11 de Setembro
São João Gabriel Perboyre
João Gabriel Perboyre nasceu em Mongesty, França, em seis de janeiro de 1802. Seu pai era um modesto agricultor de nome Pedro Perboyre e sua mãe uma piedosa mulher chamada Maria Rigal. Tinha dois irmãos e duas irmãs que, como ele, ingressaram na família espiritual de São Vicente de Paulo. Em 1820 João Gabriel entrou na Ordem dos Lazaristas de Montauban e cinco anos mais tarde, em 1825, foi ordenado sacerdote.
Durante dez anos desempenhou diversos cargos de confiança na sua congregação. Após esse tempo, no ano 1835, realizou seu grande sonho, que era ir como missionário para a China. Entretanto na China, somente por quatro anos ele conseguiu pregar de viva voz, o Evangelho.
Traído por um rapaz cristão, foi preso numa floresta no dia 16 de setembro de 1839 e aí começou para ele uma verdadeira via crucis. Um mandarim chegou a oferecer-lhe a liberdade, caso ele profanasse a cruz do Senhor, mas João Gabriel se negou terminantemente a fazê-lo.
Foi então aprisionado e submetido aos mais cruéis suplícios e humilhações. Foi chicoteado, acorrentado, teve os pés triturados em um torno, açoitado com varas de bambus e obrigado a beber sangue de um cão. O martírio prolongou-se por um ano e nesse tempo ele foi levado a diversos lugares e exposto à exibição pública com o objetivo de desestimular outras pessoas a abraçarem a fé cristã. Morreu crucificado no dia 11 de setembro de 1840, em U-Tchang-Fu. Estava ainda agonizante, com os membros estirados sobre uma cruz e, mesmo assim, ainda lhe batiam e lhe davam pontapés na barriga.
Hoje São João Gabriel Perboyre que alimentou o sonho de ser missionário na China, mas na China só conseguiu pregar o Evangelho por quatro anos, nos leva a refletir que, embora nem sempre nosso projeto de vida corresponda ao projeto de vida que Deus tem para nós, sempre, embora às vezes mesmo sem entender os acontecimentos, devemos colocar nosso sonho e nossa vontade a serviço do sonho e da vontade de Deus. Mas hoje também João Gabriel que assumiu literalmente na vida a paixão e a morte de Jesus Cristo, nos lembra que o verdadeiro missionário é aquele que não se dobra ante as propostas dos mandarins desse nosso mundo, mas em qualquer circunstância, seja de viva voz, seja com a própria vida, anuncia corajosamente o Evangelho daquele que livremente aceitou morrer crucificado, doando a própria vida pela vida e salvação de toda a humanidade.