sempre a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18,10).

A proteção dos anjos nos é dada como um dom não apenas na ordem da graça, mas também na ordem na natureza, uma vez que cada pessoa recebe um anjo da guarda especial a partir de seu nascimento, seja ela, posteriormente, batizada ou não, conforme nos afirma Santo Tomás de Aquino.

  1. Os anjos não possuem asas.

As asas são um símbolo utilizado como forma de representação que os anjos possuem de movimento rápido, pensamento e vontade. Assim, por ser apenas um símbolo, que, inclusive, foi destacado por diversas vezes nas Sagradas Escrituras nas visões dos profetas do antigo testamento (Ex 26,20/ Is 6,2/ Ez 10,21), a Igreja nos ensina que os anjos não possuem asas, porque são puramente espírito, logo, não são constituídos de matéria (corpo).

 

Oração ao Anjo da Guarda, poderoso protetor

Santo Anjo da Guarda, meu poderoso protetor, guardai-me sempre na paz de vosso amor. Dos perigos, livrai-me; do mal, libertai-me; e nos momentos de angústia, consolai-me! Durante o sono, velai sobre o meu descanso, não deixais o mal de mim se aproximar. Sob as asas do seu amor, possa meus sonhos habitar! Nesta noite de luz, afugentai as trevas do medo, afastai também as tentações, para que minha alma tranquila descanse sem aflições. E que no alvorecer de um novo dia, eu acorde feliz e restaurado, e seja para o mundo testemunha de ser sempre por vós amado!