25 de Fevereiro

São Sebastião de Aparício

São Sebastião de Aparício nasceu em Gudina, Espanha, no ano 1502. Era filho de humildes lavradores e teve uma infância muito difícil e sacrificada. No início de sua vida trabalhou como pastor na cidade onde nasceu. Num certo dia, almejando melhores condições de vida, foi para a cidade de Salamanca. Nessa cidade trabalhou muito, mas jamais se esqueceu dos pais para os quais escrevia com freqüência e enviava regularmente parte de seu salário. Em 1532 resolveu viajar e tentar outro tipo de vida no México. Nesse país ele enriqueceu, conseguindo tornar-se um próspero comerciante e um rico proprietário de terras. Considerando, porém, que a profissão de comerciante podia levá-lo a uma vida egoísta e nada compatível com a espiritualidade cristã que desejava viver, abandonou o comércio e passou a dedicar-se apenas à agricultura. Casou-se duas vezes e, em ambas as uniões, revelou-se um excelente esposo e pai de família. Em todos os momentos de sua vida confirmou, com a boca e com gestos concretos, seu amor a Jesus Cristo através da ajuda e solidariedade aos mais pobres. Aos 72 anos de idade, sentindo-se chamado a uma vida de maior recolhimento, renunciou aos bens que possuía, distribuiu, com as pessoas mais necessitadas, tudo que havia adquirido com seu próprio esforço e ingressou no convento dos frades franciscanos, como irmão leigo. Morreu em 1600, em Puebla de Los Angeles, no México, aos 98 anos de idade. Foi canonizado em 1786 pelo Papa Pio VI.

Hoje, em nossa sociedade impulsionada pela dinâmica do lucro, marcada pela usura, pela  dominação e ânsia incontidas de possuir dinheiro e poder; onde é cada vez mais largo e fundo o fosso que separa os poucos ricos da  imensa maioria de pobres, São Sebastião de Aparício,  um homem que viveu intensa e radicalmente a virtude do despojamento e da partilha, nos oferece um precioso ensinamento: O problema do mundo não é de comida, nem de terra, nem de riquezas, porque tudo isso há, e em abundância, para todos. O problema do mundo é de partilha, de fraternidade e justiça, ou seja, é sobretudo um problema de coração. Há muita gente com coração de pedra e pouca gente com coração de carne.

Fonte: Zélia Vianna. Santidade Ontem e Hoje (2005). Salvador: Paróquia de São Pedro